De Não-Me-Toque
Com atraso de quase uma hora, começou debaixo de chuva, na manhã desta segunda-feira (4), a Expodireto Cotrijal 2024, em Não-Me-Toque. A feira de tecnologia e inovação para o campo segue até sexta-feira (8), focada em negócios e no diálogo político para o desenvolvimento do agronegócio.
Prestigiada por autoridades estaduais e federais, como o governador Eduardo Leite e o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a feira foi aberta em tom forte pelo presidente da Cotrijal, Nei César Mânica. O dirigente cobrou uma solução para a implantação de sistemas de irrigação e de retenção de água nas propriedades rurais para mitigar as dificuldades climáticas.
“Precisamos sair da Expodireto 2024 com ações concretas para avançar nesse tema”, afirmou.
O manejo de recursos hídricos foi abordado também nas manifestações do senador Luis Carlos Heinze (PP/RS), do deputado federal Pompeo de Mattos (PDT/RS) e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Mânica também pediu a criação de um seguro agrícola nacional robusto para dar suporte aos produtores em safras com perdas na produção.
O ministro da Agricultura prometeu anunciar em junho um novo Plano Safra, com linhas de crédito, prazos para pagamento e juros adequados às necessidades dos produtores. As medidas são uma demanda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em reconhecimento à contribuição do setor agropecuário para a economia do País.
“O presidente determinou, e estamos providenciando duas ações: a prorrogação das dívidas de investimento para produtores que tiverem culturas e atividades afetadas por questões climáticas, como soja, milho, pecuária de corte e de leite. Também haverá linhas de crédito para capital de giro, além de um novo Plano Safra, que será reestruturado. Teremos um seguro rural mais eficiente, buscando maior universalização, para que possa diminuir o preço das apólices”, disse Fávaro.
A ideia é intensificar o uso de tecnologias, de inteligência artificial, nas boas práticas e questões meteorológicas. Segundo o ministro, o Proagro também será rediscutido, para melhor atender os produtores.
Já Leite tratou de tranquiliza a plateia e garantiu que o governo do Estado não irá impor sacrifícios fiscais insuportáveis a qualquer setor da economia, fazendo referência ao corte de incentivos fiscais anunciado ainda no final do ano passado, para aumentar a arrecadação. O governador disse que tem trabalhado para diminuir o tamanho da máquina pública para poder investir em questões que alavanquem a competitividade do Estado.
“Fizemos o maior plano de privatizações do País, mas isso não significa que sejamos omissos ou ausentes. Temos investido em pavimentação, para escoamento da produção, por exemplo. O poder público depende da capacidade se investimento da iniciativa privada. E a contrapartida que damos é criar condições para que as atividades prosperem”.
Eduardo Leite ainda ressaltou os esforços para vencer os obstáculos à construção de estruturas para retenção e armazenamento de água. Lembrou o lançamento da etapa 2 do Programa Supera Estiagem, na semana passada, com aporte de R$ 213 milhões nos próximos quatro anos para subvencionar projetos de irrigação. E também o esforço para alterar a regulamentação ambiental e dar segurança jurídica a quem pretender investir em açudes e barragens.
“Vamos fiscalizar, mas precisamos trabalhar com a presunção da boa-fé e não travar ações que estão dentro dos critérios exigidos. O código ambiental precisa evoluir para agilizar projetos responsáveis. Lançaremos aqui na Expodireto uma consulta pública para alteração na legislação ambiental no que diz respeito à irrigação. Também queremos discutir normativas para os biomas Pampa e Mata Atlântica”, afirmou.