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Publicada em 19 de Abril de 2023 às 14:36

Empresa gaúcha abre novos mercados na Feira de Hannover

Novus tem estande na feira desde 1994 e exporta produtos industrializados para 50 países

Novus tem estande na feira desde 1994 e exporta produtos industrializados para 50 países

Guilherme Kolling/Especial/JC
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Guilherme Kolling, de Hannover (Alemanha)A delegação brasileira na Feira de Hannover é recorde neste ano, com 170 integrantes. O estande oficial do Brasil, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), também é o maior dos últimos tempos no evento de tecnologia industrial na Alemanha. De fato, a presença de empresários buscando inspiração e prospectando novos negócios é grande na edição de 2023.
Guilherme Kolling, de Hannover (Alemanha)

A delegação brasileira na Feira de Hannover é recorde neste ano, com 170 integrantes. O estande oficial do Brasil, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), também é o maior dos últimos tempos no evento de tecnologia industrial na Alemanha. De fato, a presença de empresários buscando inspiração e prospectando novos negócios é grande na edição de 2023.

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Entretanto, entre 17 pavilhões e milhares de espaços que as empresas de todo mundo ocupam na Feira de Hannover, apenas duas unidades são de empresas brasileiras, que buscam vender e expor seus produtos. Uma delas é a Presys Instrumentos e Sistemas, de São Paulo, que busca distribuidores em outros países. Sem grande movimento nesta edição, o gerente de vendas internacionais, o belga Marc Vantournhoudt, projetou que a empresa não deve voltar a Hannover nos próximos anos.

No estande em frente a Presys estava a outra empresa brasileira, a gaúcha Novus, com sede em Canoas. O contraste era grande. Em dois momentos em que a reportagem esteve no Corredor B do Pavilhão 11 da Feira de Hannover, onde está instalada a Novus, todas as pessoas da empresa estavam atendendo a clientes, interessados nos produtos de automação expostos. Em alguns momentos, havia espera.

Também chamou a atenção os cargos da equipe que ali estava, atendendo gente dos Estados Unidos, da Europa e da Ásia, todos falando inglês fluentemente: o CEO, Marcos Dillenburg; o gerente de Produto da Novus, Fabio Piuma; o executivo de vendas para África, Ásia e Oriente Médio, Cláudio Oliveira; e o diretor para o mercado europeu, Valerio Galeazzi.

“É um evento em que a gente se conecta com o mundo. E a rota de internacionalização da Novus foi feita através de Hannover”, resume o CEO Marcos Dillenburg, engenheiro eletrônico que atua na empresa há 37 anos – a Nouvs completa 41 anos em 2023 – e que é um entusiasta do negócio olho no olho.•

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A participação em Hannover começou em 1994 e essa é 23ª edição em que a empresa gaúcha marca presença na feira na Alemanha. Segundo Dillenburg, os primeiros anos foram de muito aprendizado e poucos negócios. Com isso, a Novus conseguiu comparar seu produto com o feito por empresas de outros países, desenvolvê-lo e avançar, consolidando-se no mercado internacional. A constância em Hannover foi importante.

“Teve um senhor que veio conversar depois de sete anos seguidos que estávamos aqui. E a frase dele foi algo como: ‘ Vejo vocês aqui há tanto tempo’ e veio conhecer. E tornou-se cliente”, relata o CEO da Novus, avaliando que a ida anual a Hannover deu credibilidade para a empresa.

Os produtos também foram mudando ao longo do tempo. Originalmente, eram controladores de temperatura. Eles seguem sendo ofertados em versões mais modernas, mas hoje representam 35% do faturamento. O que desponta hoje é o chamado produto conectado, com Internet das Coisas (IoT), Indústria 4.0.
Guilherme Kolling/Especial/JC
CEO da Novus, Marcos Dillenburg aponta que presença constante em Hannover ajudou a empresa a se consolidar internacionalmente (Foto: Guilherme Kolling/Especial/JC)
“Era uma empresa que fazia controladores de temperatura. Hoje, a Novus conecta sensores à nuvem”, define Dillenburg. Na prática, faz um trabalho importante para que empresas de software analisem dados e promovam melhorias para indústria, tema de reportagem do JC sobre as empresas de tecnologia Feira de Hannover.

Enquanto startups e empresas de software, em geral, buscam soluções para problemas específicos a partir de análise de dados, a Novus faz a medição e entrega o dado para a nuvem. “A Novus é o provedor de dados para quem os trata e analisa”, completa o executivo, explicando que a empresa faz a interface com o mundo físico.

Novus planeja exportar 80% da produção e duplicar fábrica em Canoas

Empresa quer dobrar o espaço no Parque Canoas de Inovação até 2028

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CARLOS CHAVES/JC
A Feira de Hannover permitiu que a Novus se internacionalizasse e a empresa segue apostando no mercado externo. Vai participar de 20 feiras internacionais em 2023. Neste ano, atingiu 50% das vendas para clientes em outros países e o projeto é alcançar 80% até 2032. O horizonte de uma década pode ser considerado até conservador, considerando o crescimento gradual, ano a ano – em 2022 as exportações representavam 45% do faturamento.

Depois do Brasil, quem mais compra é Estados Unidos, Argentina, França, Reino Unido, Polônia e Itália. Ao todo, a empresa gaúcha vende produtos industrializados para 50 países. Tem filiais nos Estados Unidos e na Argentina, embora a operação no país vizinho esteja parada atualmente. E planeja instalar um escritório na Europa, possivelmente na Alemanha. Na Feira de Hannover, atualmente, o foco é abrir novos mercados, conectando-se a clientes de África, Ásia, Oriente Médio e Austrália.

Com o crescimento da demanda, aumenta também a produção. Depois de ter triplicado seu espaço ao migrar para Canoas, no fim de 2018, a empresa já está quase ocupando toda a nova área, pode ampliar ainda em 20% sua produção nas atuais instalações.

O plano é, depois de usar a capacidade total do atual espaço, fazer uma primeira ampliação em 2025 e dobrar o espaço no Parque Canoas de Inovação até 2028. Hoje, a Novus produz 400 mil produtos por ano, com destaque para o sensor de temperatura, foram 80 mil unidades feitas em 2022. Depois vem o controlador de temperatura, com 60 mil unidades.

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