Previsão é de que a reforma tributária passe por regulamentação no início do próximo ano Legislativo

Proposta de Emenda Constitucional que simplifica tributação foi aprovada no Congresso

Por Caren Mello

/Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados/Divulgação/JC
Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira colocou a PEC em votação em dois turnos antes do recesso
Com votação em dois turnos concluída na sexta-feira, 15 de dezembro, na Câmara dos Deputados, a Proposta de Emenda Constitucional da reforma tributária (PEC 45/2019), dependerá agora de regulamentação.

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Simplificação de tributos deverá alavancar o desenvolvimento econômico do País

MARIANA CARLESSO/JC
Gobetti entende que a PEC corrigirá distorções históricas
O economista e pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Sérgio Gobetti, destaca a importância da reforma tributária para o desenvolvimento econômico do Brasil.
"O País anseia por corrigir as distorções, e não conheço uma proposta que tenha sido tão discutida", avalia. O período de transição, a trava na carga tributária e o período e os setores com a alíquota reduzida estiveram no centro das discussões.
Assessor da Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz) do Rio Grande do Sul, Gobetti defende a construção da reforma, assim como também avaliam organismos internacionais, e ressalta os benefícios com a criação do IVA.
O ideal, segundo ele, seria o imposto com um alíquota maior e devolução através de instrumentos como cashback.
"Este é o consenso de 90% dos economistas. E aqueles contrários vão identificar os benefícios na medida em que os programas vão se consolidando. A política de devolução é mais eficaz", diz o economista.
A previsão, segundo ele, é de que os projetos de lei que tratam da regulamentação comecem a chegar já no final do primeiro semestre de 2024, após a promulgação neste ano.
O Congresso Nacional receberá os projetos para as normais gerais do IBS e do CBS. E, também, o imposto seletivo, que substitui parte da arrecadação do IPI, e do Comitê Federativo, cuja autonomia já está determinada. "A partir de agora, haverá mais detalhamentos propositivos."
Gobetti festeja a aprovação de um texto que vem corrigir distorções históricas e que só existem no Brasil, como no caso da maior oneração do setor da indústria, isenção de lucros e dividendos ou três esferas de tributação. E acredita que o Rio Grande do Sul será um dos estados mais beneficiados com ganho de arrecadação. "Ninguém gosta de pagar tributo, mas essas mudanças ficarão pesadas no curto prazo, em 5 anos, mas os benefícios futuros serão enormes", aponta.