Max Verstappen já sacramentou seu bicampeonato e a Red Bull confirmou o título no Mundial dos Construtores. Mesmo assim, o GP de São Paulo de Fórmula 1 terá muito em jogo, até para os protagonistas da temporada. A corrida no Autódromo de Interlagos, no domingo (13), deve confirmar os vice-campeões, tanto entre os pilotos quanto entre as equipes, pode ampliar recordes do holandês e ainda será decisivo para a famosa "dança das cadeiras".
O fim de semana será decisivo para Red Bull, Ferrari e Mercedes. O time austríaco quer ajudar Sergio Pérez a confirmar o segundo lugar. O mexicano ocupa a vice-liderança por apenas cinco pontos na disputa direta com Charles Leclerc: 280 a 275. Na capital paulista, estarão em disputa 34 pontos, o que pode garantir a Pérez seu primeiro vice-campeonato na F-1.
Mas o que mobiliza maior energia na F-1 é a disputa por posições no Mundial de Construtores, que distribui premiação polpuda, na casa das centenas de milhões de euros. O segundo lugar na tabela, portanto, pode mudar totalmente o orçamento de uma equipe para 2023.
Ferrari e Mercedes estão nesta disputa, separados por 40 pontos. Os italianos são os favoritos a garantir o vice, com seus 487 pontos. Mas a Mercedes, com 447, admite sonhar ainda com o segundo posto geral.
"Estamos aqui para terminar em segundo no campeonato", afirmou James Vowles, sem meias palavras, o principal responsável pela estratégia da Mercedes. "Cada corrida em que conseguimos reduzir essa diferença é um sucesso para nós. No México, tiramos 13 pontos e agora temos 40 a buscar, faltando duas corridas para o fim do campeonato."
Nesta busca, a Mercedes terá em São Paulo uma oportunidade preciosa porque a prova brasileira vai dar pontos também no sábado, por conta da disputa da corrida sprint, que dá oito pontos ao vencedor. "Felizmente, temos a sprint. E agora temos um bom pacote, diferentemente do início da temporada", disse Vowles.
DANÇA DAS CADEIRAS
Individualmente, o GP paulistano também será decisivo para um piloto: Mick Schumacher. O alemão já ganhou um ultimato da chefia da Haas para mostrar serviço nestas duas últimas etapas do campeonato - a ser encerrado em Abu Dabi, no dia 20 deste mês. O filho de Michael Schumacher só tem contrato até o fim do ano.
O time norte-americano já confirmou o dinamarquês Kevin Magnussen para 2023. E agora espera pelo desempenho de Mick para confirmar sua dupla de pilotos para o próximo ano. Nico Hülkenberg e Antonio Giovinazzi, que já foram titulares da F-1, estão de olho nesta vaga.
Além da Haas, a Williams ainda não assegurou sua dupla para o próximo ano. O tailandês Alex Albon está confirmado, mas não há um nome garantido para o lugar de Nicholas Latifi, que se despedirá da F-1 ao fim do ano. O mais forte candidato a ocupar este assento é o norte-americano Logan Sargeant, que até pilotará pela equipe no segundo treino livre do GP deste fim de semana.
MAX VERSTAPPEN
Campeão com quatro etapas de antecedência, Verstappen vem derrubando recordes a cada corrida nesta segunda metade da temporada. Ele já superou as marcas de maior número de vitórias (14) e de pontos (416) num mesmo campeonato. Em São Paulo, o piloto da Red Bull poderá ampliar estes recordes, alcançados com a ajuda de uma temporada mais longa, algo mais recente na história da F-1.
O 2023 será a de maior número de provas num mesmo ano: 24. Ou seja, haverá mais oportunidades para as marcas atuais de Verstappen serem igualadas no futuro, uma vez que os donos da F-1 já indicaram que temporadas longas vão se tornar o padrão na categoria.
Verstappen ainda poderá atingir novo recorde: o de maior diferença para o segundo colocado. No momento, o dono da marca é o alemão Sebastian Vettel, que obteve o feito em 2013. Ele terminou com uma vantagem de 155 pontos sobre o vice-campeão Fernando Alonso. A diferença atual entre Verstappen e Pérez é de 136 pontos.