Guilherme Kolling, de Shenzhen (China)
A frota de carros elétricos da montadora chinesa BYD cresce a olhos vistos, a cada dia, nas ruas de Porto Alegre e de outros centros urbanos do Brasil. A empresa planeja investimentos no País em um forte projeto de expansão – já se instalou em Caçamari, na Bahia, ocupando o espaço deixado pela Ford, e deve abrir novas operações.
A frota de carros elétricos da montadora chinesa BYD cresce a olhos vistos, a cada dia, nas ruas de Porto Alegre e de outros centros urbanos do Brasil. A empresa planeja investimentos no País em um forte projeto de expansão – já se instalou em Caçamari, na Bahia, ocupando o espaço deixado pela Ford, e deve abrir novas operações.
A sede da BYD fica na metrópole Shenzhen, no sul da China. Essa foi uma das razões que fez com que o primeiro destino da missão do governo gaúcho no país asiático tenha sido essa parte do território chinês.
De acordo com Thomaz Machado – um gaúcho de Santiago que é CEO da empresa de consultoria China Invest e que há 25 anos tem negócios na China, vivendo há mais de uma década no país –, Shenzhen é atualmente a cidade mais moderna do gigante asiático, com muita tecnologia e automação em todos os setores do cotidiano.
Foi o berço da abertura do capitalismo de Estado chinês há mais de 40 anos, quando o governo promoveu joint-ventures com empresas do exterior, e até hoje mantém a pujança que caracteriza as grandes cidades chinesas, com um cenário futurista, que mescla obras de infraestrutura faraônicas, veículos elétricos e centenas de novas construções na paisagem, que avançam em um ritmo rápido.
Essa atmosfera se manteve durante a visita à sede da BYD nesta sexta-feira (22), onde a comitiva gaúcha conheceu protótipos de veículos elétricos que deverão ir para o mercado no futuro, e todo o portfólio da empresa, que inclui carros, ônibus, caminhões e monotrilho (veículo leve sobre trilhos similar ao aeromóvel), além da produção de peças e baterias.
Despois de um tour no térreo da área administrativa da empresa, onde a delegação do Rio Grande do Sul conheceu um pouco da história da empresa, criada em Shenzhen há 30 anos e que hoje é um player mundial, com mais de 900 mil funcionários espalhados pelo mundo, o governador Eduardo Leite e alguns secretários tiveram uma reunião a portas fechadas com dirigentes da montadora.
Depois do encontro, Leite destacou que o principal objetivo da visita foi mostrar a aspiração do Rio Grande do Sul de fazer parte da estratégia de expansão da BYD, o que pode incluir a instalação de alguma operação da empresa no Estado no futuro.
Como ativos do Estado, o governador citou o setor metalmecânico, a produção de autopeças e componentes e a aposta na produção de semicondutores, bem como a posição estratégica do Rio Grande do Sul no Mercosul e os recursos humanos qualificados e parques tecnológicos de ponta.
O chefe do Executivo gaúcho lembrou que já havia tido reuniões com a equipe brasileira da BYD e fez questão de incluir a montadora no roteiro na China, para ter contato com os executivos, já que “a decisão de investimentos parte também de uma estratégia da matriz”.
Um passo para estreitar relacionamento com a empresa: “Foi um movimento de uma aposta que estamos fazendo para que o Rio Grande do Sul possa se beneficiar dos movimentos que a BYD está fazendo no Brasil”.
A conversa ainda é inicial, mas já suscitou manifestações de municípios interessados em receber uma unidade da BYD, caso do prefeito eleito de Novo Hamburgo, Gustavo Finck, que integra a delegação gaúcha na Ásia.
O governador observa que a expansão da empresa chinesa não será necessariamente com uma nova montadora de carros elétricos. E destacou as diversas possibilidade dentro da atuação da BYD, que poderá instalar no Brasil um centro de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, planta para fabricação de painéis solares, componentes para veículos, ou fábrica de ônibus, caminhões e monotrilho, todos elétricos.
Neste sábado, a comitiva gaúcha viaja para Pequim, onde ocorrerão os compromissos nos últimos dias da missão.