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Dia do Médico

- Publicada em 17 de Outubro de 2023 às 21:20

Porto Alegre contará com novo hospital para pacientes particulares ou com convênios

O Hospital Nora Teixeira, que integra o Complexo Santa Casa, tem uma rua coberta com arquitetura moderna

O Hospital Nora Teixeira, que integra o Complexo Santa Casa, tem uma rua coberta com arquitetura moderna


/Tânia Meinerz/JC
Loraine Luz, especial para o JC
Loraine Luz, especial para o JC
O dia 19 de outubro marca o início de um novo ciclo para o Complexo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. A inauguração do Hospital Nora Teixeira nesta quinta-feira não apenas coloca em prática um plano de oxigenação da instituição, como também capitaneia a modernização do conglomerado, puxando-o para outro patamar, mais alinhando às principais tendências do setor.
Dedicado preferencialmente para convênios e pacientes particulares, o novo hospital passa a "servir de pulmão para a Santa Casa", ilustra Fernando Lucchese, diretor médico dos hospitais São Francisco e da Criança Santo Antônio, que agora também responde pela direção do Nora Teixeira.
Segundo ele, o atendimento SUS, que é "a missão do conglomerado" e corresponde a 70% dos atendimentos, gera um déficit anual de R$ 150 milhões, que precisa ser absorvido por meio de outras atividades. Essa dinâmica de escassez limita a capacidade de investimentos necessários para continuar prestando um serviço adequado. Portanto, do desafio inicial de renovar a emergência SUS do complexo, o projeto Nora Teixeira se tornou chave para a sustentabilidade da instituição, com a promessa de equacionar o déficit e garantir maior fôlego financeiro a partir do atendimento a pacientes particulares e convênios.
"Isso já aconteceu na Santa Casa. O hospital São Francisco foi criado com esse objetivo, 90 anos atrás. E foi o que deu sustentabilidade para a Santa Casa durante muitos anos. Então, estamos repetindo o que já foi feito há quase um século", explica Lucchese.
O novo hospital só assumiu tamanha responsabilidade porque a sociedade gaúcha abraçou o projeto. A credibilidade, fruto de 220 anos de história - comemorados justamente neste 19 de outubro -, e a solidez da instituição capaz de atender 1 milhão de pessoas por ano ajudam a explicar o movimento de solidariedade e benemerência que permitiu a criação do que Lucchese chama de um "super hospital". Um aporte inicial de R$ 40 milhões (depois elevado a R$ 80 milhões), formalizado pelo casal Nora Teixeira e Alexandre Grendene, levou a Santa a pensar em um projeto mais ambicioso do que apenas a resolução de problemas no setor de emergência. A partir daí, do orçamento total de
R$ 284 milhões, R$ 234 milhões já foram captados junto a apoiadores, entre eles, as famílias Renato Bastos Ribeiro, Caio Poester, Regina e Hermes Gazzola, João Jacob Vontobel, Ling Sheun Ming, Irineu Boff, Santina De Carli Zaffari e Flávio Sérgio Wallauer. O governo do Estado e as empresas Josapar e Real Empreendimentos e JBS S.A. também contribuíram. Assim, foi possível "sonhar alto".
Agora, o Nora Teixeira está pronto para exibir o melhor da tecnologia, em toda a cadeia da prestação do serviço, e da assistência médica sob uma estrutura moderna, que acabou puxando a remodelação de todo o complexo. O maior destaque na reestruturação externa é a Rua Coberta e o sistema de passarelas. Com início em frente ao Centro Histórico-Cultural da Santa Casa, a rua protegida por uma estrutura de 4 mil metros quadrados conduz pacientes e familiares até a entrada principal do Hospital Nora Teixeira, mas também se interliga a todas as outras unidades hospitalares.
Desde fevereiro, o Hospital São Francisco conta com uma nova recepção alinhada com o conceito arquitetônico da nova rua, assim como se harmonizam ao projeto os acessos ao Banco de Sangue da instituição e ao Hospital Santa Clara. Para o futuro, o objetivo é ampliar ainda mais a integralidade dos serviços da Santa Casa a partir da nova rua, consolidando a instituição como uma grande cidade da saúde. Atualmente, cerca de 25 mil pessoas circulam no complexo.
A caminhada em direção a um novo status, no entanto, vai muito além das mudanças estruturais. "Trazendo pacientes diferenciados e também como consequência da qualificação do seu serviço, o Nora vai levantar os demais oito hospitais de Santa Casa para um patamar superior. O Nora tem essa perspectiva: levar a Santa Casa para um outro nível", projeta Lucchese. Um dos diferenciais mais importantes do novo hospital é a UTI, afirma ele. "É absolutamente fantástica. A reabilitação do paciente internado acontece já durante o tratamento intensivo. Isso faz uma diferença muito grande."
A partir deste 19 outubro, o Nora Teixeira passa a trabalhar para se tornar referência no País em algumas áreas - entre elas, a da oncologia. O novo hospital nasce integrante da Rede Einstein de Oncologia e Hematologia. "Estamos trazendo para cá grandes oncologistas. O doutor Antônio Frasson, mastologista do hospital Albert Einstein, de São Paulo, passará também a coordenar o centro de mama e o centro de oncologia do Nora Teixeira. Deveremos crescer muito nessa área. Essa será, talvez, a vocação principal do hospital", projeta Lucchese.
 
 
 

Diferenciais do empreendimento

• São 219 novos leitos. Dos 15 andares, oito são de internação (incluindo UTI e cuidados intermediários), três para infraestrutura (serviços internos), um andar exclusivo para o Centro de Oncologia e um andar para emergência SUS, com o Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI).
• Entre os destaques nas unidades de internação, estão as camas Linet, com dispositivo de alerta de quedas e sensor de alerta no posto de enfermagem, além de banheiros equipados com cadeiras especiais para banho e adaptados para todos os tipos de dificuldade de locomoção. O serviço de alimentação conta com carro térmico.
• A "Enfermeira Navegadora" é a materialização do cuidado individualizado e exclusivo desde a chegada do paciente ao hospital. O pré checking será realizado antes da chegada, permitindo que o paciente seja acompanhado diretamente para o seu leito com agilidade, conforto e comodidade.
• Lounges de conveniência projetados para garantir mais privacidade e descanso aos acompanhantes. Um espaço com estrutura de café, aquecimento de alimentos, bancada para computador e conforto para um bate-papo entre familiares com os médicos.
• Sistema integrado de farmácia: todos os andares contam com dispensários eletrônicos de medicação e demais produtos de assistência ao paciente. A tecnologia monitora acessos e horários, integrando dados ao prontuário. Todo o sistema é abastecido pela Central de Suprimentos, que conta com um armazém robotizado, o miniload, equipamento inédito no país no segmento hospitalar.
• O Centro de Oncologia é pioneiro no Sul do País no uso do sistema de biópsia por Estereotaxia ou Tomossíntese, que permite a realização de biópsias 2D ou 3D (melhora de definição e precisão). A análise de imagens com maior nitidez e detalhamento também conta com tecnologia de última geração (Sistema de Radiografia de Espécimes Trident HD), facilitando a rápida tomada de decisões diretamente da sala de cirurgia ou do procedimento ambulatorial.
 

O local tem 30.500 m² de área total

9º ANDAR: Unidade de internação - Renato Bastos Ribeiro
8º ANDAR: Unidade de internação - Caio Poester
7º ANDAR: Unidade de internação - Flávio Sérgio Wallauer e Família
6º ANDAR: Unidade de internação - Família Regina e Hermes Gazzola
5º ANDAR: Unidade de internação - Josapar / Real Empreendimentos
4º ANDAR: Unidade de internação - João Jacob Vontobel
3º ANDAR: Unidade de Terapia Intensiva (UTI) - Ling Sheun Ming
2º ANDAR: Centro de Oncologia - Família Irineu Boff
1º ANDAR: Maternidade e Centro da Mulher - Santina De Carli Zaffari
TÉRREO: Acesso principal e conveniências
S1: Emergência SUS e Centro de Diagnóstico por Imagem
S2: Nutrição e restaurante para colaboradores
S3: Estacionamento
S4: Almoxarifado médico e de Órteses, Próteses e Materiais Especiais (OPME)
S5: Central de recebimento e almoxarifado