No Estado, entre os destaques para 2020, o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos Júnior, cita as privatizações do Grupo CEEE e da Sulgás, que devem ocorrer na segunda metade do próximo ano. O dirigente argumenta que, na mão da iniciativa privada, essas companhias terão mais capacidade de investimento, algo que o controlador dessas empresas hoje, o governo do Estado, não possui.
Lemos calcula que o encaminhamento da venda do Grupo CEEE deverá ocorrer pelo terceiro trimestre de 2020 e a Sulgás será alienada posteriormente. No caso da Companhia Riograndense de Mineração (CRM), o secretário diz que não há um prazo definido, pois o mercado em que essa estatal atua, o carbonífero, é mais restrito. A melhor forma de venda para essa empresa, assim como a privatização das outras companhias, está sendo estudada a pedido do governo gaúcho pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Sobre o setor carbonífero, Lemos frisa que o carvão continua fazendo parte da matriz energética brasileira, sendo que a termelétrica Pampa Sul, do Grupo Engie, entrou em funcionamento, em Candiota, em meados de 2019. Ele ressalta que há outros empreendimentos termelétricos licenciados que podem concorrer em leilões de energia e ainda há a mina Guaíba (projeto da empresa Copelmi, em Eldorado do Sul, que tem como foco a gaseificação do carvão). A respeito dessa iniciativa, Lemos diz que o seu licenciamento ambiental é um processo técnico, que vai continuar sem considerar pressões, de qualquer das partes (ambientalistas e empreendedores), para se alcançar uma visão consolidada se o empreendimento pode ir adiante ou não.
Em âmbito nacional, o secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura recorda que o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, já adiantou que o Brasil precisará investir em torno de R$ 450 bilhões em novos projetos de geração e transmissão de energia até 2029. Com o investimento, o crescimento estimado em geração será da ordem de 25% e, na transmissão, de 39% em dez anos.
Sobre as privatizações envolvendo ativos da Eletrobras e da Petrobras, que devem ocorrer a partir de 2020, o presidente da Comerc Energia, Cristopher Vlavianos, afirma que a medida dará mais capacidade para essas companhias investirem. "Essas empresas ficaram muito tempo amarradas e foram perdendo valor", argumenta.