Não foram apenas os pilotos da Mercedes que ficaram decepcionados com o carro na estreia da temporada da Fórmula 1, domingo, no GP do Bahrein. O diretor executivo Toto Wolff se irritou muito com a falta de progresso e reclamou que "tudo está errado" na escuderia. Em contrapartida, falou sob a evolução da Aston Martin e elogiou a rival Red Bull, dizendo que a atual campeã de Pilotos e Construtores pode ganhar todas as corridas na temporada.
"Bem, (no Bahrein) foi um dos piores dias de corridas, realmente nada bom. Só nos falta ritmo à frente, à direita e ao centro. Esse é o reflexo", disparou Wolff, em entrevista às Sky Sports. "A Aston Martin é muito rápido, eles merecem isso, e a Red Bull está em um planeta diferente", avaliou.
Wolff não ficou surpreso com a dobradinha da Red Bull, mas se lembrou dos áureos tempos da Mercedes. "Isso que dói, porque eles estão muito à frente. Me lembra de nossos melhores anos, em que colocávamos um segundo (por volta) em todos os outros", disse. "Essa é a referência, mas precisamos dar um passo após o outro para simplesmente voltar, e podemos fazer isso. Absolutamente podemos."
O diretor ainda afirmou que não dá para esperar a chegada da temporada europeia, que começa em Ímola, na sexta corrida do ano, com o GP da Emília-Romagna. Para ele, a evolução tem de vir antes. Ele sabe que na Arábia Saudita, na próxima semana, é impossível, mas quer apresentar melhores já na Austrália, dia 2 de abril.
"Não dá para esperar. Precisamos ser muito mais radical nas etapas do que apenas esperar uma atualização de três décimos", afirmou. Wolff ainda falou ao portal austríaco OE24, no qual também mostrou toda sua revolta com o trabalho da equipe.
"Por minhas ambições, foi terrível ver nosso déficit. Há um time que está a quilômetros de distância (Red Bull), brincando com a concorrência e depois dessa primeira corrida, acho que vão vencer todas as outras."
Wolff ainda explicou o motivo de a Aston Martin ter progredido tanto. "Eles trouxeram um homem da Red Bull (o diretor técnico Dan Fallows), que de repente conseguiu deixar o carro dois segundos mais rápido. Um ano atrás, a Aston Martin estava em 17º e 19º nos treinos. Lance Stroll correu na parte da frente do grid com duas mãos quebradas, além de um dedo do pé quebrado. Isso prova como o carro é bom. Nunca vi um salto tão grande na Fórmula 1."