A configuração não era a de uma boate e o número indicado em seu nome de fantasia sequer existia como endereço. Mas com simplicidade e senso de oportunidade, a Danceteria 433 se tornou peça-chave do rock gaúcho na Porto Alegre da década de 1980. "Muita gente se atrapalhou ao procurar a casa, mas acabava achando, porque o trecho ainda não tinha movimento noturno", explica o advogado e empresário Ricardo Martini Moesch, 62 anos, criador do bar com música ao vivo e outros agitos na rua Silva Jardim 196 (quase esquina com Eudoro Berlink), bairro Auxiliadora.
Das tantas voltas que uma vida pode dar, as de Ricardo ("Bob", para os mais chegados) envolveram uma série de experiências. Acadêmico de Direito na Ufrgs e funcionário concursado do Banrisul, ele surfava na praia de Atlântida quando soube de um curso pioneiro de tecnólogo em Hotelaria da Universidade de Caxias do Sul em um estabelecimento local de hospedagem. Largou tudo - sob reprovação do pai, contador - e mergulhou em dois anos de aulas até emendar o diploma com estágios na Região Nordeste e o trabalho no Alfred Hotel, da capital gaúcha.
Mas o baixo salário logo motivou a busca de novos desafios. Eis que sua irmã Marutschka, aluna de Sociologia na Universidade do Vale do Sinos (Unisinos), falou de dois amigos dispostos a investir em um bar. O resultado foi a sociedade com a dupla na abertura, em junho de 1983, do Edgar Allan Porre (nome-trocadilho com célebre escritor americano Edgar Alan Poe), na rua Felipe Camarão com a Bento Figueiredo (Bom Fim). Lugar cult, frequentado por artistas, intelectuais e políticos, porém com baixa lucratividade: "Saí com três meses, com o negócio já funcionando bem".
O jovem empreendedor então se lembrou do
alto astral de uma choperia que conhecera no Rio de Janeiro, a convite de ex-colegas de hotelaria que trabalhavam no estabelecimento. Decidiu fazer algo similar em Porto Alegre, tendo na fase inicial a mana como sócia e o apoio de um investidor. O ponto escolhido (a partir de anúncio em jornal) foi
um sobrado erguido no início da década e cujos donos mantinham na sobreloja uma academia feminina, a duas quadras do encontro da avenida 24 de Outubro com a Plínio Brasil Milano, zona boêmia aquecida desde 1978 pela boate
Crocodillo's.
"Ao conhecer o espaço recém-alugado, não consegui imaginar como aquilo poderia virar uma casa noturna", conta a amiga Haidi Engel Martini, 60 anos, ex-garçonete do bar no Bom Fim e mais assídua frequentadora da futura 433 - nomenclatura inspirada no título de um rock-reggae gravado em dois discos de artistas gaúchos radicados no Rio: o autor,
Bebeto Alves (1954-2022), e a dupla
Kleiton & Kledir. Na letra com divagações a bordo da linha de ônibus carioca de mesmo número, chamavam a atenção de Ricardo os versos sobre beijos, segredos e ilusões nas mesas de bar.
A explosão do novo rock brasileiro do centro do País (Lulu Santos, Blitz, Kid Abelha, Paralamas do Sucesso) já ecoava na cena musical da cidade. Sintonizado à demanda, Ricardo planejou um esquema básico ao reformar o salão com pé-direito de 4,5 metros e jeitão de garagem. Mezanino. Palco. Pista de madeira com mesas e cadeiras de metal. Decoração simples. Pratos convidativos. Bebida e petiscos acessíveis. A ideia não era exatamente inovadora, mas demonstraria seu acerto desde a pré-estreia, em 11 de novembro de 1983, com um show de Bebeto Alves.
Palco histórico
Antes de alcançar sucesso nacional, banda Nenhum de Nós (em foto de 1986) mostrou sua cara no palco da Silva Jardim
ARQUIVO TONHO MEIRA/REPRODUÇÃO/JC
O nome "433 Bar Chopp Restaurante" esculpido em uma tábua sublinhava a fachada de alternância entre pintura branca e tijolos à vista. No layout interno, estruturas em madeira de demolição e paredes com faixas horizontais de cinza e branco, decoradas por artesanato do Nordeste (souvenires das viagens de Ricardo Moesch), sem obviedades como pôsteres de rock. A neutralidade era quebrada pelo colorido das cadeiras e 28 mesas de metal, fornecidas pela cervejaria parceira de cada época: verde e laranja em tempos de Antarctica, vermelho e cinza sob os auspícios da Brahma.
Em paralelo à aposta no clima despojado, os conhecimentos hoteleiros do proprietário garantiam um toque diferente. A estratégia havia incluído semanas de test-drive com conhecidos especialmente convidados a avaliar música, cardápio e outros quesitos antes da inauguração. Na turma havia estagiários, universitários e pós-graduandos que continuariam abraçando a causa como garçons e garçonetes em noites de maior movimento após a reabertura das portas, em março de 1984 - uma pausa havia sido feita no verão daquele ano.
Foi o caso da hoje produtora audiovisual Nora Goulart, 62 anos e que então cursava Serviço Social na Pucrs: “Trabalhei como extra nos fins de semana, durante uns seis meses. O bar enchia muito, com diversas tribos, então era uma forma de ganhar um dinheirinho e se divertir em um ambiente repleto de amigos. Lembro que um deles estava interessado em uma conhecida minha e vivia pedindo informações sobre a guria, então sugeri que fosse mais vezes ao 433 para tomar a iniciativa. Ele topou a ideia, mas acabou conhecendo outra menina do meu círculo e estão casados até hoje”.
No palco, bateram cartão nomes consagrados (Bebeto Alves,
Gelson Oliveira) e bandas do novo rock gaúcho, a maioria em gestação de carreira e eventualmente submetida a audições prévias em fita-cassete.
Engenheiros do Hawaii.
Os Replicantes. Bandaliera. TNT. Cascavelettes.
DeFalla.
Nenhum de Nós. Garotos da Rua.
Júlio Reny & Expresso Oriente. E atrações de breve percurso: Fluxo, Urubu Rei, Atahualpa Y Us Panquis, Os Eles, Irmãos Brothers ou os menos lembrados Prize, KM 0, Porcos de Escort e Psicodélicos do Poder.
De Falla (em foto de 1985) fez parte da efervescência em torno do 433
ANTONIO MEIRA/DIVULGAÇÃO/JC
O músico, cineasta e produtor cultural
Carlos Gerbase, 65 anos, preserva em seus arquivos um registro datilografado dos shows iniciais da banda
Os Replicantes, da qual é cofundador. A 433 consta como terceiro local na lista, em maio de 1984, depois do bar Ocidente (Bom Fim) e da boate B-52's (Independência): "
Nicotina estava tocando muito na Ipanema FM, mas o público não parecia conhecer nosso repertório. De todo modo, ficou animado e gostou do que mostramos. Lembro, ainda, da cerveja ótima e à vontade para a gente".
Não era só a copa franca. Funcionando de terça a domingo das 21h às 4h ou 5h, o esquema precisava ser atrativo para segurar uma programação constante de performances ao vivo. "Oferecíamos toda a bilheteria aos músicos e, quando necessário, eu ainda atuava como roadie, ajudando no transporte de equipamentos", enfatiza Ricardo. "A equipe contava com minha então companheira, Cláudia Ribeiro, e uns 20 funcionários.
Era como um time de futebol, com a cozinha na defesa, garçons no ataque e balcão no meio-campo, onde eu ficava praticamente a noite toda."
A mãe, Dona Norma, preparava a concorrida lasanha Verde Que Te Quero Verde (massa à base de espinafre, recheada com frango) e outros pratos - os "Delírios da Cozinha", servidos no mezanino. Outra especialidade era a tábua Secos & Molhados, com 24 iguarias, sem contar os sanduíches exclusivos da casa, uma das poucas da cidade a não servirem batata-frita. O cardápio etílico era outro diferencial, com drinks de nomes criativos. Pink Freud. Silva Garden. Coco Louco. Pega Leve. Sangue de Pirata. E coquetéis como o mojito, de hortelã plantada no pátio dos fundos.
O período inicial foi também de perrengues comuns no ramo, resolvidos com muito improviso e jogo-de-cintura. Prestes a obter o alvará definitivo com três meses de atividade, o estabelecimento acabou interditado pela prefeitura devido a questões técnicas relacionadas à cozinha. “Comprei o que faltava em uma ferragem, providenciei os reparos e obtive autorização para reabrir”, detalha Ricardo. Naquele mesmo ano, o barulho dentro e fora da casa passou a motivar reclamações que chegaram às autoridades municipais. O empresário esclarece:
“Quando a gurizada começou a fazer balbúrdia em ruas próximas, os vizinhos queriam o nosso rim, mas a fiscalização sabia que o problema não era nosso. No bar, porém, faltava um melhor isolamento acústico, então instalei paredões móveis de isopor de cima a baixo, retirados após os shows para retomar a ventilação pelas janelas. Funcionou, apesar da fumaceira de cigarro e do calorão em noites mais quentes, quando nem sempre o ar-condicionado dava conta. Não por acaso, a 433 foi apelidada de ‘bafo-três-três’ pelo pessoal e se tornou campeã de vendas do sorvete Stella Alpina no inverno”.
Logomarca restaurada da Danceteria 433
ACERVO MARCELLO CAMPOS/REPRODUÇÃO/JC
"(...) Virando as voltas que essa vida dá
Agora... Agora... Surfando Karmas e DNA
Adriane e Clara mandam beijos pra vocês
coisas que não cabem nos encartes dos CDs
Talvez no final do ano ou talvez no final do mês
dou um pulo em Porto Alegre, Silva Jardim, 433."
Trecho de "E-stória" (Humberto Gessinger/Carlos Maltz),
gravada pelos Engenheiros do Hawaii em 2002
Sessão comédia
Convite-padrão para a Danceteria 433, datado de 1986
ACERVO NORA GOULART/DIVULGAÇÃO/JC
Nos finais de semana, mais de 200 jovens formavam filas em frente ao sobrado na Auxiliadora, enquanto outras duas centenas se divertiam da porta para dentro - na falta de alvará para boate, arrastavam-se mesas e cadeiras para a farra, em shows e discotecagens (uma estante no bar chegou a manter 4 mil LPs à disposição, operados pelo próprio dono). O perfil geral era mais ou menos eclético, com predomínio de colegiais, surfistas, velejadores e roqueiros, conforme o cartaz da noite. Muitos vinham de cidades vizinhas para conferir o agito.
O chopp em canecas de vidro adquiridas em uma loja especializada, em vez do copo plástico utilizado em muitos dos bares com música ao vivo, foi determinante para o segundo lugar da 433 em vendas do segmento pela Brahma na cidade, perdendo apenas para o restaurante Barranco. Esse alto consumo do produto e de sua conhecida versão 'Submarino' (aditivada pelo destilado Steinhaeger) eventualmente exaltava os ânimos, arrefecidos por cinco a sete seguranças bem treinados para segurar a onda da gurizada.
Do lado de fora, as coisas nem sempre estavam ao alcance da equipe quando o rock'n'roll desafinava. O guitarrista Solon Fishbone, 57 anos, testemunhou uma rinha entre dois famosos cantores de Porto Alegre: "Depois da ceia de Natal de 1985, eu e minha namorada chegávamos à 433 quando vimos o tumulto na rua. Ajudei a separar a bronca, mas um dos brigões ainda conseguiu chutar por trás o outro, que se irritou, partiu para cima da gente e apanhou, já na Plínio Brasil Milano. Tempos depois, acabei reencontrando com ele em uma festa e o mal-entendido foi desfeito".
Vários desses furdunços eram acompanhados "de camarote" pela produtora de bandas
Cida Pimentel, 66 anos. Trabalhando para a boate Crocodillo's, ela morou por longo período no prédio à esquerda, em um apartamento colado à parede do palco da 433. "Teve momentos de folga em que desistia de dormir, pelo barulho,
então descia para curtir, porque era superdivertido. Uma vez, o
Flávio Basso [1968-2015], que depois mudaria o nome para Júpiter Apple, bateu na minha porta, querendo surrar outro músico. Mas cortei o embalo", diverte-se.
Apresentação do grupo Os Gaúchos na Danceteria 433, em registro de 1986
ACERVO RICARDO MOESCH/REPRODUÇÃO/JC
A memória de Cida puxa, ainda, certa noite de setembro de 1985 em que promoveu no apê um "aquece" antes do coquetel de lançamento, na Crocodillo's, do festival '
Rock Grande do Sul': "Estava lá em casa o
Paulo Ricardo, no auge do sucesso nacional do RPM, de São Paulo. Quando descemos para pegar um táxi, ele se apavorou porque a fila era imensa na 433 e, sempre que o cara aparecia em público, era uma histeria. Acontece que
a galera ovacionou o Alemão Ronaldo [Bandaliera], que nos acompanhava.
Ninguém viu o Paulo Ricardo, que passou batido".
De tantos episódios, o mais surreal ocorreu no lado de dentro, a julgar pelo depoimento do músico
Júlio Reny, 65 anos. “Os shows na 433 ajudaram na minha projeção e complementação de renda, já que eu vivia basicamente do aluguel de um estúdio em casa, na rua Santana”, relata. "
O segundo dos meus quatro casamentos foi lá, após uma apresentação da Urubu Rei, na qual eu cantava e tocava contrabaixo. Os convites tinham sido impressos no comitê do candidato a prefeito onde minha parceira trabalhava, mas esquecemos de chamar um fotógrafo".
Agora, a melhor parte: "Não sei dizer a data e nem faço questão, acho que lá por 1986. Foi uma cerimônia de mentirinha, com alianças de brinquedo e um padre fajuto, arranjado pelo
Carlos Eduardo Miranda, colega de banda. O casamento durou uns três meses, talvez um pouco mais. Passado algum tempo, acabei descobrindo que
aquele arremedo de padre era um tremendo sem-vergonha que tinha me 'furado o olho', pegando minha mulher. Ela ainda tentou reatar comigo no ano seguinte, mas aí era tarde, eu já tava em outra".
Um novo aroma na noite
Logomarca do Café Concerto, primeira tentativa de dar novo formato ao negócio depois do sucesso inicial da Danceteria 433
ACERVO HAIDI ENGEL MARTINI/REPRODUÇÃO/JC
A programação se mantinha sem investimento publicitário mas com releases que garantiam notas e reportagens nos jornais e repercussão nas rádios Atlântida e Ipanema FM. E nem sempre se restringia ao rock, com brechas para gêneros como grupos folclóricos e nativistas, além de desfiles de moda jovem e outras iniciativas. O espaço também serviu para gravação de comerciais de TV e até cinema - o mezanino aparece em uma cena do longa-metragem gaúcho Boas Ondas, Brother (1985), disponível na íntegra no site de vídeos youtube.com.
Como se já não bastasse a rotina extenuante, Ricardo Moesch arranjou tempo para retomar a Faculdade de Direito, chegando a ir direto do bar para as aulas matinais. "E ainda tinha aqueles clientes que não saíam nunca", recorda. "Para espantar os 'engates', eu acionava um jazz instrumental do guitarrista americano Pat Metheny e depois uma fita-cassete com trecho daquela canção do Lupicínio Rodrigues que diz 'Vai embooooora' [Ela Disse-Me Assim], gravado diversas vezes seguidas para dar a deixa."
Tudo ia bem até que o cenário de inflação galopante e a perda natural de clientela pela própria dinâmica do segmento culminaram na decisão de reposicionar o negócio para um público mais adulto e financeiramente seguro. Após outra reforma, em 23 de maio de 1986 a casa passou a atender pelo nome de
Café Concerto, funcionando às sextas e sábados. Capuccinos, mesas de mármore, estofados, atmosfera de pub e foco no jazz, blues e MPB davam o tom - dentre os cartazes,
Hique Gomez, James Liberato, Quarteto Paralelo, CEP 90000, Circuito Emocional e o veterano Hardy Vedana (1928-2009).
A sucedânea da 433 também recebeu um casório, mas de verdade, após as cerimônias civil e religiosa na Igreja, em 15 de abril de 1987, tendo como noivos o administrador de empresas Fernando Martini e a já citada Haidi Engel Martini, hoje publicitária aposentada. "Foi algo natural realizar nossa festa no lugar, que frequentávamos desde o início da 433 e tínhamos amizades inclusive com os funcionários", justifica. "Para que nenhum ficasse de fora, chamamos vários deles para trabalhar em nosso evento, musicado pela jazz band do Hardy Vedana."
Casamento de Haidi Engel Martini e Fernando Martini, em 15 de abril de 1987, no já repaginado Café Concerto
ACERVO HAIDI ENGEL MARTINI/REPRODUÇÃO/JC
Após dois anos de sucesso, novos sinais de desgaste e a chegada de concorrentes próximos, como o Sacada's Bar, levaram a uma última tentativa para segurar as pontas, em julho de 1988: a Cafeteria 433, com pista dançante e alternância entre o resgate da programação roqueira e nomes emergentes da música urbana - Mônica Tomasi, Suspiram Blues, Flora Almeida, Ricardo Crespo. O negócio se manteve até maio de 1990, quando Ricardo avaliou que era hora de sair por cima: "Vendi o ponto a três rapazes da Zona Norte, que mantiveram o nome e o esquema mas talvez tenham sofrido com a falta de experiência, repassando a operação a terceiros. Trabalhar à noite não é moleza".
Em busca de algo menos estressante, ele abriu na rua Marquês do Pombal, perto da Bordini (Moinhos de Vento), o restaurante Tiraguzzo, depois transferido para a avenida Cristóvão Colombo, quase esquina com a Dom Pedro II, no bairro Higienópolis. O bar Warm Up, em uma franquia do kartódromo do piloto catarinense Mauricio Gugelmin na Voluntários da Pátria (Floresta), serviu para desacelerar a carreira noturna do empresário, já diplomado em advocacia e que trilharia outros caminhos, em Direito e hotelaria, chegando a ocupar cargo executivo no Ministério do Turismo, em Brasília.
Ricardo Martini Moesch, em frente ao imóvel que abrigou o histórico 433
MARCELLO CAMPOS/ESPECIAL/JC
O número 196 da Silva Jardim teria continuidade, nos anos seguintes, como endereço de outros dois estabelecimentos de linha semelhante, os igualmente bacanas Estação Zero e Dantzig, antes da ocupação definitiva do imóvel, desde 2011, por oficinas automotivas. Convidado pela reportagem a revisitar o interior do imóvel, o fundador da 433 encontrou poucos elementos remanescentes do cenário ali montado há quatro décadas e do qual há uma escassez de fotografias. São abundantes, porém, as imagens mentais para quem esteve na dianteira de um momento tão marcante.
"A aposta em tantos artistas iniciantes não se resumiu a colocar a casa no mapa cultural da cidade, junto com Ocidente, Porto de Elis, Opinião e outras do gênero. Também fomentou a produção de um tipo de música que serviu de porta-voz para toda uma geração de jovens, em um país que logo sairia da ditadura para a democracia. Para mim, é motivo de orgulho ter contribuído para essa parte fundamental da História cultural da cidade e ver que muitas daquelas caras permanecem na ativa, com reconhecimento dentro e fora do Rio Grande do Sul".
* Marcello Campos é formado em Jornalismo, Publicidade & Propaganda (ambas pela PUCRS) e Artes Plásticas (UFRGS). Tem seis livros publicados, incluindo as biografias de Lupicínio Rodrigues, do Conjunto Melódico Norberto Baldauf e do garçom-advogado Dinarte Valentini (Bar do Beto). Há mais de uma década, dedica-se ao resgate de fatos, lugares e personagens porto-alegrenses. Contato: [email protected].