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Publicada em 18 de Novembro de 2024 às 16:26

Ex-patrono e vencedor do Jabuti, Jeferson Tenório fala sobre diversidade e literatura

Autor do novo De onde eles vêm volta a Porto Alegre para lançamento, sessão de autógrafos, paineis e oficinas

Autor do novo De onde eles vêm volta a Porto Alegre para lançamento, sessão de autógrafos, paineis e oficinas

Diego Lopes/Feira do Livro POA/DivulgaçÃo/JC
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Maria Eduarda Zucatti
Maria Eduarda Zucatti Repórter
Vencedor do Prêmio Jabuti de Romance Literário em 2021 com O Avesso da Pele e finalista deste ano com a mesma obra, na categoria livro brasileiro publicado no exterior, Jeferson Tenório foi – e ainda será presença confirmada na Feira do Livro de Porto Alegre. O escritor e professor carioca autografou sua nova obra, De onde eles vêm (Companhia das Letras, 208 páginas) no último sábado (16), além de participar dos Diálogos Literários com Marcelino Freire, José Falero e mediação de Nanni Rios. Na próxima terça-feira (19), ele retorna à Praça da Alfândega para um encontro, tanto com estudantes do Ensino Médio quanto com funcionários da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap).O escritor conversou com o JC sobre o lançamento de sua nova obra, ambientada em Porto Alegre, que tem como pano de fundo o ingresso dos primeiros cotistas na universidade brasileira. “A ideia é falar da jornada desses alunos cotistas dentro da universidade e, para isso, obviamente vão aparecer algumas questões que a própria implantação da política propõe, não é? Então não é só o acesso, mas é a manutenção também desses alunos dentro da universidade e da dificuldade desses alunos também de se manterem no ambiente académico”. Ele completa dizendo que a narrativa “mostra também um lugar hostil, um lugar que tem medo da diferença e da diversidade”.Porém, a principal mensagem de De onde eles vêm é sobre a formação de leitores. “Meu projeto de trabalho é esse, de formação de leitores”. Por esse motivo, ele completa: “coloquei um personagem que justamente vai se tornando um leitor especializado, para instigar os estudantes”. Amante e frequentador da Feira do Livro de Porto Alegre, Tenório abre o coração: “Eu amo a Feira do Livro, são quase 30 anos que eu frequento a Feira. Foi e é um lugar importante de formação de leitores, e tem um valor afetivo muito grande na minha vida”. No ano passado, Jeferson Tenório passou mais de quatro horas em uma sessão de autógrafos na Praça da Alfândega, seu recorde de autógrafos. O professor foi escolhido Patrono da Feira em sua 66ª edição, no ano de 2020. Por mais que tenha sido online, por conta da pandemia de Covid-19, ele conta que se sentiu muito feliz e honrado de ter sido selecionado – ele foi o primeiro autor negro a se tornar patrono do evento. Tenório repete a importância da feira se atualizar na bibliodiversidade em relação aos autores negros. “Quando eu fui patrono, eu reafirmei isso, do quanto a programação precisava ser mais diversa”. Ao falar de Lilian Rocha e da curadoria de literatura e culturas negras na Feira, Tenório confessa que o ato seria lindo na década passada. Hoje, em sua visão, a situação se torna ultrapassada em relação ao mundo. “A Lilian é uma grande poeta, admiro o trabalho que ela faz com a cultura negra, algo contemporâneo e atento. Mas confesso que fiquei surpreso com o tipo de arranjo que foi feito”.“O que me parece é que fizeram duas feiras, uma feira negra e de cultura negra, em que todos os autores negros estão nessa programação, e uma outra feira, que seria, digamos, a feira normal. Porque a impressão que eu tenho é que houve aí uma separação de autores”. Na visão crítica de Tenório, a diversidade entre a escolha de autores deve ser feita pelo seu talento e conteúdo literário, em toda a programação.
Vencedor do Prêmio Jabuti de Romance Literário em 2021 com O Avesso da Pele e finalista deste ano com a mesma obra, na categoria livro brasileiro publicado no exterior, Jeferson Tenório foi – e ainda será presença confirmada na Feira do Livro de Porto Alegre. O escritor e professor carioca autografou sua nova obra, De onde eles vêm (Companhia das Letras, 208 páginas) no último sábado (16), além de participar dos Diálogos Literários com Marcelino Freire, José Falero e mediação de Nanni Rios. Na próxima terça-feira (19), ele retorna à Praça da Alfândega para um encontro, tanto com estudantes do Ensino Médio quanto com funcionários da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap).

O escritor conversou com o JC sobre o lançamento de sua nova obra, ambientada em Porto Alegre, que tem como pano de fundo o ingresso dos primeiros cotistas na universidade brasileira. “A ideia é falar da jornada desses alunos cotistas dentro da universidade e, para isso, obviamente vão aparecer algumas questões que a própria implantação da política propõe, não é? Então não é só o acesso, mas é a manutenção também desses alunos dentro da universidade e da dificuldade desses alunos também de se manterem no ambiente académico”. Ele completa dizendo que a narrativa “mostra também um lugar hostil, um lugar que tem medo da diferença e da diversidade”.

Porém, a principal mensagem de De onde eles vêm é sobre a formação de leitores. “Meu projeto de trabalho é esse, de formação de leitores”. Por esse motivo, ele completa: “coloquei um personagem que justamente vai se tornando um leitor especializado, para instigar os estudantes”.

Amante e frequentador da Feira do Livro de Porto Alegre, Tenório abre o coração: “Eu amo a Feira do Livro, são quase 30 anos que eu frequento a Feira. Foi e é um lugar importante de formação de leitores, e tem um valor afetivo muito grande na minha vida”. No ano passado, Jeferson Tenório passou mais de quatro horas em uma sessão de autógrafos na Praça da Alfândega, seu recorde de autógrafos. O professor foi escolhido Patrono da Feira em sua 66ª edição, no ano de 2020. Por mais que tenha sido online, por conta da pandemia de Covid-19, ele conta que se sentiu muito feliz e honrado de ter sido selecionado – ele foi o primeiro autor negro a se tornar patrono do evento.

Tenório repete a importância da feira se atualizar na bibliodiversidade em relação aos autores negros. “Quando eu fui patrono, eu reafirmei isso, do quanto a programação precisava ser mais diversa”. Ao falar de Lilian Rocha e da curadoria de literatura e culturas negras na Feira, Tenório confessa que o ato seria lindo na década passada. Hoje, em sua visão, a situação se torna ultrapassada em relação ao mundo. “A Lilian é uma grande poeta, admiro o trabalho que ela faz com a cultura negra, algo contemporâneo e atento. Mas confesso que fiquei surpreso com o tipo de arranjo que foi feito”.

“O que me parece é que fizeram duas feiras, uma feira negra e de cultura negra, em que todos os autores negros estão nessa programação, e uma outra feira, que seria, digamos, a feira normal. Porque a impressão que eu tenho é que houve aí uma separação de autores”. Na visão crítica de Tenório, a diversidade entre a escolha de autores deve ser feita pelo seu talento e conteúdo literário, em toda a programação.
A 70ª Feira do Livro de Porto Alegre se encerra no dia 20, feriado nacional pelo Dia da Consciência Negra. A expectativa dos livreiros é de vendas superiores ao ano passado, em um impulso importante a um setor que sofreu com as chuvas e enchentes do último mês de maio. 

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