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Esportes

Futebol Espanhol

- Publicada em 23 de Maio de 2023 às 12:13

Espanha tem histórico de racismo contra jogadores; Ronaldo já foi vítima

Assim como Vini Jr., outros brasileiros sofreram episódios de racismo na Espanha

Assim como Vini Jr., outros brasileiros sofreram episódios de racismo na Espanha


JOSE JORDAN/AFP/JC
As ofensas proferidas pela torcida do Valencia contra o brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, levantaram, mais uma vez, o debate sobre o racismo contra jogadores de futebol na Espanha. O caso no estádio Mestalla foi o nono de torcidas espanholas contra Vinícius dentro dos estádios. Além de mais um episódio fora das dependências dos clubes, feito pela torcida do Atlético de Madrid, onde um boneco com a camisa 20 de Vini Jr foi pendurado pelo pescoço em uma ponte da capital. O jogador tem sido a maior vítima de racismo na Espanha recentemente. Infratores costumam chamar o brasileiro de "mono" (macaco em espanhol) e desejar sua morte.
As ofensas proferidas pela torcida do Valencia contra o brasileiro Vinícius Júnior, do Real Madrid, levantaram, mais uma vez, o debate sobre o racismo contra jogadores de futebol na Espanha. O caso no estádio Mestalla foi o nono de torcidas espanholas contra Vinícius dentro dos estádios. Além de mais um episódio fora das dependências dos clubes, feito pela torcida do Atlético de Madrid, onde um boneco com a camisa 20 de Vini Jr foi pendurado pelo pescoço em uma ponte da capital. O jogador tem sido a maior vítima de racismo na Espanha recentemente. Infratores costumam chamar o brasileiro de "mono" (macaco em espanhol) e desejar sua morte.
Apesar de Vinícius Jr. ser a vítima mais frequente, o racismo nos estádios não é novidade na Espanha. Casos registrados de preconceito racial contra jogadores de futebol vêm desde o século passado. Atletas estrangeiros já sofreram diversos insultos racistas jogando no país. Ronaldo Fenômeno e Daniel Alves, brasileiros que tiveram longas passagens pelo futebol espanhol, foram algumas das vítimas.
RONALDO
O ex-jogador, que na época atuava pelo Real Madrid, sofreu ofensas racistas por parte de torcedores do Málaga. O episódio aconteceu em 2005, em partida válida pelo Campeonato Espanhol. Os infratores proferiram xingamentos a Ronaldo quando ele foi substituído por Michael Owen, aos 40 minutos do 2º tempo. O brasileiro, irritado, reagiu atirando uma garrafa de água em direção à torcida. ''Quando cheguei perto do banco de reservas, dois jovens começaram a falar palavras racistas contra eu e minha mãe. Eu reagi de forma errada, mas os insultos foram muito pesados'', disse o atleta, que pediu desculpas pelo ato.

DANIEL ALVES
 Torcedores do Villareal atiraram uma banana em direção ao então jogador do Barcelona, em 2014. Daniel Alves, que estava próximo da torcida para cobrar escanteio, respondeu descascando e comendo um pedaço da fruta. O Villarreal recebeu multa de 12 mil euros (R$ 37,2 mil na cotação da época) e a arquibancada de onde partiu a banana foi fechada por apenas uma partida. O torcedor que cometeu o ato perdeu seu carnê de sócio do clube e foi proibido de frequentar o estádio pelo resto da vida.

ETO'O
O atacante camaronês foi vítima de ofensas racistas em diversas ocasiões durante sua passagem pelo Barcelona. Em 2004, torcedores de Getafe e Albacete se dirigiram a Eto'o imitando macacos. Mas a gota d'água para o atacante foi em 2006, quando o episódio se repetiu. O camaronês declarou que abandonaria o gramado devido a gritos racistas da torcida do Zaragoza. O árbitro o convenceu a permanecer em campo. Ronaldinho Gaúcho, colega de time, manifestou apoio ao camaronês. "Se Eto'o deixasse a partida, eu teria ido com ele", disse após o fim da partida. A Federação Espanhola aplicou multa de 9 mil euros (R$ 25,3 mil na cotação da época) ao Zaragoza.
Jogadores de origem africana foram alvo de racismo em outras ocasiões. Thomas Nkono foi descriminado por torcedores do Barcelona em 1982. Carlos Kameni ouviu gritos de "macaco" por parte da torcida do Zaragoza em 2004. Mouctar Diakhaby, Frédéric Kanouté e Yaya Touré são outros exemplos de vítimas do racismo nos estádios. Um caso recente que ganhou repercussão aconteceu com Iñaki Williams. O atacante do Athletic Bilbao ouviu gritos de "macaco" ao ser substituído no Cornellà-El Prat, estádio do Espanyol, em 2020. O caso chegou a ser repudiado por Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol.