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Publicada em 18 de Abril de 2024 às 21:37

Rango, personagem de Edgar Vasques, denuncia as desigualdades do Brasil há 50 anos

Livro com tiras do personagem Rango foi o mais vendido na Feira do Livro de 1974

Livro com tiras do personagem Rango foi o mais vendido na Feira do Livro de 1974

L&PM EDITORES/DIVULGAÇÃO/JC
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José Weis, especial para o JC
José Weis, especial para o JC
 
Há cinquenta anos, durante a Feira do Livro de Porto Alegre de 1974, pela primeira vez uma edição de cartuns foi o volume mais vendido no tradicional evento cultural. Publicado pela estreante L&PM Editores, Rango 1 compilava as primeiras tiras (publicadas na Folha da Manhã, do grupo Caldas Júnior) de um personagem singular, tradução da miséria em forma de gente, alguém que tirava da própria situação paupérrima a liberdade para denunciar as desigualdades brasileiras.
Para não deixar dúvidas que Rango tinha chegado para ficar, ninguém menos que um Erico Verissimo dava o seu aval, no prefácio da obra. "Recomendo este livro com o maior entusiasmo. Dirão os felizes acomodados da vida que suas estórias nos deixam um ressabio amargo. Claro! Vasques é o campeão do marginal, do homem que sofre de fome crônica. Faz no reino do humorismo o que Josué de Casto fez na sociologia."
"Fiquei faceiro com tudo isso", relembra Edgar Vasques, pai do icônico personagem. Em conversa com o Jornal do Comércio, ele reforça a ideia de que seu personagem, desde o início, é uma maneira de "tomar pulso" da situação dos miseráveis e excluídos. "A desigualdade continua, nunca mudou, e o Rango denuncia tudo isso com a ironia e ambiguidade que o humor permite", acrescenta.
Rango surgiu na revista Grillus, publicada pelo Diretório Acadêmico da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), em 1970, uma criação do então estudante do curso, Edgar Luiz Simch Vasques da Silva, porto-alegrense da gema, clara e casca, desde 5 de outubro de 1949.
Uma das primeiríssimas histórias já deixava claro qual era a do personagem: o filho reclama da fome, Rango corta um pedaço da própria bunda e oferece à criança. Isso durante o período mais implacável da Ditadura Militar. Passado meio século, Edgar ainda sente a indignação de perceber que a profunda desigualdade social no Brasil permanece quase inalterada. "Medidas que se tomam para minimizar esta situação são sempre necessárias: as políticas das cotas, de inclusão, e até o Bolsa Família", elenca.
Há um livro organizado por Suzana Gastal, Edgar Vasques - Desenhista Crônico, de 2013, onde ele concede uma grande e detalhada entrevista sobre sua formação acadêmica. No livro, ele diz: "Se tu fores olhar, sou mais artista do que arquiteto. Na Faculdade de Arquitetura tive uma ampla formação cultura, existencial e tal, mas profissionalmente, uma boa parte praticamente eu não uso."
Depois da Grillus, Rango foi parar nas páginas de um jornal matutino que fez historia da imprensa dos anos de 1970 em Porto Alegre, a Folha da Manhã. Ali, nasceu um projeto chamado Quadrão, onde Edgar e José Guaracy Fraga abriam um espaço para cartunistas e desenhistas iniciantes.
Não demorou muito para que Rango rumasse Brasil afora. "No Rio Grande do Sul, o maior best-seller nas livrarias não é nenhum romance famoso, mas um livro de quadrinhos, onde se lança nacionalmente um tipo chamado Rango", registrou o Jornal do Brasil em 9 de novembro de 1974. O personagem era popular de fato: "as historias são muito boas, leio todos os dias e muitas me lembram os meus amigos de infância", disse Escurinho, atacante do Sport Club Internacional, um ídolo colorado.
Talvez parte do impacto do Rango esteja justamente nessa indesejável, mas inquestionável, atualidade. "A ideia de fazer o Rango nasceu de observações pessoais minhas, das coisas que via acontecendo. Sempre me impressionou ver que, apesar de toda a balaca, toda propaganda, há cada vez mais gente catando comida no lixo e cada vez mais gente com fome. Isso, dentro de um clima de crescente euforia econômica da classe média-alta", diz o texto de Edgar para a edição de Rango 6, de 1978. Poderia ser dito hoje, sem mudar uma palavra sequer.
Na edição de Rango de 2018, Crocodilagem, que marca os 50 anos de atividade de Edgar Vasques, há a passagem das tiras desenhadas em preto e branco para a utilização de cores. A partir daí, a técnica e o talento do autor ficaram mais valorizados - mas sem que a melhoria venha para atenuar o espírito original: Rango continua miserável, continua com fome e com muita coisa a dizer.
 

Antologias e os tempos de censura

Tira do personagem Rango, publicada em 1980; acima, capa da primeira coletânea, sucesso na Feira do Livro de 1974

Tira do personagem Rango, publicada em 1980; acima, capa da primeira coletânea, sucesso na Feira do Livro de 1974

ACERVO PESSOAL EDGAR VASQUES/REPRODUÇÃO/JC
Uma retrospectiva da obra de Edgar Vasques abrange desde seu personagem mais conhecido às interpretações de textos de autores de diversos estilos. Um talento burilado pelo tempo, no traço, com uma pena, utilizando a técnica de aquarela, em uma trajetória reconhecida e de estilo inconfundível.
A primeira parceria de texto e traço veio na imprensa que combatia o autoritário governo militar daqueles tempos difíceis. A chamada imprensa alternativa foi uma importante maneira de combater e denunciar a ditadura no Brasil, e um dos veículos inseridos neste contexto foi o jornal Versus, de São Paulo. O gaúcho Marcos Faerman, editor do jornal, na primeira oportunidade convidou Edgar para participar de uma edição especial, o Livrão de Quadrinhos, que saiu em abril de 1977. Faerman apresenta Edgar para o Brasil: "Em Porto Alegre, Edgar Vasques, o criador do Rango, não conseguia dormir. O bandoleiro Artur Arão o perseguia", fazendo uma menção ao lendário tropeiro e fora da lei da Pampa gaúcha das primeiras décadas do século passado.
 

Edgar Vasques, cartunista responsável pelo Rango, que há cinco décadas denuncia a fome e as desigualdades no Brasil

Edgar Vasques, cartunista responsável pelo Rango, que há cinco décadas denuncia a fome e as desigualdades no Brasil

FERNANDA FELTES/JC
Neste mesmo ano de 1977, em setembro, tiras de seu personagem foram publicadas no Pasquim. A ditadura não perdoou a sutileza gastronômica que o Rango cometeu com as pombas patrióticas, mote de campanhas da ditadura que tentavam dar tintas suaves à situação nacional. Rango, cuja fome não abria muita margem para sutilezas, espetou as pombinhas para saciar a fome estrutural. Os militares reagiram com a apreensão da edição do jornal, e com um convite para que Edgar Vasques comparecesse para "prestar esclarecimentos" na sede da Polícia Federal em Porto Alegre, quando esta ficava na Avenida Paraná, Zona Norte da Capital - local que, como lembra o pai do Rango, levava naqueles tempos o apelido de "avenida paranoia". No Rio de Janeiro, Jaguar, um dos editores do Pasquim, também foi intimado. A ditadura, sem muita disposição para acabar com a fome, perseguia quem ousasse tocar no assunto.

Mais tarde, Edgar desenvolveu trabalhos em parceria com Luis Fernando Veríssimo, Rafael Guimaraens, o espetáculo Tangos & Tragédias e tantos outros.

Luis Fernando Verissimo, autor de O Analista de Bagé, viu seu personagem ser desenhado e ganhar as páginas da revista Playboy. O texto de Verissimo vinha datilografado, só com indicações e diálogos, para que Edgar Vasques finalizasse tudo em aquarela. "Às vezes, o Luis Fernando me passava o texto por telefone", relembra o ilustrador. Uma coisa puxa a outra, e logo Edgar teve a chance de adaptar para os quadrinhos o romance Triste Fim de Policarpo Quaresma, um dos clássicos da literatura brasileira, escrito por Lima Barreto.

Colegas falam sobre o pai do Rango

Tira de Rango, já na fase de produção colorida, publicada no jornal Extra Classe em março de 2021

Tira de Rango, já na fase de produção colorida, publicada no jornal Extra Classe em março de 2021

ACERVO PESSOAL EDGAR VASQUES/REPRODUÇÃO/JC
Augusto Bier, cartunista iconoclasta, declara sua admiração pelo pai do Rango. "Edgar foi um dos meus grandes mestres. Ele, junto com o Fraga, me lançou como novo talento no suplemento de cultura da extinta Folha da Manhã, da Caldas Jr. Eu tinha 15 anos e o Juska (cartunista) me levou lá. Eu adorava o trabalho dele e os desenhos com luz e sombra, além das piadas políticas geniais". Bier lembra outro talento do seu ídolo: "não se pode esquecer que, além de um grande quadrinista, é um aquarelista impressionante. Na verdade, o Edgar ataca em várias frentes: pinta, ilustra, roteiriza, desenha, faz HQ, retratos, paisagens e é um grande contador de histórias. Parece um homem da Renascença", empolga-se.
Rafael Guimaraens é um repórter experiente, um autor especialista em contar historias. Sobre o cartunista, ele escreve um texto que poderia constar em seus livros, que vamos reproduzindo a seguir. "Conheci o Edgar na Cooperativa dos Jornalistas de Porto Alegre, a inesquecível Coojornal, eu tipo estagiário arquivista e ele já celebrado como o melhor desenhista do País, condição que se mantém até hoje, na minha opinião. Muitas reuniões de pauta, muitos happy hours no Bar do Elpídio, mais tarde no Itabira ou no IAB. Além do traço inigualável e da verve jornalística, mestre Edgar tem a sabedoria de guardar na mente privilegiada todas as informações que valem a pena. Depois nos reencontramos no Diário do Sul, na assessoria de imprensa da Prefeitura de Porto Alegre - Administração Popular."
"Por volta do ano 2010, a Caixa Federal solicitou a algumas pessoas um projeto de livro que se relacionasse com o Centro Cultural que seria instalado no antigo Cine Imperial e demandava uma reforma gigantesca do prédio", segue Guimaraens. "A Libretos venceu com a ideia de um álbum chamado Rua da Praia - Um Passeio no Tempo, que propunha um trajeto da principal rua da cidade de uma ponta a outra, mostrando prédios, personagens, acontecimentos históricos na forma de textos de minha autoria (com o apoio luxuoso de duas sumidades: Sérgio da Costa Franco e Günter Weimer), fotos históricas e fotos atuais a cargo de Marco Nedeff, design da Clô Barcellos e ilustrações de Edgar Vasques. Aí começa a colaboração que temos mantido aos longos dos anos. Depois vieram os álbuns Mercado Público - Palácio do Povo e Águas do Guaíba, com o mesmo formato e a mesma equipe".
"Muitos diziam que meu livro Tragédia da Rua da Praia deveria ser filmado, pela quantidade de elementos cinematográficos que contém. Na impossibilidade de realizar o filme, pensamos em uma HQ e obviamente entramos em contato com o Edgar. A versão em quadrinhos foi um processo doloroso pra ele, porque na época estava sofrendo de uma doença chamada tennis elbow, uma inflamação no cotovelo considerada doença de tenistas - ele que jura que nunca segurou uma raquete na vida. Mesmo assim, o resultado foi extraordinário e o livro encontra-se na quarta reimpressão. Além disso, o convívio com o mestre nesse projeto me proporcionou um precioso aprendizado sobre a linguagem de HQ."
Rafael fala também sobre um trabalho que teve uma decisiva colaboração de Edgar. "No caso do meu livro mais recente, O Incendiário, há um momento clímax na história que eu tentava narrar de várias maneiras, até que pensei: por que não fazer uma intervenção artística no livro, contando esse episódio através de HQ? Mas eu só poderia levar adiante com alguém que tivesse plena confiança, não apenas para qualidade do trabalho, mas pela capacidade de absorver a história e retratar este momento com a dramaticidade que a cena exigia. Na minha visão, convidar o Edgar daria a plena segurança e tranquilidade. Ele imediatamente topou. A intervenção de cinco páginas de quadrinhos no meio de uma narrativa de 300 páginas ficou absolutamente coerente com o desenvolvimento da história, especialmente pela figura do personagem principal, o "major" Manuel Aragón, retratado pelo Edgar de forma precisa", completa Rafael. 

"A desigualdade continua, nunca mudou, e o Rango denuncia isso com as armas que o humor permite", enfatiza Vasques

FERNANDA FELTES/JC
Pegando o vácuo do relato de Guimaraens, Iotti, o pai do Radicci, não deixa por menos. "Se eu fosse editor, sempre valorizaria O Rango, do Edgar Vasques. O cara tem uma verve gráfica, é o melhor desenhista do Brasil, nem sempre reconhecido".

Desde 2007, Edgar publica as desventuras do Rango no jornal Extra Classe, órgão do Sindicato dos Professores das Escolas Particulares do Rio Grande do Sul (SINPRO-RS). Sua editora-chefe, Valéria Ochôa, comenta o trabalho de Vasques: "o Rango expressa a realidade de milhares de brasileiros que ainda, em pleno século XXI, vivem em uma sociedade excludente e não têm acesso às condições mínimas de sobrevivência. Seu criador, Edgar Vasques, é um dos maiores desenhistas deste País. Faz um humor crítico e irônico, expressando de forma cirúrgica uma ideia e sentimento. É um privilégio termos o Edgar Vasques e os cartuns inéditos do Rango sendo publicados no jornal Extra Classe".

Colega de redação e um dos mentores do jornal virtual Grifo, Celso Schröder dá o seu pitaco. "Edgar Vasques é o melhor desenhista do mundo. Antes que achem puxa-saquismo, exagero ou irresponsabilidade, explico minha opinião. Edgar é o melhor do mundo porque desenha exatamente o que quer e como quer e, para além disso, arrisca novas soluções e inova nas técnicas. Edgar Vasques é um desenhista de humor que poderia estar em qualquer parede de ricaços ao lado dos grandes pintores", explica e argumenta. E com conhecimento de causa, completa: "mas Edgar é mais do que isso: é um cronista atento e ferino do cotidiano com suas contradições. Rango é o resultado desta técnica apurada e olhar arguto".

Redação de jornal, um habitat

A mesa de trabalho de Edgar Vasques, que segue em plena produção

A mesa de trabalho de Edgar Vasques, que segue em plena produção

/FERNANDA FELTES/JC
Houve um tempo em que uma redação de jornal era uma barulhenta usina de informação e conteúdo. O matraquear de dezenas de máquinas de escrever ao mesmo tempo, telefones tocando, gente falando alto, fumando enquanto se produzia muitas matérias para uma próxima edição. Em meio a tanto ruído, mais uma tira do Rango ia nascendo. Era assim, na década de 1970, na Folha da Manhã, e depois em outras publicações pelas quais Vasques passou.
Os que tiveram a chance de compartilhar deste ruidoso ambiente de trabalho, em especial os que ficavam próximos da mesa dos desenhistas, acompanhavam Edgar produzindo, ao lado de Iotti, o criador do Radicci, e de outro ilustre artista, o Jaca. Concentrado, com a pena e nanquim sobre um papel que nem sempre era o melhor para o seu ofício, Vasques criava a charge do dia e outras ilustrações para o Diário do Sul.
Houve um acontece mento que o tocou profundamente. Na tarde do da 4 de janeiro de 1988, o movimento agitado de sempre foi interrompido. Da sala do telex vem a informação da morte de Henrique de Souza Filho, o Henfil, o pai da Graúna e do Fradim, entre outros personagens marcantes que azucrinavam a ditadura. À época, esse que vos escreve era um iniciante na carreira, numa redação de peso num jornal que durou pouco, mas marcou bastante, o Diário do Sul. Foi a primeira vez que vi Edgar Vasques emocionado, uma tristeza silenciosa.
Edgar e Henfil tiveram suas trajetórias ligadas a jornais, tanto em veículos da grande imprensa como aqueles denominados alternativos ou nanicos. Sobre esta experiência, o pai do Rango destaca a importância dos jornais diários, "que forneciam tanto o exercício cotidiano quanto o contato quase direto com o público, além de maneiras de lidar com um ambiente de autoritarismo e censura". Não surpreende que, de um espaço tão cheio de estímulos, tantos personagens marcados pela insubmissão tenham surgido.
 

Editora e autor, nascidos um para o outro

Capa da coletânea Crocodilagem (2018)

Capa da coletânea Crocodilagem (2018)

/L&PM EDITORES/DIVULGAÇÃO/JC
"A L&PM só existe graças ao Rango", garante o cartunista e desenhista Neltair Abreu, o Santiago. E quem confirma essa afirmação de Santiago é o próprio editor da L&PM, Ivan Pinheiro Machado, que começa comentando a frase de Santiago: "é verdade ou é meia verdade. Nós fizemos a editora para publicar o Rango que - na época - era um dos símbolos da resistência democrática contra a ditadura. Quase ao mesmo tempo, editamos Oposição do então Senador Paulo Brossard de Souza Pinto. Depois disso acabamos atraindo muitos autores, na época. Mas o Rango é o numero 1, claro!"
Ivan conta a historia do Rango, o livro, desde o princípio: "Foi uma ação entre amigos, com se diz. O Edgar Vasques, o Paulo Lima e eu éramos sócios de uma agencia de publicidade, a Ciclo 5 propaganda. Éramos muito jovens, tínhamos em torno de 22 anos. No dia em que encerramos as atividades da agência, em 1974, num almoço numa churrascaria, decidimos publicar o Rango". Inesperada ironia: o personagem símbolo da denúncia contra a fome ganhou seu formato livro numa situação de fartura.
O sucesso do livro na Feira daquele ano fez com que, logo em seguida, a L&PM publicasse volumes de 2 a 7 das tiras, além do Rango Bis e de uma edição antológica na coleção L&PM Pocket, em 2015. "O sucesso, na época, não chegou a nos surpreender porque o Rango era já uma celebridade devido à tira diária na Folha da Manhã", relembra. A edição comemorativa dos 50 anos do Rango foi publicada pela L&PM em 2019, a cores, com o título de Crocodilagem. Edição que não só consolida uma parceria que já dura cinco décadas, mas também dá testemunho de importância tanto de um, quanto de outro. Seguimos com fome, não só de comida, mas também de arte, cultura e liberdade - e o Rango segue sendo a síntese perfeita de todas essas necessidades.
 

Seja em preto e branco ou em sua versão atual, colorida, Rango segue com a língua solta e a barriga vazia

Seja em preto e branco ou em sua versão atual, colorida, Rango segue com a língua solta e a barriga vazia

EDGAR VASQUES/DIVULGAÇÃO/JC
* José Weis é jornalista, com trabalhos publicados em veículos do Rio Grande do Sul e de alcance nacional.

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