Uma das consequências das fortes chuvas do mês de maio deve ser a migração de parte das populações de municípios mais prejudicados por deslizamentos e alagamentos para outras regiões, dentre elas a Serra. "Não é o que se quer, mas é o que as pessoas farão. Buscarão empregos e mais segurança às famílias", afirma Orlando Marin, presidente do Simplás (Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho). Ele também avalia que a indústria da Serra deverá ser parceira dos setores mais atingidos na Região Metropolitana, fornecendo ajuda necessária para a recuperação.
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A liberação total e plena dos acessos é a principal demanda do Simplás para o processo de reconstrução do Estado e da atividade econômica. Para Marin, a reabertura de caminhos conduz à reativação da economia, garantindo a sobrevivência das empresas e, por consequência, a manutenção de empregos e geração de renda e impostos. "Parte desta atribuição compete às esferas públicas. Outra já foi assumida pelo setor privado, como em Caxias do Sul, com a cedência de máquinas e combustível para desobstrução de estradas e rodovias", salienta.
Em conjunto com os sindicatos patronais, a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços criou a campanha denominada SuperAção com o objetivo de arrecadação de recursos para a reconstrução da Serra Gaúcha. A ação coletiva visa mobilizar o setor empresarial e a comunidade em geral para reunir fundos que serão aplicados na restauração da infraestrutura danificada e na assistência às comunidades mais afetadas pela catástrofe.
Marin também defende um amplo levantamento para identificar as demandas prioritárias para permitir a circulação mais ampla possível. Para ele, a BR-116 precisa de atenção especial em razão dos bloqueios em São Marcos e Nova Petrópolis. "É necessário dar mais celeridade nas obras. A restauração dos estragos de setembro do ano passado na BR-116 está muito demorada", cobrou.
Embora algumas empresas da Serra tenham sido prejudicadas, ele afirma que nada é comparável com a tragédia da Região Metropolitana de Porto Alegre. Recorda que na região não houve alagamentos sérios nas empresas e que a retirada da água nesses casos foi rápida.