A falta de água potável foi uma das consequências da catástrofe climática. Diante desse cenário, muitas empresas destinaram suas linhas de produção para o envase de água. Foi o caso da Lactalis Brasil que envasou mais de 2 milhões de litros nas embalagens plásticas e acartonadas que geralmente carregam leite. O processo ocorre na unidade de Teutônia, em paralelo à produção de leite UHT, que segue normalmente. A ação, denominada Todos Pelo Rio Grande, é uma iniciativa da empresa com apoio de PackSeven, LogoPlaste, Converplast, Tetra Pak e Adami S/A. O Rio Grande do Sul é uma das principais bases de captação de leite da empresa: ela capta praticamente 20% do leite produzido no Estado.
Segundo o diretor de Comunicação, CSR e Assuntos Regulatórios da Lactalis Brasil, Guilherme Portella, a água foi distribuída via governo do Estado e depois, junto com a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), para que as garrafas também chegassem às gondolas dos supermercados, no Vale do Taquari, Porto Alegre e Região Metropolitana. "Foi uma iniciativa emergencial de apoio às comunidades gaúchas." Além da água, a empresa também doou 20 mil litros de leite para os municípios atingidos.
Assim como a Lactalis, a Fruki Bebidas antecipou o projeto de envase de água na nova fábrica de Paverama, que iniciaria apenas no segundo semestre deste ano, para fornecer uma capacidade adicional de água para Porto Alegre, Região Metropolitana e Região Sul do Estado. A iniciativa ampliou em até 1,4 milhão de litros ao dia a disponibilidade de água para venda. "Neste momento crítico, precisamos utilizar todos os recursos disponíveis para atender a população", destaca a diretora-presidente da Fruki Bebidas, Aline Eggers Bagatini.
Federarroz diz que não faltará arroz no mercado interno; entidade ainda colabora na drenagem
Com 83% da safra de arroz colhida no Estado, durante o auge das enchentes, entidades ligadas ao setor arrozeiro gaúcho garantiram que o impacto nas lavouras foi mínimo e que não faltará cereal no mercado interno.
O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), Alexandre Velho, disse que, apesar das inundações, os gaúchos seguirão com expectativa alta de produção, superior à do ano passado.
O Rio Grande do Sul, que normalmente responde por 70% da produção nacional de arroz, ainda vai colher 7,2 milhões de toneladas do produto, acima do volume da safra passada, de 6,9 milhões de toneladas, afirma Velho.
As perdas na safra de arroz do Rio Grande do Sul, em função das enchentes, são estimadas em cerca de 250 mil toneladas. Com o montante colhido antes das cheias, o RS garantiu uma produção de 6,5 milhões de toneladas, uma vez que as produtividades foram maiores na safra atual, assim como a área plantada cresceu.
Segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), dos 900 mil hectares semeados, 84,2% foram colhidos, 2,55% foram perdidos inteiramente e 1,97% foram parcialmente perdidos. Restam 11,26% da plantação total a ser colhida.
A região arrozeira do Estado mais afetada pelas enchentes foi a central: Cachoeira do Sul, Rio Pardo, Santa Maria, Restinga Sêca, São Sepé, Candelária, Caçapava do Sul, São Pedro do Sul, Formigueiro e Agudo.