N�o � somente atrav�s do processo de privatiza��o de estatais que a iniciativa privada ficar� mais pr�xima do governo ga�cho em 2021. A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), por exemplo, pretende realizar mais Parcerias P�blico-Privadas (PPPs) na sua �rea de atua��o. Em 2020, a empresa assinou o contrato para que a Ambiental Metrosul levasse adiante as metas de universaliza��o do esgotamento sanit�rio na Regi�o Metropolitana de Porto Alegre. Para o pr�ximo ano, mais iniciativas nesse sentido, atendendo outras regi�es do Rio Grande do Sul, est�o dentro dos planos da companhia controlada pelo governo do Estado.
A advogada e integrante da unidade de neg�cios e parcerias estrat�gicas da Corsan, Alessandra Cristina Fagundes dos Santos, detalha que o acordo com a Ambiental Metrosul foi firmado no dia 24 de mar�o e no come�o de dezembro foi iniciada a opera��o dessa Sociedade de Prop�sito Espec�fico (SPE), assistida pela Corsan. At� ent�o, a estatal estava liderando as a��es e a outra empresa acompanhava as atividades. "Eram os nossos colegas nos postos de opera��o e a Metrosul treinando suas equipes e pegando o ritmo de trabalho, agora inverteu", detalha a advogada. A Corsan dar� aux�lio � atua��o da SPE at� maio de 2021, em junho a Metrosul assume a gest�o plena e a estatal ficar� acompanhado e fiscalizando a qualidade e os resultados dos servi�os prestados.
Al�m dessa parceria, a Corsan mant�m estudo para cinco novas PPPs envolvendo 41 munic�pios, com uma popula��o de 2,2 milh�es de habitantes e investimentos calculados em mais de R$ 3,5 bilh�es. Alessandra comenta que a atual estimativa � lan�ar as licita��es e fazer as assinaturas de contratos de um primeiro bloco de PPPs ainda em 2021. Esse lote inicial dever� contemplar as regi�es da Serra, Hort�nsias, em torno de Santa Maria e o Vale do Rio Pardo. J� uma segunda etapa, que abranger� o Litoral e o Norte do Estado, dever� ter as licita��es lan�adas no pr�ximo ano, entretanto os acordos ser�o selados em 2022.
Alessandra considera as PPPs ferramentas importantes para que a Corsan consiga aumentar a sua capacidade de investimento. "Estamos vivendo em uma sociedade cada vez mais exigente e quest�es b�sicas, como tratamento de esgoto, n�o podem mais esperar", destaca.
Um segmento de energia no Rio Grande do Sul que sofre com a estagna��o nos �ltimos anos � o da gera��o e�lica. No entanto, a melhora na condi��o do sistema de transmiss�o local para escoar a eletricidade de novas usinas vem animando os empreendedores do setor. Outra quest�o que come�a a dar seus primeiros passos � a possibilidade de empreendimentos offshore (sobre superf�cie l�quida), aproveitando as lagoas e a costa mar�tima do Estado.
O projeto For�a E�lica do Brasil, cujos acionistas s�o a Neoenergia e a Elektro Renov�veis, por exemplo, j� tramita no Ibama e est� previsto para ser implementado no mar, a sete quil�metros da costa de Cap�o da Canoa. A proje��o � que o empreendimento tenha 200 aerogeradores de 15 MW cada um, totalizando 3 mil MW de capacidade instalada (o que corresponde a cerca de 75% da demanda m�dia de energia do Rio Grande do Sul). Agentes do setor e�lico estimam em R$ 25 bilh�es a R$ 30 bilh�es o investimento necess�rio.
O presidente do Sindicato das Ind�strias de Energias Renov�veis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, ressalta que � um projeto de grande envergadura e complexo, contudo n�o quer dizer que n�o possa sair do papel. Ele frisa que se tratam de empresas s�rias envolvidas, al�m da proposta j� ter sido apresentada ao �rg�o ambiental.
Uma possibilidade para concretizar esse parque e�lico � ele ser conduzido de maneira fragmentada, ou seja, come�ar a opera��o com volumes menores de gera��o. Ele acrescenta que o lan�amento de iniciativas como essa antecipam tend�ncias de uma transi��o energ�tica, pois as fontes renov�veis est�o ocupando maiores espa�os dentro da matriz energ�tica.
Apesar de ainda ser incipiente, Sari chama a aten��o que o Rio Grande do Sul tem um enorme potencial para esse tipo de produ��o de energia atrav�s do aproveitamento de suas lagoas, como a Mirim e a dos Patos. No caso da gera��o e�lica em locais como esses, o presidente do Sindienergia-RS argumenta que uma das vantagens � n�o ter que enfrentar grandes calados (profundidade) e os aerogeradores estariam mais pr�ximos das linhas de transmiss�o. "� muito mais parecido com o onshore (sobre superf�cie s�lida), eu brinco que � um onshore molhado", aponta Sari.
Sobre impactos ambientais, o dirigente adverte que, nas lagoas, � preciso ter cuidado com a quest�o das rotas de migra��o das aves. Por�m, se a compara��o for com empreendimentos feitos no mar, o presidente do Sindienergia-RS argumenta que, normalmente, os reflexos na fauna marinha s�o maiores, porque pode afetar o habitat de grandes mam�feros aqu�ticos, como as baleias.