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Ações aumentam oferta de crédito de carbono no Brasil
A descarbonização da economia até 2050 é prioridade para diversos países
A Iniciativa Brasileira para o Mercado Voluntário de Carbono inicia a fase de implementação de ações que visam potencializar o financiamento de uma ampla restauração florestal e a geração de diversos benefícios socioeconômicos para o Brasil.
A rede que a integra é composta por empresas e instituições de diversos setores: Amaggi, Auren, B3, Bayer, BNDES, CBA, Dow, Itaú, Natura, Rabobank, Raízen, Systemica, Vale, Votorantim, Votorantim Cimentos e, por fim, McKinsey & Company, como coordenadora de conteúdo.
A descarbonização da economia até 2050 é prioridade para diversos países, à medida que milhares de empresas globais definem metas ambiciosas de redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE). Apesar dos esforços, há muitas dificuldades para grande parte das organizações alcançarem esses objetivos. É nesse cenário que o mercado voluntário de carbono pode apoiar na compensação das emissões dentro da jornada de neutralização das emissões líquidas.
Visando estruturar ações-chave para desenvolver um mercado de alta integridade no Brasil, a Iniciativa foi lançada em julho de 2022 e, desde então, mapeou as principais jornadas e os pontos sensíveis de toda a cadeia de valor.
O passo seguinte foi propor seis mecanismos para destravar o mercado, que foram apresentados na COP 27, a 27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas, e submetidos em consulta pública para serem discutidos com outros atores desse mercado, etapa encerrada em fevereiro deste ano. Após estas duas primeiras fases e a entrada dos novos integrantes, Itaú e Systemica, a Iniciativa agora inicia a implementação prática destas ações.
O foco é escalar o mercado brasileiro, como explica Henrique Ceotto, sócio da McKinsey. "Nos debruçamos para entender a perspectiva de compradores, fornecedores, desenvolvedores de projetos, instituições financeiras, entidades jurídicas e de contabilidade, mapeando suas principais dificuldades em comum no processo de conduzir um projeto de crédito de carbono. Definimos, então, mecanismos para transpor essas adversidades, a fim de escalar esse mercado e aumentar a integridade dos offsets, como são chamadas as toneladas de CO2 compensadas da atmosfera".
Entre os mecanismos propostos estão a criação de uma entidade independente para coordenar o mercado voluntário de carbono no Brasil; o desenvolvimento de uma plataforma digital que consolidará as principais informações relevantes; um conjunto de dados de referência para agilizar a auditoria para validação dessas informações; soluções financeiras para mitigar desafios no financiamento de projetos; definição de contratos de referência e, por fim, a revisão de metodologias, a fim de adaptá-las à realidade do clima tropical no País.
Segundo dados da McKinsey, o potencial do Brasil no mercado de crédito de carbono é um dos maiores do mundo, podendo gerar até 15% da oferta mundial - muito acima de outros países, como Peru (4%) e Estados Unidos (3%). Isso significa que existe um potencial de mercado de até US$ 26 bilhões ao ano (mais de R$ 131 bilhões ao ano).