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Lojistas terão um 2024 com cara de segundo tempo de 2023
Dirigentes, economistas e especialistas definem o que vai impactar o setor
O ano que estreia em poucos dias podia muito bem ser um segundo tempo de 2023, se fosse possível reprogramar o calendário do varejo. A razão é simples: problemas que tiraram o sono de comerciantes na recente jornada terão continuidade, entre ritmo da atividade mais ameno e pressionado ainda por juros e inadimplência, que se manterão altos.
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Na loja consumidor híbrido e IA, avisa Fabiano Zortéa, do Sebrae-RS
Três perguntas para Fabiano Zortéa, coordenador de Varejo do Sebrae-RS:
Minuto Varejo - O que vai dominar 2024?
Fabiano Zortéa - Maior uso de inteligência artificial (IA). As ferramentas que serão mais usadas são de geração de texto, imagem e automatização de tarefas. O movimento com IA deve crescer de forma mais aplicável ao contexto dos negócios. Os varejistas precisam também dedicar mais tempo para a estratégia de oferta do produto/serviço, agregando mais serviços. O consumidor tende a escolher um produto/serviço que é novo, não é mais do mesmo ou é mais interessante.
MV - Digitalização e jornada do cliente: algo novo?
Zortéa - Vamos ter ofertas mais específicas de jornada híbrida, na qual o cliente seleciona no digital e experimente na loja, algo como "escolha no online e teste/experimente na loja". Com um cenário em que o cliente quer otimizar seu tempo, essa jornada de compra pode ser interessante. É um movimento bom para clientes e varejistas. A simbiose entre físico e virtual sustenta o novo mundo híbrido.
MV - Loja física ou tudo omnicanal?
Zortéa - O varejo físico ficará mais forte em 2024, desde que qualifique a presença digital. Criamos um mundo híbrido e, para fazer mais negócios, precisa atrair clientes pelos canais digitais, onde a audiência é o primeiro objetivo para trazer o cliente à loja física, para converter mais vendas neste ponto de contato.
Pergunta do milhão em 2024, provoca Eduardo Terra, da SBVC
Três perguntas para Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC) e membro de conselhos de Petz, O Boticário e AMPM:
Minuto Varejo - O varejo melhora em 2024?
Eduardo Terra - Esta é a pergunta do milhão. A resposta é: depende, porque o varejo tem tido um desempenho heterogêneo. Supermercados e farmácias tiveram um ano bom, já eletromóveis, não, mas com a perspectiva de redução de juros, devem ter uma melhora. Já setores que dependem de renda e emprego, é uma grande interrogação, pois vão depender da estabilização da reforma tributária, do cenário internacional e da confiança de empresários e consumidores. Para mim, 2024 está mais para ser igual ou um pouco pior que 2023. Falo isso baseado em discussões de orçamentos e cenários em empresas que tenho acompanhado.
MV - Vamos ter expansões em 2024?
Terra - Esta resposta é mais fácil: não vai ser um ano de grande expansão. O custo do dinheiro está muito alto ainda, as empresas estão olhando para suas estruturas de capital e reduzindo dívidas. O custo financeiro machucou e ainda machuca bastante as operações. Será um ano de desaceleração da expansão do varejo como um todo. Mesmo os setores alimentar, de farmácia e pet, que têm liderado a agenda de abertura de lojas, devem tirar o pé do acelerador.
MV - Loja física ou tudo omnicanal?
Terra - 2023 foi o ano da loja física. O próximo deve ser de continuidade, mas com fortalecimento da loja física que é omnicanal, mais digital, integrada e com mais dados. Não é a loja analógica. Já o e-commerce, que andou de lado este ano deve seguir neste ritmo em 2024.