No fim de abril e início de maio, os gaúchos assistiram a chuvas volumosas sem imaginar que viveriam um colapso. Mais de 30 dias depois das precipitações, alguns números atestam por que a enchente se transformou no maior desastre climático já visto no Rio Grande do Sul: estragos em 476 dos 497 municípios, mais de 170 mortes e 2,5 milhões de pessoas diretamente prejudicadas, enquanto que 42 continuavam desaparecidas. No auge das cheias, cerca de 800 abrigos acolheram mais de 80 mil pessoas.
É o 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, mais triste da história do Estado, mas também pode ser um marco de virada. Conforme especialistas ouvidos por este caderno especial, as catástrofes ambientais exigem esforços coordenados de toda a sociedade: empresas, governos, pesquisadores, formadores de opinião e cidadãos. Criado em 1972, o 5 de junho é o principal veículo das Nações Unidas para incentivar a conscientização e a ação mundial em prol do meio ambiente. Enquanto os gaúchos lidam com uma inundação histórica trágica, o foco escolhido este ano é a desertificação e a resiliência à seca.
Do outro lado do mundo, a Arábia Saudita concentra as atividades deste Dia do Meio Ambiente a nível global. O lema da campanha aproxima lá e cá, mais parecendo um chamado a todos os gaúchos: "Nós Somos a #GeraçãoRestauração".
Ao longo das próximas páginas, os leitores e as leitoras do Jornal do Comércio encontrarão um conteúdo que reflete justamente essa necessidade de diálogo. Foram consultados professores, empresas e gestores públicos.
Ficou ainda mais clara, a partir desta tragédia, a necessidade de esforços conjuntos para encontrar as melhores soluções. Se priorizarmos apenas um interesse, sabemos que o futuro será desastroso. O presente nos mostrou isso. Precisamos ter a humildade e a inteligência de aprender com o que estamos vivendo. Pelo bem de todos!