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Publicada em 29 de Agosto de 2024 às 18:40

Fraport conclui 60% das obras da pista para voos em outubro no Salgado Filho

Obras na pista de pousos e decolagens preparam traçado de 1.730 metros para volta da operação

Obras na pista de pousos e decolagens preparam traçado de 1.730 metros para volta da operação

TÂNIA MEINERZ/JC
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Patrícia Comunello
Patrícia Comunello
Em vez de voos, o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, tem um verdadeiro canteiro de obras. A operação mais sensível é a reabilitação de boa parte da pista de pousos e decolagens (PPD), após graves danos das cheias de maio.  
Em vez de voos, o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, tem um verdadeiro canteiro de obras. A operação mais sensível é a reabilitação de boa parte da pista de pousos e decolagens (PPD), após graves danos das cheias de maio.  
A concessionária Fraport Brasil informou nesta quinta-feira (29) que concluiu metade das intervenções que envolvem o traçado de pousos e decolagem, áreas do terminal e outros setores afetados para retomar o tráfego aéreo em 21 de outubro. Os voos não ocorrem desde 3 de maio. A reabilitação do traçado chegou a 60% da execução.
"A fase 2, que é a principal das obras, entrega a pista em 21 de outubro que viabiliza a retomada de boa parte dos voos domésticos no aeroporto, melhorando significativamente a conectividade do Estado com o resto do País. Esta é nossa missão", afirmou o diretor de Infraestrutura e Manutenção da Fraport, Cássio Gonçalves, após a primeira visita da imprensa ao local das intervenções, do terminal a áreas externas
"A fase 2, que é a principal das obras, entrega a pista em 21 de outubro", confirma Gonçalves | TÂNIA MEINERZ/JC
"A fase 2, que é a principal das obras, entrega a pista em 21 de outubro", confirma Gonçalves TÂNIA MEINERZ/JC
Hoje embarque e desembarque são no Salgado Filho, mas os voos ocorrem na Base Aérea de Canoas (Baco). O apoio da Baco começou em fim de junho.
Na retomada de voos na Capital, serão 128 frequências diárias, entre partidas e chegadas. Antes da enchente, o terminal tinha, em média, 140 a 150 voos diários. As aéreas Azul, Gol e Latam confirmaram a retomada da operação e já vendem passagens. Conexões para Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Curitiba, Guarulhos, Rio de Janeiro e São Paulo já estão sendo comercializadas.
As ligações internacionais voltam em 16 de dezembro, quando a pista estará na capacidade total de 3,2 mil metros. Latam e Copa Airlines já abriram a oferta para compra de ligações.
Usina de asfalto foi montada em antigas oficinas de manutenção de aviões | TÂNIA MEINERZ/JC
Usina de asfalto foi montada em antigas oficinas de manutenção de aviões TÂNIA MEINERZ/JC
Em outubro, os pousos e as decolagens serão em pista reduzida, de 1.730 metros. Para dar conta da demanda de insumos, foi montada uma usina de asfalto nas antigas oficinas de manutenção de aviões da Varig e depois da TAP.
"É a primeira vez que isso é feito (uma usina para atender à demanda exclusiva do complexo). Serão 150 mil toneladas de material para reabilitação das duas fases", dimensiona Diógenes Sartor, gerente de infraestrutura da Fraport.
"Tem mais duas usinas fora do aeroporto produzindo asfalto", completa Sartor. A reabilitação do pavimento é estimada em R$ 300 milhões.    
A concessionária também liberou uma radiografia de tudo que está em execução, que envolve, além da PPD, restaurações no terminal, entre pisos, equipamentos, áreas de raio-x, esteiras de bagagens e ambientes de uso dos passageiros. O primeiro nível do terminal teve inundação.
Gonçalves lembrou que a busca por soluções e contatos com fornecedores começou mesmo quando ainda havia lâmina de água no aeródromo. Em junho, as ações se intensificaram para testar o que havia sido afetado da pavimentação, e providenciar a recomposição da infraestrutura e equipamentos. 
Enchente danificou camada de pavimentação, mas não afetou placa de concreto | TÂNIA MEINERZ/JC
Enchente danificou camada de pavimentação, mas não afetou placa de concreto TÂNIA MEINERZ/JC
"Tivemos de passar por etapas de ensaios, testes para poder definir o projeto responsável, com segurança e sem especulação", destacou o diretor de infraestrutura, citando que os conjuntos de raio-x, que são importados, já estão sendo processados para entrega pelos fabricantes. A garantia é de chegada de material para a operação. "Tenho certeza que vamos cumprir os prazos", reforçou.
Informações de custos e repasses não foram detalhados. "Isso está sendo visto pela alta direção", disse Gonçalves. Na semana passada, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou repasse de R$ 426 milhões para a concessionária cobrir despesas da restauração geral do complexo. Cabe ao governo fazer o repasse.    
Segundo a Fraport, foram mais de 70 contratos firmados, além de uma média de 700 trabalhadores e cerca de 150 veículos/equipamentos envolvidos na obra. A intervenção atinge 55 mil metros quadrados de concreto do pátio de aeronaves, "equivalente a sete campos de futebol", dimensiona a concessionária.
"Dezoito prédios do sítio aeroportuário e sete salas técnicas de TI estão em reforma", descreve a empresa, em nota.
Há pontos de restauro por todo lado, dentro (primeiro piso do terminal de passageiros) e áreas externas, da pista e acessos para aeronaves pararem nas pontes (estruturas conectadas ao terminal onde o avião é acoplado para os embarques e desembarques).
Esteiras de bagagens foram desmontadas para recuperação e são remontadas | TÂNIA MEINERZ/JC
Esteiras de bagagens foram desmontadas para recuperação e são remontadas TÂNIA MEINERZ/JC
Um aliado que está ajudando, paradoxalmente, é o clima. Até agora, o tempo foi favorável. Mas o período de maior precipitação no Rio Grande do Sul ainda está por vir:
"O mês de setembro será chave para as obras, porque é o mês com o maior índice pluviométrico. Nosso planejamento considera o índice histórico", observa Gonçalves.
"Mas se surgir algo fora da curva pode ser que a gente tenha algum atraso", admite o diretor.
Para não correr riscos, as empresas prestadoras atuam em diversos horários e se ajustam a eventual mudança, como chuvas. Os turnos de trabalhos vão da manhã até a noite.     

Raio-x da reabilitação do Salgado Filho para voos:

Parte das pontes onde aeronaves acoplam para embarque e desembarque foi substituída | TÂNIA MEINERZ/JC
Parte das pontes onde aeronaves acoplam para embarque e desembarque foi substituída TÂNIA MEINERZ/JC
Pista
  • Intervenção em 55 mil metros quadrados de concreto do pátio de aeronaves de concreto, equivalente a sete campos de futebol.
  • 18 prédios do sítio aeroportuário e sete salas técnicas de TI estão em reforma
  • 32 mil metros quadrados do Terminal de Passageiros estão em obras de recuperação civil
  • Cerca de 300 mil metros de cabos de tecnologia da informação (TI) e 20 mil metros de cabos elétricos estão sendo substituídos
  • Sete pontes de embarque em manutenção e testes, após troca de componentes, e nove pontes de embarque novas foram instaladas
  • 10 subestações de energia (de um total de 13), 20 grupos geradores estão em recuperação e 29 cubículos de média tensão serão trocados
  • Devem ser usadas 150 mil toneladas de asfalto nas fases 2 e 3 da reabilitação da pista e outras áreas. Na fase 2, são 80 mil toneladas. Até agora, foram aplicadas 19,3 mil toneladas, equivalente a 165 ruas asfaltadas ou 715 carretas.
Terminal de Passageiros
  • Remoção, descarte e execução de 3,1 mil metros quadrados de drywall (58 salas de 20 metros quadrados).
  • Remoção, descarte e instalação de 150 portas.
  • Pintura em 8,7 mil metros quadrados, equivalente a quatro prédios de 10 andares.
  • Limpeza e aplicação de rejunte em quase 20 mil metros quadrados de granito e porcelanato.
  • Lapidação de 10 mil metros quadrados de granito, mais que um campo de futebol.
  • Substituição de 445 tomadas de energia.
  • 12 elevadores recuperados; 11 elevadores e seis escadas rolantes seguem em reforma.

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