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Publicada em 24 de Maio de 2024 às 00:15

Vinícolas gaúchas projetam forte retração no consumo

Como já acabou a época de safra, os estragos foram pequenos

Como já acabou a época de safra, os estragos foram pequenos

/Vinícola Don Bonifácio/Divulgação/JC
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Roberto Hunoff
Roberto Hunoff Jornalista
Com alguns casos isolados em que houve alagamentos ou deslizamentos de terras, implicando em prejuízos às instalações físicas, a indústria vinícola gaúcha, de uma forma geral, sofreu poucos impactos diretos em função das enchentes de maio. De acordo com José Virgílio Venturini, presidente do Sindivinho (Sindicato da Indústria do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres e Bebidas Derivadas da Uva e do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul), a situação seria diferente caso o fenômeno tivesse ocorrido alguns meses antes. "Como já fechamos a época de safra, os estragos foram pequenos quando comparados com a realidade de outras atividades. Fosse alguns meses antes, certamente, não teríamos colheita de uva neste ano", observou.
Com alguns casos isolados em que houve alagamentos ou deslizamentos de terras, implicando em prejuízos às instalações físicas, a indústria vinícola gaúcha, de uma forma geral, sofreu poucos impactos diretos em função das enchentes de maio. De acordo com José Virgílio Venturini, presidente do Sindivinho (Sindicato da Indústria do Vinho, do Mosto de Uva, dos Vinagres e Bebidas Derivadas da Uva e do Vinho do Estado do Rio Grande do Sul), a situação seria diferente caso o fenômeno tivesse ocorrido alguns meses antes. "Como já fechamos a época de safra, os estragos foram pequenos quando comparados com a realidade de outras atividades. Fosse alguns meses antes, certamente, não teríamos colheita de uva neste ano", observou.
A preocupação, no entanto, é com os efeitos indiretos da tragédia. Venturini projeta forte retração no consumo de vinhos, espumantes e sucos. "Além das dificuldades de transporte dos produtos para os pontos de venda, também entendemos que o cliente priorizará outras necessidades para superar este momento difícil", projeta.
Venturini estima que 90% das empresas do setor estão com as vendas comprometidas, situação que exigirá apoio por parte do governo federal por meio de financiamentos em operações especiais em termos de juros e prazos de amortização. "Estamos entrando no período de pagamento da safra recebida neste ano. Isto exige somas significativas de valores para pagar os produtores, que foram severamente prejudicados com perdas de parreirais, além dos danos na infraestrutura da propriedade", argumenta. O presidente do Sindivinho alerta que alguns produtores tiveram perdas totais, o que deverá acarretar consequências futuras para o setor.
O dirigente também defende que a União anistie em definitivo a dívida do Estado, que é discutida há muito tempo e sem nenhuma solução. "O governo federal precisa anistiar esta dívida para garantir a reconstrução do Rio Grande do Sul, com casas para os desabrigados e recuperação da infraestrutura de transportes, que já era precária e, agora, piorou", cobrou.

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