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Esportes

Liga dos Campeões

- Publicada em 09 de Junho de 2023 às 14:29

Após terremotos, a Turquia recebe final da Champions League no Estádio Olímpico Atatürk

A grande final entre Manchester City e Inter de Milão ocorrerá no Estádio Olímpico Atatürk

A grande final entre Manchester City e Inter de Milão ocorrerá no Estádio Olímpico Atatürk


Marco BERTORELLO/AFP/JC
Os motoristas que dirigem pelo trânsito -muitas vezes congestionado- de Istambul veem com frequência dois tipos de cartazes: da final da Champions League e de políticos, como o do presidente Recep Tayyip Erdogan dizendo "obrigado" pela reeleição.A cidade, de 15 milhões de habitantes, recebe neste sábado (10) o jogo entre Manchester City e Inter de Milão, no Estádio Olímpico Atatürk.A final do maior torneio de clubes europeu ocorre depois de meses turbulentos na Turquia. Em fevereiro, um terremoto deixou mais de 50 mil mortos e 200 mil prédios destruídos. O epicentro do tremor foi no sul do país, a mais de mil quilômetros de Istambul.Houve, depois, uma campanha eleitoral acirrada. Em 28 de maio, Erdogan foi reeleito, em segundo turno, por margem estreita: 52% dos votos. Ele está no poder há 20 anos: foi premiê e, desde 2014, é presidente. Agora, terá mais cinco anos de mandato.LEIA TAMBÉM: Judiciário gaúcho apoia a Campanha do Agasalho do EstadoNo cargo, ele foi concentrando poder e aproximou a Turquia do modelo de autocracia, no qual a oposição tem menos espaço e o partido no governo vai sufocando vozes discordantes.Um dos sinais da falta de democracia está na internet: alguns sites de notícias estrangeiros, como a agência alemã DW, não estão disponíveis. Páginas como Wikipedia e Twitter já sofreram bloqueios. Pornografia e aplicativos de paquera LGBT são barrados. Erdogan tem posição conservadora e, na eleição, buscou apontar as relações homoafetivas como uma bandeira da oposição.Na Turquia, a posse é rápida: ocorreu uma semana depois do pleito. No sábado (3), Erdogan começou o novo mandato, prometendo construir um "século da Turquia".Um dia depois do discurso, muitos carros foram para as ruas de Istambul, mas por outra razão. O Galatarasay, time de futebol do lado europeu da cidade, venceu o Fenerbahçe, que fica na parte asiática, por 3 a 0, na última rodada do Campeonato Turco, do qual já era vencedor antecipado.Istambul fica na divisa entre Europa e Ásia e se estende por territórios dos dois continentes. As duas partes se separam pelo estreito de Bósforo, que tem apenas um quilômetro de extensão em alguns trechos e é atravessado facilmente por pontes e túneis.A festa da torcida do Galatasaray no domingo se concentrou na praça Taksim, onde centenas de torcedores ficaram por horas cantando e agitando sinalizadores e bandeiras, sob olhar atento de policiais.A Taksim foi cenário de muitos protestos contra o governo na década passada, como parte do movimento que ficou conhecido como Primavera Árabe. Apesar das manifestações contrárias, Erdogan se manteve o poder.Em Istambul, é comum haver detectores de metais e revistas de segurança na entrada de lugares públicos como em hotéis, em shoppings e no metrô. O procedimento, no entanto, muitas vezes é feito de maneira pouco rígida. Em estações, a reportagem viu detectores ligados, sem nenhum agente por perto.LEIA MAIS: Legislação de seguro de vida precisa ser mais específicaA final deste ano terá reforço na segurança, para evitar um problema grave como o que ocorreu no ano passado, em Paris. Na ocasião, houve enorme confusão nos arredores do Stade de France, com bombas de gás usadas contra torcedores. Por causa disso, o início da partida foi adiado em 40 minutos.Neste ano, haverá bloqueios a um quilômetro do estádio, para barrar pessoas sem ingresso. Os espectadores passarão por até três barreiras de segurança até o local do jogo. A venda de bebidas alcoólicas será controlada no entorno da arena e proibida dentro dela.A final será no estádio Atatürk, que tem capacidade para 72 mil pessoas e fica na periferia de Istambul.A expectativa é que a final leve mais de 65 mil viajantes para a cidade, e que possa gerar mais de US$ 120 milhões (R$ 589 milhões) em faturamento, estima a associação de turismo local. Espera-se que cada pessoa gaste em torno de US$ 2 mil (cerca de R$ 9,8 mil) na visita.
Os motoristas que dirigem pelo trânsito -muitas vezes congestionado- de Istambul veem com frequência dois tipos de cartazes: da final da Champions League e de políticos, como o do presidente Recep Tayyip Erdogan dizendo "obrigado" pela reeleição.

A cidade, de 15 milhões de habitantes, recebe neste sábado (10) o jogo entre Manchester City e Inter de Milão, no Estádio Olímpico Atatürk.

A final do maior torneio de clubes europeu ocorre depois de meses turbulentos na Turquia. Em fevereiro, um terremoto deixou mais de 50 mil mortos e 200 mil prédios destruídos. O epicentro do tremor foi no sul do país, a mais de mil quilômetros de Istambul.

Houve, depois, uma campanha eleitoral acirrada. Em 28 de maio, Erdogan foi reeleito, em segundo turno, por margem estreita: 52% dos votos. Ele está no poder há 20 anos: foi premiê e, desde 2014, é presidente. Agora, terá mais cinco anos de mandato.

LEIA TAMBÉM: Judiciário gaúcho apoia a Campanha do Agasalho do Estado

No cargo, ele foi concentrando poder e aproximou a Turquia do modelo de autocracia, no qual a oposição tem menos espaço e o partido no governo vai sufocando vozes discordantes.

Um dos sinais da falta de democracia está na internet: alguns sites de notícias estrangeiros, como a agência alemã DW, não estão disponíveis. Páginas como Wikipedia e Twitter já sofreram bloqueios. Pornografia e aplicativos de paquera LGBT são barrados. Erdogan tem posição conservadora e, na eleição, buscou apontar as relações homoafetivas como uma bandeira da oposição.

Na Turquia, a posse é rápida: ocorreu uma semana depois do pleito. No sábado (3), Erdogan começou o novo mandato, prometendo construir um "século da Turquia".

Um dia depois do discurso, muitos carros foram para as ruas de Istambul, mas por outra razão. O Galatarasay, time de futebol do lado europeu da cidade, venceu o Fenerbahçe, que fica na parte asiática, por 3 a 0, na última rodada do Campeonato Turco, do qual já era vencedor antecipado.

Istambul fica na divisa entre Europa e Ásia e se estende por territórios dos dois continentes. As duas partes se separam pelo estreito de Bósforo, que tem apenas um quilômetro de extensão em alguns trechos e é atravessado facilmente por pontes e túneis.

A festa da torcida do Galatasaray no domingo se concentrou na praça Taksim, onde centenas de torcedores ficaram por horas cantando e agitando sinalizadores e bandeiras, sob olhar atento de policiais.

A Taksim foi cenário de muitos protestos contra o governo na década passada, como parte do movimento que ficou conhecido como Primavera Árabe. Apesar das manifestações contrárias, Erdogan se manteve o poder.

Em Istambul, é comum haver detectores de metais e revistas de segurança na entrada de lugares públicos como em hotéis, em shoppings e no metrô. O procedimento, no entanto, muitas vezes é feito de maneira pouco rígida. Em estações, a reportagem viu detectores ligados, sem nenhum agente por perto.

LEIA MAIS: Legislação de seguro de vida precisa ser mais específica

A final deste ano terá reforço na segurança, para evitar um problema grave como o que ocorreu no ano passado, em Paris. Na ocasião, houve enorme confusão nos arredores do Stade de France, com bombas de gás usadas contra torcedores. Por causa disso, o início da partida foi adiado em 40 minutos.

Neste ano, haverá bloqueios a um quilômetro do estádio, para barrar pessoas sem ingresso. Os espectadores passarão por até três barreiras de segurança até o local do jogo. A venda de bebidas alcoólicas será controlada no entorno da arena e proibida dentro dela.

A final será no estádio Atatürk, que tem capacidade para 72 mil pessoas e fica na periferia de Istambul.

A expectativa é que a final leve mais de 65 mil viajantes para a cidade, e que possa gerar mais de US$ 120 milhões (R$ 589 milhões) em faturamento, estima a associação de turismo local. Espera-se que cada pessoa gaste em torno de US$ 2 mil (cerca de R$ 9,8 mil) na visita.