Não são ainda voos, mas a primeira estrutura logística voltou a operar no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. A concessionária do complexo, Fraport Brasil, informa que o Terminal Internacional de Cargas (Teca) foi reaberto nesta terça-feira (11). O Salgado Filho está fechado há quase 40 dias. A Fraport prevê, caso não haja problemas mais graves na pista, voltar a ter pousos e decolagens até fim de dezembro.
"Felizmente, a infraestrutura não foi afetada pela enchente. O local já foi vistoriado e recebeu o aval dos órgãos anuentes – Anvisa, Receita Federal e Vigiagro -, para o recebimento e retirada de mercadorias pelo modal rodoviário", explica, em nota, a Fraport.
Já a retomada do transporte aéreo depende da reabertura e do retorno das operações de pouso e decolagem, suspensas desde 3 de maio por tempo indeterminado.
A concessionária diz que o Teca teve movimentação de 11,3 mil toneladas no primeiro quadrimestre de 2024, entre cargas, malas e documentos postais. As tarifas de armazenamento foram suspensas entre 3 de maio e 14 de junho.
"Muitas cargas chegam por outros modais, além do aéreo. Chegando aqui, fazemos o processo de nacionalização dessa carga", explica o diretor comercial da Fraport Brasil, Rodrigo Sousa, em nota.
O Teca foi inaugurado em julho de 2021 e opera também com cargas domésticas. A capacidade passou de 35 mil toneladas, estrutura anterior, para até 100 mil toneladas ao ano, ocupando área de 10.559 metros quadrados.
Sobre o restabelecimento de voos, a concessionária segue com a limpeza e recuperação das áreas afetadas pela inundação, o que inclui testes e análise de como foi o impacto à pavimentação. A condição física do trecho do traçado de 3,2 mil metros é a grande incógnita, para dar mais segurança sobre o prazo de reabertura.
Nessa segunda-feira (10), comitiva com deputados federais e estaduais fez visita ao complexo. Na comunicação com os parlamentares, a direção da Fraport deixou claro que é essencial repasse financeiro do governo federal.
Um "custo inicial" foi estimado pela concessionária em R$ 362 milhões. Mas a CEO da Fraport, Andreea Pal, já deu entrevistas falando em quase R$ 1 bilhão. O que vai comandar o nível do aporte é o tamanho do dano e da restauração da pista.