Após mais um episódio de racismo contra o brasileiro Vinicius Junior no futebol espanhol (o décimo na temporada vigente), o Conselho Superior de Esportes, a Secretaria de Estado para o Esporte e o Ministério da Cultura e do Esporte divulgaram um comunicado repudiando a violência no futebol. Os três órgãos fazem parte do governo do país. O texto foi endossado pelo presidente da Espanha, Pedro Sánchez, no Twitter. Nem o comunicado nem o político citaram Vinicius pelo nome.
"Tolerância zero com o racismo no futebol. O esporte se fundamenta nos valores da tolerância e do respeito. O ódio e a xenofobia não devem ter espaço em nosso futebol nem em nossa sociedade", escreveu Sánchez. No último domingo (21), o atacante do Real Madrid foi alvo de insultos raciais na partida contra o Valencia, disputada no estádio Mestalla, pelo campeonato espanhol. Ele chegou a apontar para um dos agressores. Em confusão ao final do jogo com os jogadores adversários, Vinicius ainda foi o único expulso. Yunus Musah e Giorgi Mamardashvili, também envolvidos no atrito, foram advertidos com cartão amarelo.
No comunicado, o governo condena "de forma enérgica" os insultos racistas que têm acontecido no futebol espanhol. "A xenofobia demonstrada por alguns energúmenos nos envergonha como sociedade (...) A violência, o racismo e qualquer tipo de discriminação são a antítese dos valores do esporte, que são precisamente os de respeito, empatia e o espírito de equipe", afirma o texto.
O comunicado não propõe nenhuma solução concreta para combater o racismo, a não ser promover, junto com a Federação Espanhola e LaLiga (entidade que organiza o torneio nacional) uma campanha de conscientização direcionada aos torcedores. O Valencia anunciou nesta segunda-feira (22) ter identificado um dos torcedores que insultaram o brasileiro.
Nesta terça-feira (23), a polícia espanhola prendeu três jovens pelos insultos ao jogador brasileiro.
Folhapress