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Festivais consolidam retomada presencial
Ao todo, Porto Alegre contará com cinco edições de eventos de teatro, dança e circo no decorrer de 2023
O ano de 2023 será marcado por uma efervescência de festivais que contemplam as artes cênicas em Porto Alegre. Consolidando as programações pós-retomada ao presencial, estes eventos devem ofertar ao público um farto cardápio de apresentações das artes da cena tanto no primeiro quanto no segundo semestre, não somente ocupando espaços físicos disponíveis, mas também se expandindo para as ruas da cidade.
Após dois anos lidando com a total impossibilidade de realizações presenciais e, mais tarde, com as limitações que a pandemia impôs aos trabalhadores da Cultura, os festivais que contemplam o teatro, a dança e o circo voltam definitivamente a uma situção de quase total normalidade, ainda que mantendo alguns cuidados inevitáveis.
O calendário oficial abre com o festival Porto Verão Alegre (PVA), em sua 24ª edição, que acontece entre 9 de janeiro a 12 de fevereiro, com mais de 100 espetáculos de teatro infantil e adulto, além de dança e música, em 15 espaços da Capital. O evento é exemplo das muitas iniciativas que migraram para o online durante o período de isolamento social e que, agora, retornam aos palcos em sua plenitude.
Idealizado e coordenado pelos atores Rogério Beretta e Zé Victor Castiel, o PVA de 2023 contará com cerca de 20 atrações de fora do Estado, incluindo uma internacional. Intitulado Tranquilli!, o espetáculo de clown assinado por André Casaca, artista radicado na Itália, terá sessões em 17 e 18 de janeiro, no CHC Santa Casa. "Além desta, haverá mais de 40 estreias de espetáculos dentro do projeto" , informa Beretta. A maioria das atrações é local, somando mais de 80 montagens gaúchas.
Segundo o coordenador do festival, este ano a expectativa é alta. "Na edição passada, estávamos a pleno com a programação quando ocorreu o ápice de uma nova cepa da Covid-19 e foi preciso cancelar vários espetáculos", recorda. "Agora, em 2023, a esperança é de que o Porto Verão Alegre aconteça já com ares normais, ainda que mantendo os devidos cuidados."
Ainda no verão, acontece a segunda etapa do 29º Porto Alegre em Cena (POA em Cena). Estreando a coordenação do festival, que já teve sua primeira parte executada em dezembro, com apresentação de 15 espetáculos, o produtor cultural Victor Ortiz informa que o tamanho da programação dependerá dos orçamentos dos grupos selecionados. "Por enquanto, ainda está na fase de inscrições (até 6 de janeiro) para espetáculos locais, mas é provável que haja também a presença de pelo menos um grupo convidado", esclarece.
Durante o evento, está previsto um intercâmbio cultural entre produtores de espetáculos de língua portuguesa, com a presença de profissionais de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e África, além do Brasil. A ideia é "debater a língua portuguesa na dramaturgia", explica Ortiz. Logo em seguida, de 30 de março a 9 de abril, acontece a 1ª Mostra Internacional de Arte Contemporânea (MIAC), idealizada e dirigida pelo curador Fernando Zugno. Ele esclarece que o evento deve contemplar atrações que mesclam diferentes linguagens, incluindo artes cênicas.
Já estão confirmados na programação a renomada companhia de dança Cena 11, de Alejandro Ahmed, com o espetáculo Matéria Escura; o espetáculo francês Affordable solutions for better living, de Théo Mercier e Steven Michel; e Irmãs Brasil, trabalho das artistas transexuais Isma Almeida e Vita Pereira, de São Paulo, que levarão à MIAC uma trilogia de performances com o corpo.
Antes da 30ª edição do Em Cena, prevista para setembro, acontece, entre 11 e 28 de maio de 2023, o 16º Festival Palco Giratório Sesc, com dezenas de espetáculos locais e de diversas regiões do País. Segundo a coordenadora de Artes Cênicas e Visuais do Sesc-RS, Jane Schoninger, a organização do festival já está recebendo as propostas de espetáculos. O evento, que retomou o formato presencial após dois anos de restrições devido à pandemia, alcançou mais de 8,4 mil pessoas em 2022. E a ideia é crescer no próximo ano. "Estamos avaliando a possibilidade de trazer novamente coletivos com repertório, a exemplo do Grupo Galpão (MG) e Armazém Cia de Teatro (RJ)", adianta Jane.
"Queremos retomar ocupação também dos teatros do Sesc pelo Rio Grande dos Sul. Ao todo, são dez espaços distribuídos na Capital e interior", comenta a coordenadora, que também promoverá nova edição do Teatro a Mil. O projeto deve contemplar cerca de 150 mil crianças de março a novembro, passando por 25 cidades para apresentações em escolas públicas.
Para fechar o ano, em setembro, Ortiz e a produtora Denise Viana Pereira devem contemplar a cidade com a 30ª edição do Porto Alegre em Cena. "As perspectivas são as melhores possíveis", celebra o produtor, adiantando que a edição do segundo semestre deverá dar "muita ênfase ao legado e à história do POA em Cena", com pelo menos duas dezenas de espetáculos.