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Publicada em 17 de Dezembro de 2023 às 20:29

Ocergs projeta 2024 com menos dificuldade para as cooperativas agropecuárias

Hartmann enfatizou que ano foi o mais desafiador para a agropecuária

Hartmann enfatizou que ano foi o mais desafiador para a agropecuária

TÂNIA MEINERZ/JC
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Claudio Medaglia
O ano de 2024 será de enfrentar desafios para as cooperativas agropecuárias gaúchas. Mas nem de longe as dificuldades deverão ser comparadas às dos últimos 12 meses. Na projeção da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs), o setor encerrará 2023 com queda de 5% a 6% no faturamento. "A agropecuária será o único segmento do cooperativismo gaúcho a fechar o ano no vermelho. Para entender, basta lembrar que tivemos a pior seca, prejudicando a safra de soja, no verão passado, e as piores chuvas, caindo sobre o trigo, no inverno. Foi o ano mais desafiador para a agropecuária", afirma o presidente da entidade, Darci Pedro Hartmann.
O ano de 2024 será de enfrentar desafios para as cooperativas agropecuárias gaúchas. Mas nem de longe as dificuldades deverão ser comparadas às dos últimos 12 meses. Na projeção da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs), o setor encerrará 2023 com queda de 5% a 6% no faturamento. "A agropecuária será o único segmento do cooperativismo gaúcho a fechar o ano no vermelho. Para entender, basta lembrar que tivemos a pior seca, prejudicando a safra de soja, no verão passado, e as piores chuvas, caindo sobre o trigo, no inverno. Foi o ano mais desafiador para a agropecuária", afirma o presidente da entidade, Darci Pedro Hartmann.
Para o ciclo que está por começar em janeiro, o dirigente vê na oleaginosa a chance de compensar perdas com as demais culturas e atividades do setor. Em 2022, ele lembra, a commodity sofreu muito com a estiagem, mas a excepcional safra de trigo fez o contraponto na contabilidade.
"Desta vez, apesar do atraso na atual semeadura, por conta das precipitações em excesso, acreditamos que haverá redução na intensidade das chuvas ainda em dezembro, permitindo a entrada nas lavouras. Além do mais, nas áreas já plantadas o desenvolvimento das plantas está bom". O dirigente pondera que ainda há tempo para os produtores plantarem variedades de sementes de ciclo mais longo sem grande impacto sobre a produtividade. Hartmann também espera bons resultados com o milho, cuja safra foi bem preparada.
A mostra da resiliência e da capacidade das cooperativas agropecuárias está nos números da safra passada. "Houve uma quebra de 43% na soja, em relação a 2022, e de 52% no milho. Sobre a safra de trigo, estamos fechando o levantamento, mas o percentual de perdas deve ser bastante alto. Mas, ainda assim, seguimos fortes."
Para o presidente da Ocergs, outro fator irá pesar positivamente nas cooperativas agropecuárias: o reconhecimento de que as mudanças climáticas vieram para estabelecer um novo cenário. "As cooperativas estão se reestruturando para vivenciar o 'novo normal'. Apesar das chuvas, temos de continuar trabalhando para ter irrigação, conservação de água no solo e energia elétrica para atender as propriedades", afirma Hartmann.
Nesse contexto, ele destaca a Operação 365, da CCGL, por meio da Rede Técnica Cooperativa (RTC), que estabeleceu um programa para estimular a melhoria da qualidade do solo visando maior sustentabilidade, estabilidade produtiva e rentabilidade das propriedades.
Com uma boa cobertura de solo, diz Hartmann, há melhores condições para reter água e mitigar períodos secos.
 

Setor de proteína animal está em alerta no Estado

Empresa de Teutônia vem enfrentando forte crise e tem dívidas superiores a R$ 1,1 bilhão

Empresa de Teutônia vem enfrentando forte crise e tem dívidas superiores a R$ 1,1 bilhão

AFG/Reprodução/divulgação/jc
O cenário nebuloso também chegou à cadeia produtiva de proteína animal, cujos altos preços dos insumos e até a concorrência externa subsidiada colocaram o setor em alerta. Produtores de aves, suínos e leite experimentaram um 2023 desafiador e se mobilizaram para fazer seus apelos ecoarem junto aos poderes Executivo e Legislativo estaduais e municipais, bem como às comunidades em que estão inseridos. Despontaram fortes as crises das coopertaivas Piá, de Nova Petrópolis, cuja gestão anterior virou caso de polícia, e Languiru, de Teutônia.
Não por acaso, um grupo de trabalho foi montado sob a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, envolvendo outras pastas do governo e também agentes financeiros, deputados estaduais e prefeituras. O esforço foi para buscar crédito e renegociação de dívidas para dar fôlego ao segmento.
Nesse contexto, uma verdadeira força-tarefa articulou a aproximação entre a Languiru e a gigante JBS, para a negociação de um dos ativos da empresa gaúcha, em liquidação extrajudicial. Com dívida estimada em mais de R$ 1,1 bilhão na metade do ano, a Languiru viu toda a diretoria renunciar e precisou começar sua reorganização.
O atual presidente liquidante, Paulo Roberto Birck, que comanda essa etapa, espera um 2024 melhor. "Muitas situações aconteceram ao longo deste ano e, com muita responsabilidade e serenidade, a gente vem contornando esses desafios para que 2024 seja um ano de reestruturação, união, somatório de esforços para que a gente não perca a marca, a cooperativa, e tenha que encerrar de fato as atividades", disse.
Para isso, o foco está direcionado aos segmentos mais rentáveis e aos associados. O novo ano será desafiador, também, por conta das intempéries, que impõem aumento nos custos de produção. "Precisamos fazer o dever de casa, tornar a Languiru uma cooperativa saudável, não olhando a escala de faturamento e, sim, o que gera resultado. E, com isso, também fazer toda essa projeção, planejamento de como vamos criar o plano de pagamentos e começar a mostrar para a sociedade, principalmente para os nossos cooperados, a força que tem o cooperativismo", acrescenta Birck.
O dirigente espera que o mercado nacional valorize mais a produção interna de leite. Ele ressaltou que a importação de lácteos do Mercosul precisa diminuir, sob risco do desmantelamento da cadeia. Para Darci Pedro Hartmann, presidente da Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs), embora demandando atenção e apoio, os casos da Languiru e da Piá, duas entre 380 cooperativas gaúchas, são exceções que confirmam a capacidade do setor.

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