Atualizada às 15h de 08/06/2024 - Uma das cenas mais chocantes da inundação da área do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, foi a de pequenas aeronaves quase submersas em hangares privados. A água baixou, e as empresas tiveram o sinal verde para começar a remoção dos ativos.
A medida vale para uma primeira leva que pode ser retirada neste sábado (8), segundo nota da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Por volta das 15h, a movimentação foi encerrada no complexo em Porto Alegre.
O aeroporto completou cinco semanas fechado por prazo indeterminado devido aos impactos da inundação. A concessionária do complexo, Fraport Brasil, trabalha com uma possível reabertura em dezembro, mas tudo vai depender da condição da pista, após testes de solo e pavimentação, e de equipamentos de apoio a pousos e decolagens e à operação geral com passageiros.
Sem o Salgado Filho, a Base Aérea de Canoas (Baco) tem voos comerciais, mas em número limitado. A TAP Air anunciou ligação direta de Florianópolis a Lisboa, para compensar a ausência do aeroporto da capital gaúcha.
A Anac autorizou a retirada de parte dos aviões em "caráter excepcional", segundo comunicado no site do órgão regulador. "Excepcional" e com uma ressalva bem relevante:
"O translado de aeronaves em caráter excepcional não permite a liberação do aeroporto para voos comerciais com passageiros". A Anac cita a Portaria nº 14.654, de 20 de maio de 2024, que suspendeu "as operações aéreas regulares no Aeroporto de Porto Alegre por tempo indeterminado".
Aeronaves ficaram em áreas com parte de equipamento sob a água na inundação histórica do complexo. Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
Para a retirada dos aviões menores devem ser seguidos "procedimentos e ações de segurança por parte dos operadores aéreos e a administração do aeroporto", orienta ainda a Anac, na nota.
Segundo a agência, podem ser removidos nove dos 47 aviões que foram retidos pelo alagamento. O Salgado Filho foi fechado na noite de 3 de maio, quando as águas já avançavam nas áreas, comprometendo a segurança da operação.
A remoção está sendo coordenada entre o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), os responsáveis pelas aeronaves e a Fraport Brasil.
A Anac esclarece que as empresas têm de aderir a um termo de responsabilidade pelos aviões para serem autorizadas à retirada.
A remoção está sendo coordenada entre o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), os responsáveis pelas aeronaves e a Fraport Brasil.
A Anac esclarece que as empresas têm de aderir a um termo de responsabilidade pelos aviões para serem autorizadas à retirada.
"É exigida também uma avaliação de risco por parte de cada operador aéreo, com vistas à obtenção de autorização especial de voo, uma vez que o aeroporto está com as operações suspensas", acrescenta a agência reguladora. A remoção vai ser em horários pré-definidos pela Fraport e o serviço de tráfego aéreo.
A Anac informou que o número que decolou se refere às solicitações recebidas pelo órgão até agora. A empresa Total, dona do avião de cargo que está em frente ao antigo terminal, "não solicitou a retirada e, caso o faça, a agência avaliará se o pedido cumpre os requisitos exigidos para que seja autorizada a operação".
A agência esclarece ainda que "as decolagens ocorrem do trecho menos atingido pela enchente".