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Publicada em 18 de Dezembro de 2024 às 22:10

14ª Bienal do Mercosul acelera o pulso cultural de Porto Alegre

Obra de Santiago Yahuarcani está inserida no conceito da mostra, que vai de 27 de março a 1 de junho

Obra de Santiago Yahuarcani está inserida no conceito da mostra, que vai de 27 de março a 1 de junho

/Santiago Yahuarcani/Divulgação/JC
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Adriana Lampert
Adriana Lampert Repórter
Em 2025, Porto Alegre receberá, através da 14ª Bienal do Mercosul, um convite para olhar para a vida sob outra perspectiva. Considerada como uma das mais importantes mostras de arte contemporânea da América do Sul, o evento acontece na Capital entre os dias 27 de março e 1 de junho, oferecendo ao público uma programação cultural e educativa, que abrange a exposição de obras de 76 artistas, de 30 países, e que terá como tema central a palavra Estalo. Para além da mostra de artes visuais, a 14ª Bienal do Mercosul ainda contará com atividades paralelas que ativarão diferentes centros culturais, museus e espaços públicos da cidade, através de palestras, eventos, exibições de filmes, festas, saídas de campo, oficinas, entre outras atrações.
Em 2025, Porto Alegre receberá, através da 14ª Bienal do Mercosul, um convite para olhar para a vida sob outra perspectiva. Considerada como uma das mais importantes mostras de arte contemporânea da América do Sul, o evento acontece na Capital entre os dias 27 de março e 1 de junho, oferecendo ao público uma programação cultural e educativa, que abrange a exposição de obras de 76 artistas, de 30 países, e que terá como tema central a palavra Estalo. Para além da mostra de artes visuais, a 14ª Bienal do Mercosul ainda contará com atividades paralelas que ativarão diferentes centros culturais, museus e espaços públicos da cidade, através de palestras, eventos, exibições de filmes, festas, saídas de campo, oficinas, entre outras atrações.
"Será a Bienal das bienais", promete a presidente da Bienal do Mercosul, Carmen Ferrão, que cumpre seu segundo mandato à frente do evento. "Na 13ª Bienal, abordamos o tema Trauma, sonho e fuga e nosso principal desafio era realizar a mostra no formato presencial, pois saíamos do período de pandemia de Covid-19", recorda Carmen. "Agora é outro momento: precisamos falar de vida", comenta a empresária, emendando que, ao contrário do que pudesse imaginar, o grande desafio de sua gestão veio justamente este ano. "Esta edição era para ter ocorrido em setembro de 2024, mas, devido às enchentes no Rio Grande do Sul, precisamos transferir para março - e, atualmente, ainda existem muitos espaços (como o Margs e o Farol Santander) que ainda estão se reestruturando para poder receber a visitação do público." 
De acordo com Carmen, a expectativa é de que o evento de 2025 supere os 860 mil visitantes da última edição, ocorrida em 2022. "A meta é chegar a 1 milhão de pessoas." A presidente da Bienal do Mercosul destaca que parte "importantíssima" deste público é formada por estudantes. "Recebemos muitas escolas de diversos municípios gaúchos, e, para as da rede pública, disponibilizamos transporte gratuito. É emocionante de ver como os alunos adoram participar do evento: eles curtem, prestam atenção, perguntam."
A dirigente emenda que a Bienal do Mercosul se destaca por sua curadoria educativa, que visa aproximar a mostra principal de públicos diversos. "Iremos estar trabalhando com 100 monitores, que passam por aprendizado para explicar as obras e receber os visitantes da melhor maneira. Também enviamos material preparado pela curadoria educativa aos professores de escolas públicas, para que possam abordar o conteúdo com os alunos, antes da visita à mostra."
De acordo com o curador-chefe da 14ª edição do evento, Raphael Fonseca, o conceito da exposição tem como principal objetivo lidar com a noção de transformação. "Em um estalar de dedos e em um breve fragmento do tempo, nossos corpos e a natureza, por exemplo, passam por transformações de diversas magnitudes", observa. "Das metamorfoses que surgem silenciosamente em nossos organismos aos movimentos bruscos e ruidosos - viver é sinônimo de nunca estarmos em um lugar estável e seguro." Fonseca também buscou fazer desta edição um evento diverso, representativo e inclusivo. Nesse sentido, a exposição se espalhará por 18 espaços em Porto Alegre, sendo alguns deles (Cinemateca Capitólio, Pop Center, Museu do Hip Hop e Fundação Vera Chaves Barcellos, em Viamão) inéditos na programação da Bienal - viabilizando uma maior adesão da população da Capital às atividades, considerando que nem todos ficam na região central da cidade. 
Outra novidade desta Bienal é o projeto Portas para a Arte, que já teve uma prévia na edição anterior, mas agora será ampliado. "No evento de 2025, 40 galerias de Porto Alegre participam do projeto promovendo uma exposição de um artista local ou nacional durante a realização da Bienal, com duração de pelo menos 15 dias", explica Carmen. Ela destaca que a proposta é de integração com a comunidade artística da cidade e a promoção de circuitos de visitação. "Outro projeto é o Arte no Prato, um convite à gastronomia, com os chefs de alguns restaurantes preparando pratos inspirados no tema desta edição da mostra. Tudo isso com foco em envolver toda a cidade no evento", pontua a presidente da Bienal do Mercosul.
Ainda de acordo com Carmen, o objetivo desses projetos e dos Programas Públicos da Bienal (como estão sendo denominadas as atividades paralelas ao evento) é fazer com que a mostra reverbere além das exposições, propondo um constante "estado de bienal", cuja construção acontece através da experiência dos públicos. Ela avalia que, além de despertar o pertencimento e inclusão dos porto-alegrenses, a expansão da programação também contribui para as vendas do comércio, principalmente de bares e restaurantes, e do turismo.
 

Espaços onde acontecerá a 14ª Bienal do Mercosul

 Cinemateca Capitólio
 Casa de Cultura Mário Quintana
 Espaço Força e Luz
 Estação Cidadania Lomba do Pinheiro
 Estação Cidadania Restinga
 Farol Santander
 Fundação Ecarta
 Fundação Iberê Camargo
 Fundação Vera Chaves Barcellos
 Goethe-Institut Porto Alegre
 Instituto Ling
 Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul - MACRS
 Museu de Arte do Rio Grande do Sul - MARGS
 Museu do Hip Hop
 Museu do Trabalho
 Pop Center
 Usina do Gasômetro
 Vila Flores

Artistas que integram a mostra

 Ad Minoliti (Argentina, 1980)
 Alanis Obomsawin (Abenaki/Canadá, 1932)
 Ali Eyal (Iraque, 1994)
 Amol K. Patil (Índia, 1987)
 Awilda Sterling-Duprey (Porto Rico, 1947)
 Berenice Olmedo (México, 1987)
 biarritzzz (Brasil, 1994)
 Bonikta (Brasil, 1996)
 Chico Machado (Brasil, 1964)
 Christine Sun Kim (Estados Unidos, 1980)
 Claudia Alarcón (Wichi/Argentina, 1989)
 Claudio Goulart (Brasil, 1954-2005)
 Cornelius Cardew (Inglaterra, 1936-1981)
 Damián Ayma Zepita (Aymara/Bolívia, 1921-1999)
 Darks Miranda (Brasil, 1985)
 Diedrick Brackens (Estados Unidos, 1989)
 Djalma do Alegrete (Brasil, 1931-1994)
 Eduardo Montelli (Brasil, 1989)
 Emilija karnulyt (Lituânia, 1987)
 Erick Peres (Brasil, 1994)
 Farah Al Qasimi (Emirados Árabes Unidos, 1991)
 Fátima Rodrigo (Peru, 1987)
 Felipe Rezende (Brasil, 1994)
 Felipe Veeck (Brasil, 1996)
 Firas Shehadeh (Palestina, 1988)
 Freddy Mamani (Aymara/Bolívia, 1971)
 Froiid (Brasil, 1986)
 Fyerool Darma (Singapura, 1987)
 Heitor dos Prazeres (Brasil, 1898-1966)
 Gabriel Chaile (Argentina, 1985)
 Gretchen Bender (Estados Unidos, 1951-2004)
 Iberê Camargo (Brasil, 1914-1994)
 Ismael Monticelli (Brasil, 1987)
 Jacolby Satterwhite (Estados Unidos, 1986)
 José Ballivián (Bolívia, 1975)
 Julia Isídrez (Paraguai, 1967)
 Kira Xonorika (Guarani/Paraguai, 1995)
 Laryssa Machada (Brasil, 1993)
 Letícia Lopes (Brasil, 1988)
 Lorenzo Beust (Brasil, 1997)
 Marcus Deusdedit (Brasil, 1997)
 Marina Rheingantz (Brasil, 1983)
 Mauro Fuke (Brasil, 1961)
 Maya Weishof (Brasil, 1993)
 Minia Biabiany (Guadalupe, 1988)
 Nam June Paik (Coréia do Sul, 1932-2006)
 Natasha Tontey (Indonésia, 1989)
 Nereyda López (Cocama/Tikuna/Peru, 1965)
 New Red Order (Ojibway e Tlingit/Estados Unidos, 2016)
 Nicole L'Huillier (Chile, 1988)
 Nikita Gale (Estados Unidos, 1983)
 Ogwa (Ishir/Paraguai, 1937-2008)
 Özgür Kar (Turquia, 1992)
 Paul Mpagi Sepuya (Estados Unidos, 1982)
 Randolpho Lamonier (Brasil, 1988)
 Retratistas do Morro/Afonso Pimenta (Brasil, 1954)
 Rochelle Costi (Brasil, 1961-2022)
 Rodrigo Cass (Brasil, 1983)
 Samson Young (Hong Kong, 1979)
 Sandra Vásquez de La Horra (Chile, 1967)
 Santiago Yahuarcani (Cocama/Uitoto/Peru, 1960)
 Sara Modiano (Colômbia, 1951-2010)
 Taiki Sakpisit (Tailândia, 1975)
 Tang Han (China, 1989)
 Tirzo Martha (Curaçao, 1965)
 Ulises Beisso (Uruguai, 1958-1996)
 Urmeer (México, 1991)
 Valerie Brathwaite (Trinidad & Tobago, 1940)
 Venuca Evanán (Peru, 1987)
 Vitória Cribb (Brasil, 1996)
 William Gutiérrez Peñaloza (Colômbia, 1959)
 Wiki Pirela (Venezuela, 1992)
 Yi-Fan Li (Taiwan, 1989)
 Yong Xiang Li (China, 1991)
 Yunchul Kim (Coréia do Sul, 1970)
 Zé Carlos Garcia (Brasil, 1973)

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