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SemioCrop quer substituir agroquímicos por bioinsumos
Professores da Universidade de Passo Fundo buscam soluções para reduzir o uso de agrotóxicos nas lavouras
Reduzir o uso de agrotóxicos nas lavouras e restabelecer o equilíbrio de microrganismos no solo é a missão da SemioCrop, startup voltada para o desenvolvimento de um pacote tecnológico para a produção on-farm (na fazenda) de bioinsumos.
Criada há um ano pelos professores de Engenharia Química Aline Dettmer e Jeferson Steffanello Piccin, da Universidade de Passo Fundo (UPF), a SemioCrop já atende cinco fazendas, sendo três no Rio Grande do Sul, uma no Mato Grosso do Sul e outra no Piauí, somando uma área de 4 mil hectares utilizando seus bioinsumos. A startup está incubada no Parque Científico e Tecnológico da UPF.
A empresa tem como objetivo contribuir para a geração sustentável de alimentos, preservação do meio ambiente e redução dos custos de produção, garantindo alimentos acessíveis e saudáveis à população e economia ao produtor. Entre os produtos estão equipamentos modernos que facilitam a multiplicação dos microrganismos, garantindo bioinsumos de qualidade, e a transferência de tecnologias de cultivo e produção on-farm e manejos integrados de produção agrícola. "O principal benefício ambiental é a não utilização de agroquímicos, substituindo inseticidas e fungicidas químicos por bioinsumos, com impacto muito menor ao meio ambiente", destaca Aline. "É uma ideia de agricultura regenerativa, que reequilibra os níveis de microrganismos no solo."
Além disso, o uso de bioinsumos gera redução significativa de custo no manejo fitossanitário (doenças e pragas). Em 2022, em uma lavoura de trigo em Lagoa Vermelha, o custo com manejo químico convencional foi de 6,8 sacas por hectare. Já no manejo biológico, o gasto foi de 2,7 sacas por hectare.
Também foi registrado ganho de produtividade com o produto natural. Enquanto na área com manejo químico foram colhidas 75 sacas por hectare, nos locais com aplicação de bioinsumo a produção foi de 79 sacas por hectare. "Na época, isso representou R$ 650,00 a mais por hectare", lembra Piccin. "Esse resultado mostra que, com os benefícios ambientais e econômicos do bioinsumo, as lavouras ganham sustentabilidade", afirma.