A realização de ações ambientais é uma preocupação crescente de empresas em todo mundo. Esse tema, que começou a aparecer ao público em 1972, com a realização da primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, na Suécia, vem ganhando força nos últimos anos, conforme o interesse de sociedade e governos vem forçando organizações a investirem em projetos voltados ao meio ambiente.
Outro marco para essa preocupação foi setembro de 2015, quando líderes mundiais e representantes da sociedade civil reuniram-se na sede da ONU, em Nova York, e decidiram um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade. Esse plano, conhecido como Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, resultou na criação de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Mais recentemente, em 2019, Larry Fink, o presidente da gestora de fundos BlackRock, explicitou a urgência do tema para o mundo empresarial, em sua carta de fim de ano aos CEOs. "Os acionistas estão pressionando as empresas a se envolver com questões sociais e políticas delicadas - principalmente porque percebem os governos falhando ao fazer isso de forma eficaz", destacou.
Sócios do Green Thinking: Rodrigo Kaczynski, Paula Moletta, Lucas Fontes e John Wurdig. Foto: GREEN THINKING/DIVULGAÇÃO
"Essa carta, que é bem tradicional no meio financeiro para avaliar tendências de mercado, repercutiu no mundo inteiro. Ele deixou claro que as empresas que não estiverem antenadas com práticas ambientais vão perder valor de mercado", explica Lucas Fontes, empreendedor e ambientalista.
Fontes é um dos criadores da Green Thinking Project, plataforma global de educação ambiental que desenvolve programas inclusivos e inovadores de sustentabilidade voltados a comunidades, governos, ecossistemas de inovaçao e organizacoes que buscam alinhar a pauta ESG na estrategia dos negocios.
Hoje em dia o consumidor não está buscando apenas o mais barato, mas também busca valores. E as grandes empresas já estão exigindo das pequenas ações ambientais sérias, nada de greenwashing (prática de camuflar, mentir ou omitir informações sobre os reais impactos das atividades de uma empresa no meio ambiente)", explica a engenheira sanitarista e ambiental Paula Moletta, que também é membro da Green Thinking.
Para Fontes, as empresas que não investirem em ações ambientais vão perder valor e confiança do mercado, além de ignorarem os custos de oportunidade. "Em 2030, as metas ambientais globais poderão ser ainda mais audaciosas e vai ficar mais caro fazer essa transição. O empreendedor precisa entender que isso é uma grande oportunidade de negócio, quem observar esses cuidados vai surfar nessa onda. Em alguns anos, isso não vai ser uma tendência de mercado, mas a tese condicionante para negócios", afirma.
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