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Publicada em 24 de Novembro de 2024 às 20:32

Presença gaúcha na China reforça relações comerciais e viabiliza negócios

José Wang, do Luwaly Group, vive em Novo Hamburgo e representa empresas gaúchas

José Wang, do Luwaly Group, vive em Novo Hamburgo e representa empresas gaúchas

GUILHERME KOLLING/ESPECIAL/JC
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Guilherme Kolling
Guilherme Kolling Editor-chefe
Guilherme Kolling, de Pequim Com um capitalismo de Estado, sistema no qual o governo tem participação forte nos negócios, os chineses valorizam a chancela de autoridades públicas para fazer compras e vendas a outros países. Assim, a presença da delegação do Palácio Piratini foi saudada por empresários e representantes comerciais que fazem negócios com a China no evento RS Day, realizado em Pequim nesse sábado (23).
Guilherme Kolling, de Pequim

Com um capitalismo de Estado, sistema no qual o governo tem participação forte nos negócios, os chineses valorizam a chancela de autoridades públicas para fazer compras e vendas a outros países. Assim, a presença da delegação do Palácio Piratini foi saudada por empresários e representantes comerciais que fazem negócios com a China no evento RS Day, realizado em Pequim nesse sábado (23).
"É importante a presença da delegação do governo do Estado para que os chineses conheçam o Rio Grande do Sul”, afirmou José Wang, que representa empresas gaúchas na China, como a cooperativa CCGL e a vinícola Salton. A comitiva com o governador Eduardo Leite teve encontros e visitou sedes da Huawei e BYD
"Como está aqui o governo, (para os chineses) todas as informações apresentadas são certas. Não são ‘vigaristas’ ou esse tipo de coisa. Então, as empresas prestam muita atenção a esse tipo de visitas oficiais. E aí as empresas chinesas têm mais interesse em conhecer”, avalia, falando em um português fluente.
Chinês, Wang mora há anos em Novo Hamburgo e trabalha com negócios ligando Rio Grande do Sul a China, para onde vai com frequência, cinco ou seis vezes por ano. Além da sua empresa Luwaly Group, ele é presidente Associação de Inspeção e Entrada e Saída e Quarentena da China, entidade que foi uma das promotoras do evento RS Day, organizado pelo Conselho da China para a Promoção do Comércio Internacional (CCPIT) em parceria com o governo gaúcho.
O empresário acompanhou a delegação gaúcha desde Shenzhen. Radicado no Vale do Sinos, ele começou seus negócios no Brasil com o comércio internacional no setor de calçados. Importa da China matérias-primas para fabricação de calçados, levando insumos a empresas como a Calçados Beira Rio, Dakota e Democrata.
Também trabalha com exportação de produtos brasileiros e representa empresas gaúchas na China, vendendo produtos no mercado chinês. Começou com vinhos, espumantes e sucos de uva da Salton. Também comercializa, há cinco anos, leite em pó da CCGL. E vende ainda outros produtos, como açaí.
Wang reitera a importância de eventos como o RS Day na China para aproximar as empresas dos dois países. “Muitos chineses não conhecem o Brasil nem oportunidades de negócios. Então, é preciso fortalecer esse intercâmbio de delegações para que ambas as partes se conheçam mais a cada dia”, conclui.

Chinesa trabalha em Xangai e representa empresa do Norte gaúcho

Vanessa Wang vende carne bovina gaúcha para o cliente final chinês | GUILHERME KOLLING/ESPECIAL/JC
Vanessa Wang vende carne bovina gaúcha para o cliente final chinês GUILHERME KOLLING/ESPECIAL/JC
Representante comercial da empresa Fuga Couros, de Marau, no Norte do Estado, a jovem chinesa Vanessa Wang mora há dois anos em Xangai e trabalha com a venda de carne bovina para o cliente final chinês. Ela participou recentemente da CIEE Expo, Feira Internacional de Importação da China, e relata que as vendas de carne bovina estão crescendo no mercado chinês.
Vanessa aprendeu português ainda na faculdade, na China, e depois foi morar em São Paulo, onde estudou e trabalhou para uma empresa chinesa. Depois, ainda no Brasil, começou a atuar no mercado de carnes até que a empresa Fuga a contratou para ser representante comercial. Ela participou do RS Day e relatou que o contato com brasileiros é frequente, já que volta ao Brasil três vezes por ano.

Relação de confiança com chineses deve ser cultivada e leva tempo

Advogado gaúcho Niton Borges Júnior (à direita) vai à China três vezes por ano | GUILHERME KOLLING/ESPECIAL/JC
Advogado gaúcho Niton Borges Júnior (à direita) vai à China três vezes por ano GUILHERME KOLLING/ESPECIAL/JC



Um dos empresários gaúchos que integra a comitiva da missão na Ásia é o advogado Nilton Borges Júnior. Sócio do escritório Borges Furtado Advogados, ele trabalha com consultoria de negócios internacionais, focada na China.
Em sua atividade, já tem negócios com o Citic Group, do setor de construção da China, que também estava presente no RS Day. Nos intervalos do evento, Nilton fez o ritual de troca de cartões com empresários chineses e também posou para fotos com eles, uma prática que se repetiu com vários participantes do evento.
O empresário observa que essa troca é importante para os negócios. “Isso facilita na questão cultural deles, que é um dos paradigmas que temos que superar. Para ter essa relação de confiança, é preciso também manter contato constantemente”, ensina. Borges vai pelo menos três vezes por ano para a China. A próxima viagem já está marcada para 15 de abril. 

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