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Ocergs projeta 2024 com menos dificuldade para as cooperativas agropecuárias
Segmento fechará o ano em queda de até 6% e já trabalha estruturação para enfrentar as mudanças climáticas
O ano de 2024 será de enfrentar desafios para as cooperativas agropecuárias gaúchas. Mas nem de longe as dificuldades deverão ser comparadas às dos últimos 12 meses. Na projeção da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs), o setor encerrará 2023 com queda de 5% a 6% no faturamento. "A agropecuária será o único segmento do cooperativismo gaúcho a fechar o ano no vermelho. Para entender, basta lembrar que tivemos a pior seca, prejudicando a safra de soja, no verão passado, e as piores chuvas, caindo sobre o trigo, no inverno. Foi o ano mais desafiador para a agropecuária", afirma o presidente da entidade, Darci Pedro Hartmann.
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Setor de proteína animal está em alerta no Estado
O cenário nebuloso também chegou à cadeia produtiva de proteína animal, cujos altos preços dos insumos e até a concorrência externa subsidiada colocaram o setor em alerta. Produtores de aves, suínos e leite experimentaram um 2023 desafiador e se mobilizaram para fazer seus apelos ecoarem junto aos poderes Executivo e Legislativo estaduais e municipais, bem como às comunidades em que estão inseridos. Despontaram fortes as crises das coopertaivas Piá, de Nova Petrópolis, cuja gestão anterior virou caso de polícia, e Languiru, de Teutônia.
Não por acaso, um grupo de trabalho foi montado sob a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, envolvendo outras pastas do governo e também agentes financeiros, deputados estaduais e prefeituras. O esforço foi para buscar crédito e renegociação de dívidas para dar fôlego ao segmento.
Nesse contexto, uma verdadeira força-tarefa articulou a aproximação entre a Languiru e a gigante JBS, para a negociação de um dos ativos da empresa gaúcha, em liquidação extrajudicial. Com dívida estimada em mais de R$ 1,1 bilhão na metade do ano, a Languiru viu toda a diretoria renunciar e precisou começar sua reorganização.
O atual presidente liquidante, Paulo Roberto Birck, que comanda essa etapa, espera um 2024 melhor. "Muitas situações aconteceram ao longo deste ano e, com muita responsabilidade e serenidade, a gente vem contornando esses desafios para que 2024 seja um ano de reestruturação, união, somatório de esforços para que a gente não perca a marca, a cooperativa, e tenha que encerrar de fato as atividades", disse.
Para isso, o foco está direcionado aos segmentos mais rentáveis e aos associados. O novo ano será desafiador, também, por conta das intempéries, que impõem aumento nos custos de produção. "Precisamos fazer o dever de casa, tornar a Languiru uma cooperativa saudável, não olhando a escala de faturamento e, sim, o que gera resultado. E, com isso, também fazer toda essa projeção, planejamento de como vamos criar o plano de pagamentos e começar a mostrar para a sociedade, principalmente para os nossos cooperados, a força que tem o cooperativismo", acrescenta Birck.
O dirigente espera que o mercado nacional valorize mais a produção interna de leite. Ele ressaltou que a importação de lácteos do Mercosul precisa diminuir, sob risco do desmantelamento da cadeia. Para Darci Pedro Hartmann, presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs), embora demandando atenção e apoio, os casos da Languiru e da Piá, duas entre 380 cooperativas gaúchas, são exceções que confirmam a capacidade do setor.