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Publicada em 10 de Outubro de 2024 às 18:36

L&PM: uma editora com 50 anos, milhões de livros e inúmeras histórias

Paulo de Almeida Lima e Ivan Pinheiro Machado são responsáveis pela editora, um dos marcos do mercado editorial gaúcho e brasileiro

Paulo de Almeida Lima e Ivan Pinheiro Machado são responsáveis pela editora, um dos marcos do mercado editorial gaúcho e brasileiro

ACERVO L&PM EDITORES/DIVULGAÇÃO/JC
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Juarez Fonseca, especial para o JC
Juarez Fonseca, especial para o JC
 
Filho de Antônio Pinheiro Machado Neto (1924-1998), um dos primeiros deputados comunistas gaúchos, cassado e perseguido em 1948 e em 1964, o universitário Ivan Gomes Pinheiro Machado foi apresentado a Paulo de Almeida Lima em uma tarde de 1972, na Rua da Praia. Filho do livreiro Mário de Almeida Lima (1924-2003), um dos três criadores (1954) da Feira do Livro de Porto Alegre, o também universitário Paulo de Almeida Lima abrira uma agência de publicidade e procurava um sócio para tocar o negócio com ele. Alguém articulado e com bom texto. Ivan era o cara - e já atuava como fotógrafo no jornal Zero Hora e na sucursal gaúcha da Editora Abril. Naquele dia, começava a nascer a L&PM, mais importante editora do Estado e uma das maiores do Brasil, ao lado da histórica Editora Globo.
Vamos lembrar um pouco daquele início.
Ivan levou para a agência Edgar Vasques, seu colega na Faculdade de Arquitetura da Ufrgs, bem-humorado e ótimo desenhista. Em seguida, entraram mais três sócios e a empresa ganhou nome, Ciclo 5. Dois anos depois, em 1974, estimulada pelo pai de Paulo (daqui pra frente apenas Lima), mesmo sem qualquer experiência no ramo, a dupla resolve fechar a agência e criar uma editora cujo nome uniria as iniciais de seus sobrenomes. Qual seria o primeiro livro? A ideia estava ao lado: Edgar Vasques, claro, que era sucesso no caderno de humor da Folha da Manhã com as tiras do personagem Rango, marginal que vive em meio ao lixo com o filho pequeno e alguns parceiros de miséria. Erico Verissimo escreveu o elogioso prefácio ("Um herói do nosso tempo") e Rango 1 seria o mais vendido na Feira do Livro daquele ano.
"Nem parece que se passaram 50 anos, meio século!", reflete Ivan. "É a nossa vida", sublinha Lima. Ivan faz um resumo: "olhando pra trás, foi como uma corrida de obstáculos. Atravessamos uma ditadura, cinco moedas, inflação que chegou a 80%, pandemia, este ano a enchente que atingiu nosso depósito...". Lima acrescenta: "s.em esquecer que enfrentamos a quebra de três grandes redes de livrarias, a La Selva, a Cultura e a Saraiva, que nos deixou um prejuízo de um milhão de dólares. Naquela época, eu passava as manhãs na editora e as tardes nos bancos, sempre correndo atrás da máquina".
Mas o lado do sucesso é mais importante. Nesse tempo, a editora lançou cerca de três mil títulos, sendo 1.500 na coleção L&PM Pocket. Eles não têm ideia de quantos livros já foram vendidos, a não ser os da coleção Pocket, mais de 30 milhões de 1997 para cá. "Nos orgulhamos dessa produção enorme de livros, que ajudou muita gente a ler", diz Lima. A gratificação pelo trabalho realizado ameniza todos os problemas. Só os autores gaúchos lançados são dezenas, a começar pelo primeiro best-seller, O Analista de Bagé, de Luis Fernando Verissimo, marco desses 50 anos. Lançado em 1981, O Analista permaneceu dois anos entre os dois primeiros lugares na lista da revista Veja, vendeu mais de 600 mil cópias, fez do filho de Erico um nome nacional, destacado na capa da própria Veja de 7 de julho de 1982 com o título "O campeão do humor". O Analista chegou à 100ª edição e a editora publicou 30 títulos de Verissimo.
E tem o fenômeno Martha Medeiros (32 títulos, mais de um milhão de cópias vendidas), Moacyr Scliar, Josué Guimarães, Cyro Martins, Sergio Faraco (patrono da Feira do Livro deste ano), Tabajara Ruas, Mario Quintana, Luiz Antônio de Assis Brasil, Paulo Brossard, Caio Fernando Abreu, Carlos Reverbel, J. A. Severo, Nei Duclós, Sérgio Capparelli, Luís Augusto Fischer, Cláudio Moreno, Celso Loureiro Chaves, Celso Pedro Luft, Célia Ribeiro, Sérgio Jockymann, José Lutzenberger, Antônio Carlos Rezende, David Coimbra, Roberto Bittencourt Martins, Eduardo Bueno, Santiago, José Antonio Pinheiro Machado (o Anonymus Gourmet), Fernando Lucchese e mais. Ficção, crônica, ensaio, poesia, linguística, política, história, culinária, ecologia, comportamento, medicina, humor...
 

Público jovem encontra catálogo múltiplo

Capa de 'Rango 1', de Edgar Vasques, primeiro livro (e primeiro sucesso de vendas) da L&PM Editores

Capa de 'Rango 1', de Edgar Vasques, primeiro livro (e primeiro sucesso de vendas) da L&PM Editores

L&PM EDITORES/DIVULGAÇÃO/JC
Considerada pelos organizadores uma edição histórica, a 27ª Bienal do Livro de São Paulo, encerrada no dia 15 de setembro, teve 227 mil visitantes. "Eram filas enormes para entrar, pagando um ingresso de R$ 45,00", lembram Paulo Lima e Ivan Pinheiro Machado, que lá estavam com a L&PM. Em seu amplo espaço, a editora gaúcha expôs mais de 1.300 títulos (todos os livros ativos), tendo vendido cerca de dez mil exemplares, principalmente da coleção Pocket, a que mais atrai os jovens, pelo baixo custo. Ivan ficou impressionado com a grande presença desse tipo de público, o que traz perspectivas otimistas tanto para o mercado livreiro como para a cultura brasileira. "Devemos muito às bienais, que se realizam alternadamente em São Paulo e no Rio de Janeiro, porque elas nos deram visibilidade nacional", conta Ivan.
Entre os mais vendidos da editora nessa última Bienal estão dois clássicos: 100 Sonetos de Amor, de Pablo Neruda (sim, poesia vende) e As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano (desde 2010 já vendeu mais de 300 mil cópias). O último de Martha Medeiros, Conversa na Sala, também ficou nas pontas. O uruguaio Galeano (1940-2015) foi um dos amigos conquistados pelo pessoal da L&PM desde a publicação de seu primeiro livro no Brasil. Há muitas fotos dele em Porto Alegre.
"Uma das coisas mais gratificantes foi ter conhecido e feito amizade com tanta gente incrível, como o Galeano, o Verissimo, o Faraco, o Millôr Fernandes", avalia Lima. "Com o Millôr (1923-2012) foram 30 anos de convivência. Íamos ao Rio e jantávamos com ele, ele vinha para cá e íamos para os interiores. Fizemos até uma foto dele pilchado em Bagé." (A L&PM lançou toda a obra de Millôr, destacando as 530 páginas de Millôr Definitivo - A bíblia do Caos, e as traduções de todo o teatro de Shakespeare.)
Podemos imaginar a quantidade de histórias armazenada por Ivan e Lima - por que não escrevem um livro?, é a pergunta que todos fazem. Uma delas: em 1978, a L&PM comprou da editora norte-americana Random House os direitos de publicação de Cuca Fundida, de Woody Allen (até hoje muito vendido), com tradução de Ruy Castro. Edgar Vasques fez a bela capa e o cartaz de divulgação. O livro foi enviado à Randon House, que manifestou contrariedade pelo fato de a capa não ter sido submetida à avaliação de Woody, como estava no contrato. Vira a página: meses depois, em Nova York, Lima vai visitar as dependências da Random House. Ao chegar na recepção, surpresa: na parede, atrás da recepcionista, estava o cartaz de Edgar Vasques...
Mais uma: em ousada iniciativa, lançam, em 2014, um clássico de Jean-Paul Sartre, O Idiota da Família, cinco mil páginas em três volumes. Ainda fazendo as contas para ver como pagariam, recebem um telefonema da Embaixada da França, dizendo que tomaram conhecimento da edição e que, em nome do governo francês, bancariam 80% dos custos! Outra: em 1978, lançaram o livro Memórias de um Revolucionário, do general Olímpio Mourão Filho, que, entre outras coisas, criticava os generais da ditadura. O governo Geisel aguardou que a primeira edição fosse impressa e mandou apreender os cinco mil volumes. Depois de uma árdua batalha jurídica, no ano seguinte, com a anistia, o livro foi liberado por sentença de um juiz. E acabou vendendo mais de 60 mil exemplares. "Nos salvou do prejuízo", diz Ivan. 

Encontro de humoristas na Feira de 1976 (em pé, Fraga, Canini, Ivan, Santiago, Mario Quintana, Claudio Levitan, Edson Kozminski e Lima; sentados, Caulos e Verissimo)

Encontro de humoristas na Feira de 1976 (em pé, Fraga, Canini, Ivan, Santiago, Mario Quintana, Claudio Levitan, Edson Kozminski e Lima; sentados, Caulos e Verissimo)

ACERVO L&PM EDITORES/DIVULGAÇÃO/JC
A primeira tradução saiu em 1976, Confidência Africana, do francês Roger Martin Du Gard. Além dele, Neruda, Galeano, Woody Allen e Sartre, a lista de nomes internacionais é imensa: Anthony Burgess, Tom Wolfe, Gramsci, Hegel, Nietzche, Dashiell Hammett, Fernando Pessoa, Isaac Asimov, Oscar Wilde, Agatha Christie (101 títulos!), Júlio Verne, Dostoievski, Kafka, Balzac, Jorge Luis Borges, Cervantes, Proust, Kant, Confúcio, Lewis Carroll, Henry Miller, Émile Zola, Edgar Allan Poe, Rimbaud, Voltaire, Camões, Tolstoi, Maupassant, Eça de Queirós, Gorki, Anaïs Nin, Charles Bukowski (toda a obra), Jack Korouak, Allen Ginsberg, Yuval Noah Harari (Sapiens – Uma breve história da humanidade vendeu mais de 900 mil exemplares)...

... Virginia Wolff, Garcia Lorca, Raymond Chandler, Sófocles, Scott Fitzgerald, Mário Benedetti, Truman Capote, Alexandre Dumas, Marquês de Sade, Maquiavel, Flaubert, Bocage, Patricia Hinghsmith, Graham Greene, Rilke, Plutarco, Schopenhauer, Bocage, e mais e mais. Sem contar as biografias de gente como Jimi Hendrix, Luther King, Napoleão Bonaparte, Che Guevara, Buda, Billie Holiday, Beethoven, Andy Warhool, Einstein, Da Vinci, Gandhi, Freud, Picasso...

Da ditadura ao humor e os clássicos brasileiros

Sergio Faraco, Eduardo Galeano, Ivan e Lima, em frente a uma banca da L&PM

Sergio Faraco, Eduardo Galeano, Ivan e Lima, em frente a uma banca da L&PM

ACERVO L&PM EDITORES/DIVULGAÇÃO/JC
Eleito pelo MDB, partido de oposição à ditadura, o senador Paulo Brossard (1924-2015) era assíduo frequentador da Livraria Lima, situada na avenida Borges de Medeiros. O dono da livraria era Mário Lima, também diretor da sucursal do jornal O Estado de S.Paulo, em sala anexa. Foi em um encontro lá que Ivan e Paulo Lima acertaram com Brossard a publicação de alguns textos e do discurso feito no Congresso sobre a proibição da peça Romeu e Julieta, encenada pelo Ballet Bolshoi, que seria transmitida pela TV Globo. O ministro da Justiça do general Geisel afirmou que o Bolshoi, por ser uma companhia russa, e a Rússia fazer parte da União Soviética, poderia apresentar uma leitura comunista da tragédia de Shakespeare e proibiu a transmissão que já havia sido anunciada. Lançado em 1976, O Ballet Proibido chegou à lista dos mais vendidos. De Brossard, a L&PM também publicou Chega de Arbítrio e É Hora de Mudar.
Em tempos escuros, o humor era uma pauta constante - já em 1976 foi lançada em dois volumes a Antologia Brasileira do Humor, com 83 nomes. Do mesmo ano são o primeiro (dos tantos) do cartunista Santiago, Humor Macanudo, e Nobre do Princípio ao Fim, de Carlos Nobre. Quadrinhos, outra constante, dos volumes História da História em Quadrinhos, de Álvaro Moya e Enciclopédia dos Quadrinhos, de Goida, aos álbuns da extensa coleção "Quadrinhos L&PM", com os maiores desenhistas e personagens, do Rango ao underground de Robert Crumb, aos Peanuts, Recruta Zero, Valentina, Paulette, Dick Tracy, Macanudo Taurino, O Fantasma, Tarzan, O Analista de Bagé (desenhos de Edgar Vasques), Hagar, Spirit, Mônica, Cebolinha, Cascão...
Já nos primeiros anos, a editora gaúcha passou a apostar em um catálogo diferenciado e amplo para atender a todos os tipos de leitores. Enfrentou revezes, mas soube enfrentá-los. Na drástica queda das vendas do início do Plano Real, foi salva pela grande sacada da L&PM Pocket, maior catálogo de livros de bolso do Brasil, disponível em centenas de espaços, inclusive bancas de revistas. Na enchente deste ano, quando viu a água invadindo o enorme depósito na Zona Norte da cidade Lima teve o descortínio de fazer subirem as partes mais baixas das estantes. E as perdas não foram grandes. "Depois dos sobressaltos com a censura, a inflação alta, os juros do Plano Real, a falência das redes de livrarias, a pandemia e a enchente, só faltava a Terceira Guerra Mundial", ironiza Lima.
 

Millôr Fernandes, pilchado, visita a cidade de São Borja em 1981

Millôr Fernandes, pilchado, visita a cidade de São Borja em 1981

ACERVO L&PM EDITORES/DIVULGAÇÃO/JC
Mas não. O catálogo da editora segue disponível em edições em papel e e-book, podendo ser conferido em www.lpm.com.br. Já vimos nomes do Rio Grande do Sul e internacionais. Agora, alguns brasileiros, além dos já citados: Machado de Assis, José de Alencar, Hélio Silva, Darcy Ribeiro, Lima Barreto, Álvares de Azevedo, Lygia Fagundes Telles, Dalton Trevisan, Antônio Bivar, Monteiro Lobato, Hilda Hilst, Laerte, Mário de Andrade, Euclides da Cunha, Marina Colasanti, Caulos, Augusto dos Anjos, Tárik de Souza e mais, e mais. Para fechar, um livro de autor gaúcho e personagem carioca, um dos lançamentos do ano, música e política, já em segunda edição, que terá autógrafos na Feira: O Que Não Tem Censura Nem Nunca Terá, do jornalista Márcio Pinheiro sobre Chico Buarque.

Lançamentos na 70ª Feira do Livro de Porto Alegre

'Digno é o Cordeiro' e 'Aquarela Brasileira', volumes que serão lançados pela L&PM na próxima edição da Feira em Porto Alegre

'Digno é o Cordeiro' e 'Aquarela Brasileira', volumes que serão lançados pela L&PM na próxima edição da Feira em Porto Alegre

L&PM EDITORES/DIVULGAÇÃO/JC
Memórias traumáticas do patrono Sergio Faraco
Um dos grandes lançamentos de 2024: Digno é o Cordeiro - Memórias de um ano sombrio, de Sergio Faraco, o patrono da Feira do Livro deste ano (1º a 20 de novembro na Praça da Alfândega). Assim como a grande maioria das obras do escritor gaúcho, editado pela L&PM. Aqui, Faraco dá prosseguimento às lembranças de sua traumática experiência de vida na União Soviética de 1963 a 1965, narradas em Lágrimas na Chuva - Uma aventura na URSS, lançado em 2002. Esta retomada daquelas memórias é ainda mais contundente, agora registrando o não menos traumático retorno ao Brasil. Orelha do livro:
"Em 1963, Sergio Faraco, então jovem membro do Partido Comunista Brasileiro, viajou a Moscou às expensas do Partido Comunista da URSS para estudar. Acabou se indispondo com o autoritarismo e preso em isolamento no Hospital do Kremlin (espécie de gulag urbano), para ser "reeducado". Retornou em 1965 a um Brasil onde ocorrera um golpe e se iniciara a ditadura militar - que, é claro, não deixaria impune um jovem militante recém-chegado do berço do comunismo.
Ainda alquebrado pela experiência soviética, Faraco foi preso pela Interpol em Porto Alegre, num sobrado da rua Duque de Caxias, e dali não saiu incólume.
Esta importante obra documental rememora e revive os anos de horror de 1964 a 1985 no Brasil. Vigia então o Estado repressor, em que todas as garantias e liberdades individuais estavam suspensas, em que imperava o denuncismo, com vizinhos, conhecidos e até amigos desconfiando uns dos outros, e no qual mesmo uma delação sem fundamento podia significar um caminho até a tortura e a morte."
Grandes nomes da música em 32 entrevistas
Outro lançamento da L&PM na Feira do Livro é o segundo volume de Aquarela Brasileira, de Juarez Fonseca, o autor desta reportagem. São 28 extensas entrevistas com grandes nomes da música brasileira feitas nos anos 1980, mais três entrevistas-bônus. Lançado por outra editora em 2021, o volume sobre os anos 1970 está esgotado. E virão mais dois, com as décadas de 1990 e 2000. Este começa com uma entrevista inédita: Rogério Duarte, um dos artistas fundamentais do Tropicalismo, que consagrou Gilberto Gil e Caetano Veloso. Em 1980, Rogério já estava envolvido com o movimento religioso Hare Krishna.
Trecho do prefácio: "O rock/música jovem é uma das linhas deste volume nas entrevistas de Rita Lee, Erasmo Carlos, Paralamas do Sucesso, Engenheiros do Hawaii, Lulu Santos, Evandro Mesquita, Guilherme Arantes, A Cor do Som. Sem falar que Gil, Caetano e Ney Matogrosso também foram influenciados por aquela onda marcante. Outra linha do livro está em ouvir a tradição, lembrando os chamados "anos de ouro do rádio", com os cantores Dick Farney e Lúcio Alves, as cantoras Marlene e Ângela Maria. Mais tradição no revelador encontro de quatro velhos amigos de Lupicínio".
Além desses, estão no livro Elis (última entrevista), Nara Leão, Luiz Gonzaga, Dorival Caymmi, Paulinho da Viola, Geraldo Flach, Nelson Coelho de Castro, Maria Bethânia, Tonico e Tinoco, Roberto Carlos, Zé Keti, Armando Albuquerque (importante compositor erudito gaúcho). Nas entrevistas-bônus, os ícones argentinos Mercedes Sosa e Atahualpa Yupanqui. E uma impressionante conversa com o cineasta Glauber Rocha - que morreria menos de um ano depois, em agosto de 1981.
 

* Juarez Fonseca é jornalista militante na área da Cultura, especialmente a música, com 50 anos de carreira.

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