Bia Haddad vai às quartas em Roland Garros e obtém feito inédito desde Guga

Beatriz Haddad Maia se viu em uma situação singular, em Paris. Estava pela primeira vez nas oitavas de final de um torneio Grand Slam

Por Folhapress

Brazil's Beatriz Haddad Maia celebrates a point against Spain's Sara Sorribes Tormo during their women's singles match on day nine of the Roland-Garros Open tennis tournament at the Court Suzanne-Lenglen in Paris on June 5, 2023. (Photo by Emmanuel DUNAND / AFP)
Beatriz Haddad Maia se viu em uma situação singular, na manhã de segunda-feira (5), em Paris. Estava pela primeira vez nas oitavas de final de um torneio Grand Slam. E, como cabeça de chave e 14ª colocada do ranking mundial, atuava na condição de favorita contra Sara Sorribes Tormo, número 132 na lista da WTA (Associação das Tenistas Profissionais).
A brasileira de 27 anos enfrentou grandes dificuldades, mas lidou bem com essa posição em Roland Garros e derrotou a espanhola de 26 por 2 sets a 1, parciais de 6/7 (3/7), 6/3, 7/5. O resultado é significativo, pois colocou novamente um atleta do Brasil como quadrifinalista em um dos quatro principais campeonatos do tênis -os "majors", da série Grand Slam.
Isso não ocorria desde 2004, quando Gustavo Kuerten atingiu pela última vez as quartas de final do próprio Aberto da França, em Roland Garros. Tricampeão na terra batida parisiense, o catarinense já dava os últimos suspiros em uma brilhante carreira, encurtada por lesões. Em sua campanha há 19 anos, deixou para trás o suíço Roger Federer e parou no argentino David Nalbandian.
De lá para cá, o Brasil teve bastante sucesso nas duplas -com títulos de Marcelo Melo e Bruno Soares, ambos com parceiros estrangeiros, e de Luisa Stefani e Rafael Matos, que triunfaram na chave mista no último Aberto da Austrália. Nas chaves de simples, o limite em quase duas décadas eram as oitavas, fase que Thomaz Bellucci atingiu em 2010, em Roland Garros.
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A campanha longeva no tradicional torneio francês representa mais um passo na carreira da atleta de 27 anos, que chegou a cumprir dez meses de suspensão por doping, entre 2019 e 2020. Ela comprovou que os anabolizantes acusados nos testes eram fruto de suplementos alimentares contaminados. Isso limitou a pena, mas atrasou sua ascensão.
A paulistana começou a colher frutos mais graúdos em junho do ano passado, quando conquistou seus dois primeiros títulos da série de elite, ambos na grama, em Nottingham e Birmingham. Não voltou a ser campeã, mas manteve consistência para permanecer entre as 20 melhores do mundo e chegou a estar no top 10, no mês passado.
Sua situação no ranking poderá estar sob risco no próximo mês, justamente quando vão caducar os pontos obtidos nos títulos de 2022. Mas, no momento, Haddad não parece preocupada com o desempenho que terá na temporada de grama da Inglaterra. Seus pés estão confortáveis na terra batida da França.