O Inter agiu rápido após a inesperada
saída de Eduardo Coudet. No início da tarde desta terça-feira (10), o presidente Marcelo Medeiros apresentou um velho conhecido da torcida colorada: Abel Braga. Abelão chega para a sua sétima passagem pelo clube, com o desafio de pegar o time na liderança do Campeonato Brasileiro, nas oitavas de final da Libertadores e na véspera do confronto de ida pelas quartas de final da Copa do Brasil, quando recebe o América-MG, nesta quarta-feira (11), às 21h30min, no Beira-Rio.
A vinda do campeão Mundial e da Libertadores em 2006, em princípio, é curta. O treinador assinou até fevereiro de 2021, tendo em vista as eleições presidenciais que o clube terá no próximo mês. A última passagem de Abel foi em 2014. Na época, o Inter foi tetracampeão gaúcho com 87% de aproveitamento e duas vitórias nos Grenais decisivos, incluindo a goleada de 4 a 1, em Caxias do Sul. No Brasileirão daquele ano, o time terminou em 3º lugar e garantiu vaga para a Libertadores de 2015.
Junto com Abel chegam o auxiliar técnico Leomir de Souza e o analista de desempenho Alex da Costa. Após a coletiva, o trio já foi analisar o América-MG de Lisca, adversário desta quarta. As perguntas envolvendo Coudet foram as primeiras a serem feitas ao velho-novo comandante e ele foi só elogios. "Não vou ousar mudar aquilo que vem dando certo", afirmou.
Ele ainda analisou o desempenho da equipe sob o comando do argentino: "O trabalho foi muito bom, não está dentro da minha competência fazer qualquer tipo de julgamento sobre a saída, se foi conturbada ou não. É uma equipe voltada à luta, bem dirigida, tanto que está brigando por tudo”, avaliou.
Sobre priorizar determinada competição, diante da sequência maluca de jogos em virtude da pandemia, Abel disse que o momento é mais de diálogo e análise do que de tempo para treinar. "Tem jogos que podem ser de grande importância trabalhar em cima do que a fisiologia passa. Sei que temos alguns problemas de contusão. É muita coisa para um calendário apertado. O jogador precisa ter leitura e entender onde você quer chegar, ele precisa entender o jogo”, apontou.
Sobre os últimos trabalhos, Abelão avaliou a passagem por Cruzeiro (setembro de 2019) e Vasco (março deste ano). “O Cruzeiro foi em um momento em que até poderia não aceitar, mas a pedido de jogadores, que me ligaram, peguei como estava. Ficamos 10 jogos sem perder, mas após sair da Libertadores e da Copa do Brasil, quando olhou para o Brasileirão, tinha poucos pontos. Já o Vasco, fiquei dois meses. Havia uma pendência colocada durante a minha contratação. Em fevereiro, não ocorreu. Veio a parada, em 13 de março, e aí aproveitei, falei com o presidente e me afastei. Não há nada de diferente. O Abel é o Abel”, explicou.
Abelão falou ainda que não esperava voltar a comandar uma equipe no Brasil e que estava mais inclinado a trabalhar na Grécia ou no mundo árabe. Mas já que voltou a Porto Alegre, está na hora de o Inter voltar a ganhar títulos e está em três competições para buscar os títulos. "E se eu puder ganhar tudo, já pensou? Já tenho uma relação muito forte com o torcedor. O que conseguir ganhar, o que vier para nós será muito bom. Está na hora. Este clube é muito, muito grande", desejou o velho-novo técnico.