O crescimento do setor da construção civil em 2024 vai depender de condições mais favoráveis nas decisões macroeconômicas em nível nacional. A Taxa Selic, que mantém uma tendência de queda - com reduções pontuais de meio por cento, por exemplo, como comprovado no último corte do Banco Central, ocorrido no dia 13 de dezembro, quando a taxa básica de juros caiu de 12,25% para 11,75% - é fator que favorece o acesso ao crédito imobiliário.
A análise é do presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS), Claudio Teitelbaum, ao destacar que espera que a nova reforma tributária, recém-aprovada, não implique em aumento de impostos.
"O setor já possui uma carga tributária limite superior ao que as empresas podem pagar", comenta. O dirigente do Sinduscon/RS disse que o pós-pandemia da Covid-19 resultou em um crescimento forte da construção civil.
"Tivemos de oito a nove trimestres consecutivos de alta no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O setor cresceu nos últimos dois anos quase o dobro do PIB Nacional", acrescenta.
A construção civil emprega de forma direta 120 mil pessoas no Rio Grande do Sul. "Temos para cada emprego direto quatro indiretos o que totaliza 700 mil empregos diretos e indiretos no Estado", comenta. Teitelbaum explica que os números da construção civil representam quase 20% da indústria gaúcha.
Com relação a Porto Alegre, Teitelbaum afirma que as políticas da prefeitura são positivas para o setor, como é o caso de projetos de revisão do Plano Diretor específicos para o 4º Distrito e o Centro Histórico, já aprovados e em vigor.
O crescimento do Minha Casa, Minha Vida e de habitações de interesse social em zonas com mais infraestrutura também ajuda.
Segundo dados divulgados em novembro pelo Panorama do Mercado Imobiliário - Porto Alegre, elaborado mensalmente pelo Sinduscon-RS, a taxa de velocidade de vendas de imóveis novos na Capital foi de 7,7% em setembro, superior à média dos últimos seis meses (7,5%) e dos últimos 12 meses (6,3%), mostrando que o mercado segue aquecido na cidade.
Teitelbaum afirmou ainda que espera que em 2024 não haja uma elevação da inflação, o que poderá resultar em aumento de custos dos materiais e da mão de obra. "Tudo isso encarece os empreendimentos e ao mesmo tempo o aumento da taxa de juro acaba por diminuir o poder compra do consumidor e a capacidade de tomada de financiamento das empresas da construção civil", acrescenta.