O ano de 2025 não tem sido fácil para o agricultor gaúcho, que enfrenta perdas significativas nas lavouras devido a mais uma estiagem, além de dificuldades no acesso ao crédito rural. Diante desse cenário, a 25ª edição da Expodireto Cotrijal, realizada em Não-Me-Toque, tem registrado um crescimento nas aquisições por consórcios de máquinas e equipamentos agrícolas, segundo os expositores. Embora as percepções variem entre as marcas, o consenso entre os fabricantes é que as vendas não atingiram seu potencial máximo no Rio Grande do Sul.
“Em comparação com o ano passado, acredito que estamos com números melhores, mas não é o potencial máximo de vendas no Estado. O bom é que, apesar da estiagem novamente impactar a produção, percebemos um ânimo um pouco diferente entre os produtores. Alguns clientes que visitaram a feira nesta semana disseram que a situação não está tão ruim quanto esperavam”, afirma Marcos Cassol, executivo de vendas da John Deere para a região Sul.
Os resultados da feira, inclusive, têm surpreendido a empresa. “Está melhor do que prevíamos há 30 ou 40 dias, quando começamos a organizar nossa participação na feira. Isso tem se refletido em vendas. Obviamente, não alcançaremos o volume potencial de um ano normal, mas os resultados serão melhores do que os de 2024”, pondera Cassol.
Diante da escassez de crédito e do alto custo dos financiamentos tradicionais, muitos produtores estão recorrendo aos consórcios para a compra de máquinas. Segundo Cassol, a John Deere disponibiliza um consórcio nacional, que tem se mostrado uma solução viável nesse momento. “É uma excelente alternativa para os produtores. Nossos concessionários estão utilizando bastante esse recurso para viabilizar negócios”, ressalta.
No estande da Stara, a percepção também é positiva, apesar de um movimento um pouco menor em comparação ao ano passado. “O volume de interessados na compra de máquinas continua bom. Os problemas climáticos afetam o setor, mas o agro gaúcho é resiliente. Teremos uma boa feira”, afirma Márcio Fülber, diretor comercial da empresa. Ele destaca que cerca de 90% dos visitantes da feira são produtores do Rio Grande do Sul e que as negociações tendem a se intensificar nos últimos dias do evento.
“Nesta quinta-feira, registramos o maior movimento da feira até agora. Normalmente, quinta e sexta-feira são os melhores dias para fechar negócios. Devemos alcançar um bom volume de vendas, embora um pouco abaixo do registrado em 2024”, analisa Fülber. Ele reforça que os consórcios ajudam a viabilizar negócios, mas nem todos os produtores têm condições de aderir a essa modalidade.
Para a fabricante Jan, o principal objetivo da feira é garantir vendas, apesar do cenário desafiador. “A expectativa não é das melhores, considerando o momento que estamos vivendo. Sabemos que haverá um reflexo direto no desempenho comercial, mas entendemos e seguimos comprometidos”, explica Claudiomiro dos Santos, gerente comercial da empresa.
Ele estima que as vendas da Jan na Expodireto Cotrijal 2025 sejam semelhantes às do ano passado. “Vamos cumprir nossa missão, e acreditamos que as próximas feiras serão ainda melhores, com um cenário mais favorável”, projeta. O público presente, segundo ele, foi bom, mas inferior ao registrado em edições anteriores. Ainda como nos outros estandes, ele afirma que o consórcio tem sido uma alternativa procurada pelos clientes. “Se o produtor consegue se programar, o consórcio é uma ótima opção para viabilizar a compra de máquinas”, conclui.