Empossado há menos de 15 dias como secretário de Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul, Francisco Xavier de Vargas Neto se depara com um cenário bem diferente do enfrentado pelos seus antecessores. Em meio à pandemia do coronavírus, o novo secretário já tem como principal desafio na gestão a retomada das competições e a liberação de modalidades esportivas em todo o Rio Grande do Sul.
Vargas Neto afirma, sem pestanejar, que a grande empreitada da pasta é o retorno do futebol, por atrair mais a atenção do público, movimentar a economia e gerar interesse em diferentes áreas.
Uma de suas primeiras reuniões foi com a Federação Gaúcha de Futebol (FGF), no dia 8 de junho, e que voltaria a ocorrer na sexta-feira passada. Entretanto, o encontro foi transferido para esta quinta-feira devido às mudanças de alguns pontos no plano de distanciamento social adotado pelo governador Eduardo Leite.
"Nesta nova reunião no Palácio Piratini, a FGF irá propor um novo plano para a secretária Leany Lemos (ex-titular do Planejamento e que atua no modelo de distanciamento controlado) e para o secretário Otomar Vivian (Casa Civil). Vamos ver o que a entidade irá apresentar de projeto para a retomada dos campeonatos", conta Vargas Neto.
O secretário acredita que as mudanças de bandeiras, ocorridas em algumas regiões neste final de semana, frustraram os planos da FGF. Caxias do Sul, por exemplo, estava cotada para ser uma das sedes para a realização de partidas em uma possível volta do Campeonato Gaúcho no final de julho. No entanto, a alteração para a bandeira vermelha freia qualquer planejamento. Neste caso, uma nova mudança poderá ser feita apenas daqui a 15 dias. "No momento, não temos a menor condição de definir datas", enfatiza.
Assim como o futebol, outras modalidades também buscam conversas com a secretaria. Na semana passada, Vargas Neto visitou a Sogipa e o Grêmio Náutico União para tratar da liberação de diversas modalidades olímpicas orientadas por estes dois clubes de Porto Alegre. "Todos nós queremos a liberação, mas não podemos ir contra a ciência. O que os estudos indicam através das cores das bandeiras são dados técnicos. Com isso, não temos muito o que discutir e sim aguardar os próximos levantamentos", relata.
Ontem pela manhã, o secretário conversou com a Associação dos Corredores de Rua do Rio Grande do Sul, responsável pela organização de mais 1,2 mil eventos ao longo do ano. Juntamente com a pasta, eles buscam a elaboração de protocolos de saúde para encontrar formas de retornar as corridas. "Nós fomos francos. Neste e no próximo mês dificilmente haverá uma liberação. A Associação analisa como está sendo o retorno em outros países, com a extinção da premiação e uma nova forma de largada, que aglomera muita gente", conta Vargas Neto.
De acordo com o secretário, a pandemia paralisou dezenas de outras atividades programadas pela secretaria. Eventos como os Jogos Estudantis e Universitários, torneios paralímpicos e o Gauchão de Várzea precisaram ser cancelados ou suspensos. "Este ano seria maravilhoso para o esporte se não fosse esse drama todo provocado pela doença", conclui.