De Hannover (Alemanha)
Líder das delegações brasileiras na Feira de Hannover nos últimos anos, o empresário gaúcho Gilberto Petry completou quatro décadas de participações no principal evento de tecnologia industrial em 2024. Sua primeira incursão ocorreu em 1984, e o empresário já esteve na mostra 25 vezes.
Vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Petry está concluindo seu segundo mandato na Fiergs, e deve passar o bastão ao sucessor neste ano. Portanto, essa foi, provavelmente, sua última participação como chefe da comitiva brasileira em Hannover.
Além de ajudar a levar centenas de industriais de diferentes portes à Alemanha ao longo dos anos e de promover a prospecção de negócios – nesta edição a delegação brasileira foi recorde, com 241 participantes –, Petry deixa encaminhado como legado a participação do Brasil como país parceiro da feira em 2026.
“Se isso se concretizar, será uma oportunidade única para o Brasil apresentar sua indústria ao mundo”, avalia. Os alemães já formalizaram interesse, mas a participação depende também do aval do governo federal brasileiro.
Nesta entrevista aos jornalistas gaúchos que cobriram a feira, o dirigente ainda fala das mudanças que viu em Hannover ao longo dos anos – de um evento de vendas de produtos e negócios para o foco em tecnologia e inovação – e comenta a sua sucessão na Fiergs.
Líder das delegações brasileiras na Feira de Hannover nos últimos anos, o empresário gaúcho Gilberto Petry completou quatro décadas de participações no principal evento de tecnologia industrial em 2024. Sua primeira incursão ocorreu em 1984, e o empresário já esteve na mostra 25 vezes.
Vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Petry está concluindo seu segundo mandato na Fiergs, e deve passar o bastão ao sucessor neste ano. Portanto, essa foi, provavelmente, sua última participação como chefe da comitiva brasileira em Hannover.
Além de ajudar a levar centenas de industriais de diferentes portes à Alemanha ao longo dos anos e de promover a prospecção de negócios – nesta edição a delegação brasileira foi recorde, com 241 participantes –, Petry deixa encaminhado como legado a participação do Brasil como país parceiro da feira em 2026.
“Se isso se concretizar, será uma oportunidade única para o Brasil apresentar sua indústria ao mundo”, avalia. Os alemães já formalizaram interesse, mas a participação depende também do aval do governo federal brasileiro.
Nesta entrevista aos jornalistas gaúchos que cobriram a feira, o dirigente ainda fala das mudanças que viu em Hannover ao longo dos anos – de um evento de vendas de produtos e negócios para o foco em tecnologia e inovação – e comenta a sua sucessão na Fiergs.
LEIA MAIS: Empresa gaúcha em Hannover busca tecnologia alternativa à conexão por internet no campo
Jornal do Comércio – Qual balanço o senhor faz sobre a feira e a sua avaliação do ponto de vista pessoal, nos 40 anos da sua primeira vez em Hannover?
Gilberto Petry – Eu vim a primeira vez em 1984, e a feira era completamente diferente. Tinha mais produtos, você via o produto. E isso foi mudando. Tinha uma parte que estava surgindo, de tecnologia, que era Cebit, começou com um pavilhão e depois se tornou uma feira inteira (Cebit – evento de tecnologia da informação, que surgiu nos anos 1980 e foi até 2018). E daí, (a Feira de Hannover) foi mudando, e aparecendo mais tecnologia, os componentes, mostra uma pecinha que faz mil coisas. Então, é completamente diferente. Está mais fácil caminhar na feira, porque os espaços estão melhores, não está tão comprimido. Embora com um número menor de expositores em relação a anos anteriores, no ano passado já foi assim, acho que a feira está com prestígio.
JC – Ao longo desses anos, que tecnologias apresentadas como novidade foram ficando para trás? Neste ano o assunto foi o hidrogênio verde...
Petry – Teve o fuel cell, a célula de combustível, que surgiu como uma grande novidade uns anos atrás, muitos expositores, hoje já não se vê mais. Nesse meio tempo, surgiram outros combustíveis, (veículo) elétrico e o hidrogênio verde. Só que para produzir o hidrogênio verde, precisa muita energia (limpa). É necessário ter grandes produtores de energia para poder gerar uma planta de hidrogênio verde. Além da Feira de Hannover, na Holanda (onde houve uma missão gaúcha em 2022) também falavam muito disso. Então, todo mundo está querendo hidrogênio verde. Agora, se vai dar certo ou não, tem que ver no futuro. Muita coisa foi lançada na feira e no final não se concretizou.
JC – Houve avanços para que o Brasil seja o país-parceiro da Feira de Hannover em 2026?
Petry – O presidente da feira nos informou que eles enviaram uma carta em novembro ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. E não manifestaram ainda uma resposta. Isso é surpreendente. O diretor da Feira de Hannover, Marco (Siebert) irá ao Brasil em maio. Então, eles têm o máximo interesse no Brasil, que é a bola da vez, todo mundo querendo fazer negócios com o Brasil.
JC – Qual é a situação que o senhor encontrou a Fiergs quando assumiu e como vai entregá-la depois de sete anos de gestão?
Petry – Mandei fazer um relatório para mostrar tudo que foi feito. Eu trabalhei muito. Vou mostrar a situação de caixa que recebi e a situação de caixa que vou entregar. É surpreendente, um caixa gordo...
JC – E as eleições da Fiergs? Estão movimentadas...
Petry – Muito movimentadas, estão disputando, são dois bons candidatos, Claudio Bier e o Thomaz (Nunnenkamp).
JC – O senhor tentou um consenso...
Petry – Eu queria um consenso, mas eles não se consensuaram. O Claudio queria e não abria mão (de disputar), ele tem direito, é vice-presidente. E o Thomaz queria, também não abriu mão, também é vice-presidente. Então não teve acerto. Vão disputar. O que vencer eu entrego a Fiergs e coloco em muito boas mãos.
Jornal do Comércio – Qual balanço o senhor faz sobre a feira e a sua avaliação do ponto de vista pessoal, nos 40 anos da sua primeira vez em Hannover?
Gilberto Petry – Eu vim a primeira vez em 1984, e a feira era completamente diferente. Tinha mais produtos, você via o produto. E isso foi mudando. Tinha uma parte que estava surgindo, de tecnologia, que era Cebit, começou com um pavilhão e depois se tornou uma feira inteira (Cebit – evento de tecnologia da informação, que surgiu nos anos 1980 e foi até 2018). E daí, (a Feira de Hannover) foi mudando, e aparecendo mais tecnologia, os componentes, mostra uma pecinha que faz mil coisas. Então, é completamente diferente. Está mais fácil caminhar na feira, porque os espaços estão melhores, não está tão comprimido. Embora com um número menor de expositores em relação a anos anteriores, no ano passado já foi assim, acho que a feira está com prestígio.
JC – Ao longo desses anos, que tecnologias apresentadas como novidade foram ficando para trás? Neste ano o assunto foi o hidrogênio verde...
Petry – Teve o fuel cell, a célula de combustível, que surgiu como uma grande novidade uns anos atrás, muitos expositores, hoje já não se vê mais. Nesse meio tempo, surgiram outros combustíveis, (veículo) elétrico e o hidrogênio verde. Só que para produzir o hidrogênio verde, precisa muita energia (limpa). É necessário ter grandes produtores de energia para poder gerar uma planta de hidrogênio verde. Além da Feira de Hannover, na Holanda (onde houve uma missão gaúcha em 2022) também falavam muito disso. Então, todo mundo está querendo hidrogênio verde. Agora, se vai dar certo ou não, tem que ver no futuro. Muita coisa foi lançada na feira e no final não se concretizou.
JC – Houve avanços para que o Brasil seja o país-parceiro da Feira de Hannover em 2026?
Petry – O presidente da feira nos informou que eles enviaram uma carta em novembro ao vice-presidente da República, Geraldo Alckmin. E não manifestaram ainda uma resposta. Isso é surpreendente. O diretor da Feira de Hannover, Marco (Siebert) irá ao Brasil em maio. Então, eles têm o máximo interesse no Brasil, que é a bola da vez, todo mundo querendo fazer negócios com o Brasil.
JC – Qual é a situação que o senhor encontrou a Fiergs quando assumiu e como vai entregá-la depois de sete anos de gestão?
Petry – Mandei fazer um relatório para mostrar tudo que foi feito. Eu trabalhei muito. Vou mostrar a situação de caixa que recebi e a situação de caixa que vou entregar. É surpreendente, um caixa gordo...
JC – E as eleições da Fiergs? Estão movimentadas...
Petry – Muito movimentadas, estão disputando, são dois bons candidatos, Claudio Bier e o Thomaz (Nunnenkamp).
JC – O senhor tentou um consenso...
Petry – Eu queria um consenso, mas eles não se consensuaram. O Claudio queria e não abria mão (de disputar), ele tem direito, é vice-presidente. E o Thomaz queria, também não abriu mão, também é vice-presidente. Então não teve acerto. Vão disputar. O que vencer eu entrego a Fiergs e coloco em muito boas mãos.