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Publicada em 18 de Novembro de 2024 às 08:39

Província-irmã do RS ensina método japonês para contenção de cheias

Primeiro dia de agendas da delegação gaúcha no Japão ocorreu na cidade de Otsu, capital da Província de Shiga

Primeiro dia de agendas da delegação gaúcha no Japão ocorreu na cidade de Otsu, capital da Província de Shiga

Guilherme Kolling/Especial/JC
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Guilherme Kolling
Guilherme Kolling Editor-chefe
Guilherme Kolling, de TóquioO primeiro dia de agenda da comitiva gaúcha na Ásia foi dedicado à Província de Shiga, considerada Estado-Irmão do Rio Grande do Sul. Essa união foi oficializada em 1980 e ao longo dessas mais de quatro décadas rendeu diversos intercâmbios, ações concretas – como a Praça Província de Shiga, em Porto Alegre –, e trocas de experiências, inclusive com visitas de governadores deslocando-se ao Rio Grande do Sul e ao Japão nos anos 1980, 90 e 2000.
Guilherme Kolling, de Tóquio

O primeiro dia de agenda da comitiva gaúcha na Ásia foi dedicado à Província de Shiga, considerada Estado-Irmão do Rio Grande do Sul. Essa união foi oficializada em 1980 e ao longo dessas mais de quatro décadas rendeu diversos intercâmbios, ações concretas – como a Praça Província de Shiga, em Porto Alegre –, e trocas de experiências, inclusive com visitas de governadores deslocando-se ao Rio Grande do Sul e ao Japão nos anos 1980, 90 e 2000.
• LEIA TAMBÉM: Delegação gaúcha viaja no trem-bala japonês para 1º compromisso da missão na Ásia

Na missão mais recente de um governador gaúcho ao Japão, em 2017, o então chefe do Executivo gaúcho, José Ivo Sartori, foi até Otsu, capital da Província de Shiga, para uma agenda que incluiu reuniões com governador local e aprendizado sobre como os japoneses despoluíram o Lago Biwa. A ideia era replicar a experiência japonesa em lagoas do Litoral Norte gaúcho.

Nesta segunda-feira, 18 de novembro de 2024, o Lago Biwa foi de novo o mote da visita de um governador gaúcho. Embora o foco tenha se mantido na área ambiental, desta vez a ideia foi buscar com os japoneses resistem a eventos climáticos extremos, especialmente enchentes.

"Muito importante ver in loco o que Biwa singifica para Shiga e para o Japão, e podermos aprender o que a província está fazendo para cuidar do lago, tanto do ponto de vista da utilização dele no dia a dia, quanto para as questões das enchentes relacionadas ao lago", destacou o governador Eduardo Leite.
Delegação gaúcha conheceu o Lago Biwa de barco | Guilherme Kolling/Especial/JC
Delegação gaúcha conheceu o Lago Biwa de barco Guilherme Kolling/Especial/JC


O chefe do Executivo gaúcho observou que, assim como o Biwa é um patrimônio ambiental da Provincia de Shiga, o Lago Guaíba e a Lagoa dos Patos também são uma riqueza do Rio Grande do Sul. Mas observou que, ao mesmo tempo, há preocupação com esses lagos em momentos como o da enchente deste ano.

E aí entra o aprendizado dos japoneses, que já sofreram severamente com a elevação do nível do Lago Biwa no passado, e hoje têm soluções postas em prática para minimizar o impacto das cheias.

A comitiva gaúcha foi recebida pelo governador local, Taizo Mikazuki, para reunião de cooperação e intercâmbio, em que foi assinado protocolo, reafirmando o intercâmbio e os laços de amizade entre a Província de Shiga e o RS, e promovendo o compartilhamento de experiencias no controle de enchentes. Mikazuki celebrou, com a alegria, a parceria com o Rio Grande do Sul e disse estar disposto a ir a Porto Alegre em 2025, quando a irmandade completará 45 anos.

Depois do encontro, foi oferecido um almoço para a delegação gaúcha, com comidas típicas japonesas. À tarde, o grupo conheceu, de barco, o Lago Biwa – a embarcação que levou a comitiva, por sinal, é chamada Rio Grande, mais um pequeno exemplo dos diversos efeitos da parceria RS-Shiga.

O dia terminou no Escritório de Estratégia Contra Enchentes, onde técnicos de Shiga apresentaram o sistema de proteção contra cheias, que inclui eclusas e diques, para fazer o controle da subida de rios que deságuam no lago, bem como o seu nível, para evitar inundações.

Os técnicos foram bastante questionados pela delegação gaúcha, que buscava paralelos com a situação vivida no Rio Grande do Sul. Os japoneses citaram a importância do monitoramento, para evitar surpresas como a enchente de 1896 em Shiga, quando a região sofreu os impactos da elevação das águas, por mais 200 dias. Foi, por sinal, o que desencadeou a série de obras do sistema de proteção contra cheias, que avançou gradativamente ao longo desses mais de 100 anos.

Além da importância de um projeto contra cheias e do monitoramento da elevação das águas ao longo das décadas, fazendo projeções do nível máximo previsto para ser atingido nos próximos 200 anos, japoneses destacaram a importância do planejamento urbano, com zoneamento de áreas alagáveis, onde devem ser evitadas moradias novas. Também citaram a educação ambiental com conscientização de crianças e adolescentes, além da informação sobre áreas de risco, com avisos e alertas antes de ocorrerem eventos extremos.

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