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Publicada em 06 de Outubro de 2024 às 00:00

Frederico Vontobel: 'Empresas geram riqueza e fazem o País crescer'

Vontobel disse que investidor deve apostar em empresas sólidas

Vontobel disse que investidor deve apostar em empresas sólidas

/EVANDRO OLIVEIRA/JC
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Caren Mello
Caren Mello
O mercado não está funcionando na normalidade, mas investir na Bolsa de Valores, seja em empresas tradicionais, seja nas emergentes, é uma boa e segura escolha, avaliou o sócio-diretor da Vokin Investimentos, Frederico Vontobel, durante sua participação no Fórum Econômico, realizado no dia 10 de outubro no Instituto Caldeira, em Porto Alegre.
O mercado não está funcionando na normalidade, mas investir na Bolsa de Valores, seja em empresas tradicionais, seja nas emergentes, é uma boa e segura escolha, avaliou o sócio-diretor da Vokin Investimentos, Frederico Vontobel, durante sua participação no Fórum Econômico, realizado no dia 10 de outubro no Instituto Caldeira, em Porto Alegre.
"Não compramos ações, compramos 'pedaços' de empresas. São elas que geram riqueza no mundo, as que mais geram impostos. São elas que fazem o País crescer, não o governo", salientou. Para Vontobel, o Brasil tem juros altos - a Taxa Selic atualmente está em 10,75% - porque o maior tomador de recursos é o próprio governo federal, que não tem disciplina fiscal. "Nos últimos 12 meses já pagou mais de R$ 700 bilhões de juros", observou o diretor da Vokin Investimentos.
Ele lamentou o fim do teto de gastos e disse que o arcabouço fiscal "está fazendo água". Além disso, o orçamento para o próximo ano estaria muito otimista na receita e pessimista na receita, o que demostra dificuldade no cumprimento.
Porém, mesmo com todas as adversidades na macroeconomia, os empresários estão conseguindo prosperar, principalmente nos últimos oito anos, com diversas companhias crescendo.
Vontobel também diferenciou investimento e especulação. Enquanto especuladores acompanham a Bolsa diariamente, o verdadeiro investidor tem paciência, porque aposta no projeto de empresas, a longo prazo. "Warren Buffet costuma dizer que ele não se importaria que a Bolsa fechasse por cinco anos. Ele está acompanhando as empresas", disse, ressaltando que o conhecido investidor tem um ganho de 19% ao ano.
Outro ponto citado pelo executivo foi o desafio de investir no Brasil, em função da alta dos juros. Grandes investidores institucionais do mercado, os fundos de pensões, que em 2010 tinham 20% do patrimônio em ações, hoje têm 10%.
Só em 2024, os investidores institucionais tiraram R$ 22 bilhões da Bolsa e os estrangeiros, R$ 21 bilhões. "Em um mercado com alta de juros, a pressão para venda é maior", disse, destacando as Small Caps, que têm menos liquidez.
Esses movimentos geram disfuncionalidades, disse Vontobel, ao dar como exemplo a compra pela Serasa Experian da empresa de cibersegurança ClearSale por R$ 2 bilhões. A empresa tinha suas ações a R$ 3,2 e foi comprada por R$ 10,56. "Estamos chegando em um patamar, que permite que mais casos como esses aconteçam."
Para Vontobel, o juro alto não é bom nem para o governo nem para sociedade. "O bom é quando o investimento privado cresce porque o investimento privado busca retorno", concluiu.

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