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JC 90 anos

Prêmio Destaques do Ano

- Publicada em 02 de Junho de 2023 às 11:05

Empresa Vida transforma resíduos industriais em produtos

Lara Lutzenberger recebeu o troféu Destaque Sustentabilidade no evento dos 90 anos do JC

Lara Lutzenberger recebeu o troféu Destaque Sustentabilidade no evento dos 90 anos do JC


EVANDRO OLIVEIRA/jc
Era às margens do Guaíba que se viam, e principalmente, se percebiam os efeitos dos danos ambientais causados pela fábrica de celulose Borregaard, na década de 1970. Curiosamente, é justamente às margens do Guaíba, em sua nova orla, que está parte do resultado de décadas de mudanças nos processos industriais. Os insumos usados na jardinagem e paisagismo da renovada orla são resultado da reciclagem de resíduos da atual fábrica de celulose instalada em Guaíba, a CMPC.
Era às margens do Guaíba que se viam, e principalmente, se percebiam os efeitos dos danos ambientais causados pela fábrica de celulose Borregaard, na década de 1970. Curiosamente, é justamente às margens do Guaíba, em sua nova orla, que está parte do resultado de décadas de mudanças nos processos industriais. Os insumos usados na jardinagem e paisagismo da renovada orla são resultado da reciclagem de resíduos da atual fábrica de celulose instalada em Guaíba, a CMPC.
A transformação do que há mais de quatro décadas catalisou o movimento ambientalista gaúcho, capitaneado por José Lutzenberger, em um produto reaproveitado com integração à natureza é liderada pela Vida Produtos e Serviços em Desenvolvimento Ecológico. Escolhida a empresa Destaque em Sustentabilidade no Prêmio Destaques do Ano do Jornal do Comércio, a Vida foi criada por Lutzenberger, e hoje tem à frente as suas filhas, Lara e Lilly Lutzenberger, emprega mais de 200 pessoas e mantém há 35 anos uma parceria com a indústria de celulose instalada em Guaíba.
O resultado, como se vê na orla, é exemplar. Atualmente, 99% dos resíduos orgânicos produzidos pela CMPC são reciclados. Significam, somente na central de tratamento de resíduos operada pela Vida em Eldorado do Sul, 45 mil toneladas de resíduos transformados por mês. Se forem consideradas as demais operações da empresa, também em indústrias de celulose na Bahia, Mato Grosso do Sul e Maranhão, a Vida recicla 75 mil toneladas de resíduos mensalmente.
"É uma alegria sermos reconhecidos por um legado que nos orgulha muito, deixado pelo meu pai. Ele foi um precursor de algo que pode ser considerado imperativo. A ideia de que a produção industrial precisa ser integrada aos processos naturais, com a ciclagem total dos insumos dos processos, é uma forma de preservação não só dos recursos naturais, como também das condições de produção", diz a bióloga Lara Lutzenberger.
A partir dos processos de reciclagem em uma área de 70 hectares em Eldorado do Sul, são gerados e comercializados insumos agrícolas, como corretivos de acidez do solo, substratos e fertilizantes para abastecer a produção rural e a jardinagem. E ainda insumos industriais como serragem, cavacos, que são usados, por exemplo, na geração de energia mais sustentável na produção industrial e na produção de painéis de madeira.
"Na produção inicial da indústria, só é aproveitada a celulose da tora. A lignina e outras fibras, cascas, cavacos, além do lodo gerado na estação de tratamento dos efluentes industriais ficam para trás. Fazer com que o ciclo dessa produção seja completo é o nosso desafio", explica Lara.
Passados tantos anos de desenvolvimento, além de ser uma necessidade para a indústria, pensar e garantir sustentabilidade na produção gera bons resultados econômicos. De acordo com Lara Lutzenberger, com faturameto de R$ 50 milhões em 2022, a Vida experimentou um crescimento de 30% nos últimos cinco anos.
"Assumir o desafio de tornar a economia circular é lucrativo. Beneficia o meio ambiente, gera renda e empregos", garante.

Especial Dia do Meio Ambiente