É possível encontrar a escritora Julia Dantas passeando com a sua cachorra chamada Hortelã pelas ruas do bairro Menino Deus, ou no Parque Marinha do Brasil, ali perto. Em seus romances, os protagonistas também estão sempre se deslocando na trama, como é o caso de Sara, de Ruína y Leveza (Não Editora/Dublinense, 2015), que viaja pela América Latina, ou de Murilo, de Ela se chama Rodolfo (DBA Editora, 2022), que percorre diversas localidades de Porto Alegre. "Eu tenho muitas ideias caminhando com ela todos os dias. Talvez por isso eu escreva tanto sobre personagens em movimento", conta.
A própria Julia tem em sua trajetória o apreço pela viagem: a andança por diversos países vizinhos, mais de 10 anos atrás, acabou rendendo o seu primeiro livro. Ruína y Leveza foi indicado para diversos prêmios, entre eles o Açorianos, o Ages e o São Paulo de Literatura. Para Caroline Joanello, mestra em escrita criativa, Julia sempre apresentou muita maturidade na escrita. "Percebo em sua obra uma investigação dos atritos entre o individual e o coletivo, e personagens que exploram geograficamente os espaços que habitam de maneira a extrapolar seus mundinhos pessoais. Acho que toda a obra da Julia é uma grande defesa à desautomatização, um convite para percebermos a humanidade em nós e, principalmente, no outro", diz. As duas também são responsáveis pela Baubo, escola que realiza oficinas e diversos serviços literários.
Um percurso diferente, o acadêmico, foi concluído em 2021, quando obteve o doutorado em escrita criativa pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs). O professor Charles Monteiro foi seu orientador no período e diz que Julia é uma pesquisadora que está sempre investigando em seus trabalhos criativos. "Ela é uma escritora caminhante. Então, sai para as caminhadas, para o parque, para a praça. E a partir disso observa, inquire, conversa com as pessoas e elabora mentalmente também esse trabalho que depois vem a compor uma parte da escrita dela (tese), junto com essas preocupações teóricas de como é narrar na atualidade, na contemporaneidade, a crise do sujeito moderno e como pensar essa condição", diz.
Caminhar, Julia conta, também a manteve sã durante a pior época da pandemia da Covid-19, que coincidiu com a escrita do livro que foi realizado no doutorado. "Até por isso estou mexendo no texto de novo, porque eu sei que algumas partes não ficaram do jeito que eu queria, porque não consegui na época", conta. Para esse processo, a autora relata que a participação em um grupo que se reúne semanalmente para discutir textos e leitura se tornou fundamental.
"A leitura de outras pessoas é muito importante, porque nem todas as nossas intenções chegam no papel na hora da escrita, então, alguém que traga esse olhar que não está carregado com o que você imaginou e cogitou faz a diferença", diz. "Então, eu vou editando esse romance e trazendo para o grupo, e era algo que eu já vinha me enrolando um pouco para fazer, pois recém-tinha acabado de sair o Ela se Chama Rodolfo. Mas agora, toda semana eu pego ele e desenvolvo mais."
Esse novo livro, aliás, ainda não tem data de lançamento, mas ela revela partes da futura trama. "É a história de uma mulher, em Porto Alegre, que está em cima de um viaduto e surge um cara para assaltá-la, e ela reage o empurrando. Começa aí, e então ela vai lidando com essa situação, com tudo que isso gera", conta.
Julia se define como uma escritora trabalhadora. "Eu escrevo quando dá, essencialmente, e sempre tenho caderninhos comigo, em que deixo coisas aleatórias, tipo frases, parágrafos que pretendo desenvolver", aponta. Atualmente, além das caminhadas e da escrita, se dedica muito às aulas em oficinas e participações, principalmente na Baubo, na qual é uma das fundadoras.
Encontrando-se com as palavras
Deslocamentos na vida de Julia Dantas serviram de ponto de partida para seus dois romances publicados
/ISABELLE RIEGER/JCNascida no dia 1º de junho de 1985, Julia Dantas começou a dar os primeiros passos no bairro Petrópolis, em Porto Alegre. Perguntada sobre a relação com a literatura nessa época, a autora lembra que a mãe lia histórias para ela e seus irmãos ainda quando crianças. "E meu pai tinha isso de gostar de fazer jogos de palavras, então, às vezes ele deixava uns trocadilhos, uns bilhetinhos em código para decifrar. Então, sempre esteve presente para mim as palavras, enquanto a possibilidade de jogo e de brincadeira", diz.
Estudou no colégio Bom Conselho, onde seguiu atenta à leitura e à escrita. Na época do vestibular, estava em dúvida entre Letras e Jornalismo, mas decidiu pelo curso na área da comunicação. "Escolhi porque eu gostava de escrever. Depois a gente se dá conta de que não é bem assim, mas, seja como for, meu caminho foi esse", explica. Ingressou na Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação (Fabico) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), em 2003.
No mesmo ano aconteceu uma greve na instituição, que atrasou o começo das aulas. "Eu aproveitei para ficar lendo durante esse tempo também. Nessa época, eu li Pergunte ao Pó, do John Fante, e eu lia muito o Cardoso Online (famoso fanzine digital surgido na Fabico) e autores que surgiam lá, como a Clara Averbuck, o Daniel Galera, o Daniel Pellizzari", diz. E não demoraria muito para ela começar a se destacar pelas próprias palavras.
Ana Laura Freitas, jornalista e grande amiga de Julia, conta que uma disciplina de escrita no começo da faculdade, ministrada pelo professor Paulo Seben, ajudou a revelar um pouco da escritora que estava por vir. Na época, essa cadeira explorava vários gêneros textuais, com o intuito de apresentar possibilidades de escrita e, assim, desconstruir o padrão de redação do vestibular.
"Uma das primeiras memórias mais importantes que eu tenho da minha amizade com a Julia é ouvir os textos dela sendo lidos por outros colegas. E, muito rapidamente, a turma passou a reconhecê-los. Na época, só se lia o nome de quem tinha escrito no final do texto. E a Julia ali já tinha estilo, um jeito de se expressar através da escrita muito particular, e muito rebuscado para aquele nosso momento", conta. A amizade entre as duas só cresceu no decorrer do curso, em que se formaram juntas no ano de 2008.
Antes, em 2005, Julia participou da tradicional oficina de criação literária do escritor Assis Brasil, que revelou vários autores ao longo de mais de 30 anos de existência. Ela conta que escrevia em um blog e também em um site que tinha sido criado na Faculdade. "Costumava mandar textos para lá, não faço a menor ideia do alcance do site, acho que era uma coisa ultra local. Até então, era algo despretensioso. Mas, quando eu estava no meio da faculdade, eu fui fazer a oficina do Assis. Foi aí que comecei a pensar a levar a sério. Fiz a Oficina com a Lu Thomé, o Samir Machado de Machado, o Gustavo Faraon, que é da Dublinense também, e o Roberto Prym, que é o dono da Bestiário", lembra.
Assis Brasil já a incentivava a ir para o mestrado em Escrita Criativa nessa época, mas Julia não achava que era o momento ideal. "Eu ainda estava na faculdade, e eu pensava 'eu sou muito nova, escrevi alguns contos, eu não tenho muito a dizer sobre o mundo'. Acho que era insegurança, mas também tinha algo de lucidez", diz. Depois que se formou, então, Julia foi tratar de se desbravar pela América Latina, começando pela Argentina, onde estudou crítica de arte na Universidad Nacional de las Artes.
Caminhada latina
Detalhe da capa do livro 'Ruína y Leveza', de Julia Dantas
/DUBLINENSE/DIVULGAÇÃO/JCDepois da temporada na Argentina, Julia Dantas viajou para Cusco, no Peru, local em que ficou por mais de um ano. Depois, voltou para o Brasil por um breve período, onde trabalhou como redatora no site Terra. "Saí de lá, em 2011, e fui para o Peru novamente, Equador e Colômbia", explica. Ela acabou voltando para a Capital em 2012. Durante essa verdadeira peregrinação por diferentes países da América Latina, escrevia trechos do que mais tarde se tornaria o celebrado Ruína y Leveza, lançado em 2015 pela Não Editora, que atualmente integra a Dublinense. Ao mesmo tempo, também já trabalhava com tradução.
A escritora conta que tinha vontade de escrever uma narrativa de estrada. "Também tem isso de que essas histórias são pouco protagonizadas por mulheres. Fui criando essa personagem (Sara), que é um mosaico de pessoas da minha geração, que eu conhecia da mesma idade e das classes sociais que eu atravessava. A partir disso, criei um enredo de transformação junto com a viagem", explica. Mas ela só organizou a narrativa em torno de um livro quando voltou definitivamente para Porto Alegre.
A escritora Natalia Polesso diz que ficou encantada com a leitura de Ruína y Leveza. "Era uma prosa fluida, com todas aquelas questões densas e existenciais colocadas de forma que a gente viajasse juntas nesse mochilão existencial", conta. Ela diz que o livro acabou influenciando no Extinção das Abelhas, lançado em 2021. "Eu coloquei Ruína y Leveza na mão da Regina (protagonista do livro). Ela acha uma foto da mãe dela no meio desse livro, e não é por acaso. Eu fiquei pensando muito nele quando fui construir a Guadalupe, a personagem da mãe da Regina. Então, tem isso que eu acho bonita no caminho da gente que é escritor e que consegue trabalhar dessa maneira, das nossas escritas se afetarem", conclui.
A jornalista Suzana Pohia conheceu Julia durante a faculdade, mas foram se aproximando depois devido à troca de textos na época em que o formato blog era popular. Desde então, são amigas. Ela conta que tem uma relação muito forte com o livro. "Eu queria muito que a minha mãe lesse o Ruína y Leveza, porque eu sabia que ela ia gostar. Só que ela estava resistindo. E meu presente de natal foi ler o livro para ela. Foi uma experiência muito boa. Tive conversas com ela a partir de cenas da história que me marcaram muito, coisas que eu não sabia a respeito da minha mãe. Depois disso, li outros livros para ela, e também fiz parte do grupo Leitura em Voz Alta que se reunia no Bar Parangolé (em Porto Alegre). Sempre acho que dá para ver novas perspectivas pela potência de diálogo que esse livro traz."
Ana Laura estava entre os agradecimentos do livro, e diz que é algo que vai levar para a vida inteira. Ela foi uma das pessoas que leu a obra antes da publicação. "Mais um exemplo da generosidade da Julia. Para mim, esse livro foi também um momento de redescoberta da minha relação como leitora, foi estimulante porque recuperou um desejo de leitura. O texto dela é muito envolvente, e nós compartilhamos o mesmo contexto, experiências de vida muito próximas", diz.
No mesmo ano, Julia entrou para o mestrado em escrita criativa na Pucrs. "Eu já estava em um emprego legal (na Dublinense) e, como eu ia ficar em Porto Alegre mesmo, resolvi tentar o mestrado. Passei na segunda tentativa", conta.
Viajando pela Porto Alegre
Julia Dantas explora o valor da amizade e narra uma jornada por Porto Alegre no livro Ela se chama Rodolfo
/Davi Boaventura/DIVULGAÇÃO/JC"Eu demoro para publicar", diz Julia ao comentar sobre o seu livro mais recente, Ela se chama Rodolfo, que começou a ser escrito durante o seu tempo no mestrado em Escrita Criativa da Pucrs, sendo o trabalho final do curso, que ela concluiu em 2017. O livro só saiu ao público ano passado, lançado pela editora DBA. Nele, conhecemos Murilo, que acaba de se mudar para um apartamento no qual encontra uma tartaruga chamada Rodolfo, que pertence à antiga moradora, Francesca. Recebendo ordens por e-mail dela, ele tenta entregar o animal em vários pontos de Porto Alegre ao longo da narrativa, se aproximando de diferentes personagens.
Na época em que começou a pensar e a elaborar o romance, Julia ainda tinha um olhar estrangeiro sobre a cidade, por ter retornado há pouco das viagens. " Eu tinha acabado de decidir ficar em Porto Alegre, o que não era minha ideia inicial, e também queria fazer as pazes com isso. A minha vontade era fazer essa narrativa de estrada toda dentro da cidade, ainda que tenha e-mails falando de outros países. Queria aproveitar esse olhar meio estrangeiro quando você volta a um lugar depois de anos."
Uma de suas preocupações era apresentar Porto Alegre para além dos lugares comuns e estereótipos. "Eu queria quebrar um pouco essa expectativa, eu não queria falar do Centro, não queria falar do Bom Fim, isso já está suficientemente literalizado. E não vou falar do inverno, que também já está no imaginário de Porto Alegre. Então, eu queria que fosse no verão e que se passasse em locais menos ficcionalizados", conta. Entre os bairros que o protagonista Murilo atravessa, estão Partenon, Arquipélago e também a zona rural da cidade.
Ela se chama Rodolfo traz uma personagem trans, na figura de Francesca. Infelizmente, o Brasil ainda é um dos países em que pessoas trans mais são assassinadas no mundo. "Eu tinha muito uma preocupação de não reforçar estereótipos nocivos, de não cair em nenhum clichê ruim, não fazer nada que prejudicasse o imaginário que as pessoas têm da população LGBTQIA no geral e trans em particular. Então, eu pedi para uma amiga trans ler e estudei bastante", conta. Já sobre Murilo, sua principal preocupação era que fosse verossímil. "Acho que vocês, homens, deveriam pensar mais a respeito do que é ser homem, porque faltam livros em que um homem realmente reflita sobre isso. As mulheres fazem, e as pessoas negras fazem muito isso. Conversam, pensam e escrevem mais sobre isso, porque estão deslocadas desse lugar central e universalizante do homem branco", acredita.
Antônio Xerxenesky era editor da DBA quando recebeu o livro. "Comecei sem saber onde a narrativa ia me levar. No início, parecia bobinho, levar uma tartaruga para lá e para cá. Porém, só ao terminar o livro você compreende como todas as peças do romance se encaixam de forma brilhante. Não dava para perder a oportunidade de publicar", diz.
A poeta e professora de escrita criativa na Pucrs Moema Vilela fez a orelha do livro, e diz que o leu a primeira vez ainda em 2017. "Foi muito legal me surpreender com o livro na releitura, e de fato admirá-lo. É sempre muito mágico ver mais de perto o processo de escrita de um romance, e é muito prazeroso fazer isso com alguém amigo", completa.
Baubo, movimento em conjunto
Trabalho de mentoria criativa iniciou em meio à pandemia
/ISABELLE RIEGER/JCA criação da Baubo passa pela amizade de Julia com a escritora Caroline Joanello. Elas se conheceram na Faculdade de Comunicação da Ufrgs, mas só foram estreitar laços no mestrado em escrita criativa, na Pucrs, em que foram colegas. Recém completados dois anos de existência em fevereiro, a iniciativa começou ainda no meio da pandemia de Covid-19, em um momento em que as duas estavam procurando novas oportunidades. "Funcionamos bem porque a gente fica em diálogo o tempo inteiro e construímos um entrosamento muito bonito. A Julia é uma pessoa muito ponderada e sensata, eu aprendo muito com ela nessas trocas diárias. Nós temos duas turmas de oficina permanente e também fazemos edição e preparação de originais das autoras e autores que nos contratam para isso", explica Caroline.
Ao todo, já passaram pelas mãos da dupla mais de 40 obras de ficção, não-ficção e infantis. "Acompanhamos escritoras e escritores com mentoria individual, e produzimos textos por encomenda. Além disso, editamos uma revista/newsletter, a Saiote, que surgiu com a intenção de ser mensal e estamos trabalhando para isso, ainda nos adaptando a essa coisa de periodicidade", diz. A escritora Irka Barrios buscou o trabalho da Baubo para o livro de contos Júpiter Marte Saturno. "Queria um olhar distanciado, de escritoras que produzem textos que passam longe do horror e do insólito. Um grande acerto foi a leitura crítica da Julia Dantas e da Caroline Joanello. O livro ganhou em qualidade", aponta.
O trabalho em dupla às vezes pode envolver algumas discordâncias. "Temos estilos bastante diferentes, mas vemos isso como um ponto muito positivo, porque carregar dogmas em literatura é perigoso", diz Caroline. Julia diz que, essencialmente, há uma visão parecida a respeito do processo criativo. "E como você ajuda uma pessoa a desenvolvê-lo sem interferir demais, sem querer direcionar a pessoa e simplesmente oferecer ferramentas", diz.
Percurso na edição
Detalhe da capa do livro 'Ela se chama Rodolfo', de Julia Dantas
/DBA/DIVULGAÇÃO/JCRodrigo Rosp, um dos fundadores da Dublinense junto com Gustavo Faraon, conta que conheceu Julia em 2006, quando ambos trabalhavam em uma empresa de jornalismo. "Ela e o Gustavo eram colegas da Faculdade, então nós tínhamos muitos amigos em comum, nunca perdemos o contato. Em 2009, quando abrimos a editora, nós sabíamos que ela tinha feito a Oficina do Assis e publicado alguns contos, e que continuava escrevendo. Lá pelas tantas, em um almoço, em um café ou em um bar, não sei, veio a ideia de convidá-la para trabalhar conosco", diz. Então, Julia começou a integrar a parte editorial, em 2014.
A autora de Ela se chama Rodolfo trabalhou em diversas publicações, mas recorda da edição de Amora, de Natalia Polesso, por ser o primeiro trabalho desse tipo que fez à distância. "A Natália estava na França estudando. Lembro de que foi a primeira vez que a gente fez a edição no PDF, sublinhando, trocando comentários, trocando um milhão de e-mails", diz.
Polesso comenta que tem uma grande admiração por Julia e que o processo foi muito cuidadoso. "Fluiu muito bem, ela é uma excelente leitora, nossa relação foi crescendo. Também trocamos leituras de nossos livros depois (manuscritos de Ela se se chama Rodolfo e A Extinção das Abelhas), então, quando a gente consegue ter esses trânsitos de leitura e de amizade é uma relação de confiança que se constrói", comenta.
Entre vários outros trabalhos que Julia realizou nessa época, estão livros de autores como Carol Bensimon, Henrique Schneider e Nelson Rego.
Julia lembra relembra a época do lançamento de Ruína y Leveza. "Foram o Rosp e o Gustavo que disseram: 'para, está pronto, acabou'", diz. Para Rosp, foi um livro muito bom de trabalhar. "Eu acho incrível, redondo, tem todos os atributos de uma boa literatura, de uma boa estreia, e na verdade não era bem uma estreia, porque a Julia já tinha bastante bagagem na publicação de contos", explica. Depois, Julia e Rosp ainda organizaram em 2020 o livro Fake Fiction: Contos sobre um Brasil onde tudo pode ser verdade. Julia saiu da Dublinense em 2017.
Livros de Julia Dantas
Ruína y Leveza (Não Editora/Dublinense, 2015)
Fake Fiction (organização/ Dublinense, 2020)
Ela se chama Rodolfo (DBA Editora, 2022)
* Rafael Gloria é jornalista, mestre em Comunicação (Ufrgs) e editor do site Nonada Jornalismo.