Nova comissão atualiza compromisso com demandas sociais na Fapergs

Em atividade há pouco mais de um ano, a Comissão Assessora para Equidade, Diversidade e Inclusão (EDI) é prova da capacidade de modernização da Fapergs e expressa o compromisso da fundação com respostas que espelhem as necessidades sociais contemporâneas.

"A comissão surge de uma demanda que vem da própria sociedade e da comunidade científica, no sentido de que as agências de fomento, e não só a Fapergs, observem os parâmetros dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), afinal, as pesquisas precisam estar voltadas para as demandas da sociedade em que estão inseridas", explica a coordenadora da Comissão EDI, a professora Milena Freire de Oliveira-Cruz.

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) são um apelo global para a construção de sociedades mais sustentáveis, justas, pacíficas e inclusivas, do ponto de vista social, econômico, ambiental e institucional. Eles compõem o núcleo da Agenda 2030.

À frente do curso de Especialização em Estudos de Gênero, integrante do GT de Ações Afirmativas do programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade de Santa Maria (UFSM), membro do Comitê de Igualdade de Gênero na mesma instituição, embaixadora do Movimento Parent in Science (PiS) e líder do Grupo de Pesquisa Comunicação, Gênero e Desigualdades da UFSM/CNPq, Milena foi eleita coordenadora pelos próprios membros da comissão EDI, durante a primeira reunião, em setembro de 2023. O grupo é formado por cinco titulares e cinco suplentes.

A professora Cláudia de Souza Libânio (da UFCSPA) é a vice-coordenadora.

A comissão se estabeleceu a partir de uma Chamada Pública, com o intuito de reunir perfis de pesquisadores envolvidos com a promoção de equidade, diversidade e inclusão na atividade científica, tecnológica e acadêmica. Como resultado, chegaram a mais de 50 indicações.

Mais do que uma resposta aos novos tempos — quem imaginaria, há 60 anos, que seria necessária a existência de uma comissão desse tipo? —, para os integrantes do grupo, o trabalho deles é uma prova de que a Fapergs enxerga na ciência o potencial de transformação da sociedade, em permanente diálogo com ela.

"Essa aproximação da ciência com a sociedade é algo que tem sido demandado de todos nós. Não tem mais possibilidade de fazer ciência sem observar o impacto, sem observar para quem e por que motivo a gente está trabalhando", defende Milena.

A comissão não delibera, tem caráter consultivo, mas também faz sugestões à fundação. Até agora, o grupo revisou o guia de boas práticas da instituição, incluindo as perspectivas de equidade, diversidade de inclusão, e fez o mapeamento de editais e de programas de incentivo de outras agências de fomento, do CNPq e da Capes.

Em outubro, apresentaram o resultado ao Conselho Superior com indicações de mudanças para os próximos editais. Tem boas perspectivas para 2025 um primeiro edital voltado à iniciação científica, oportunizando a jovens que entraram na universidade por meio de ações afirmativas se desenvolverem como pesquisadores.

"É uma mudança de cultura e de mentalidade", admite a professora. "Mais adiante, a gente tem a expectativa de que a fundação passe a ter editais específicos que contemplem em seu escopo essas questões relacionadas à EDI", projeta.

"A comissão é formada por pessoas de segmentos bastante diversos que contemplam essa perspectiva de equidade, diversidade e inclusão. Todos têm aprendido muito. Tem sido uma experiência enriquecedora", acrescenta Milena.