O isolamento da Região da Serra em função da queda de barreiras nas principais rodovias e estradas de acesso é o principal problema para a indústria do vestuário, que tem neste período do ano o maior consumo de produtos. Os efeitos desta condição foram claramente percebidos no Dia das Mães, segunda data de maior consumo do segmento, com expressiva queda no movimento das malharias.
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"A demanda foi muito baixa comparada com outros anos. Não houve movimento de compradores de outras regiões e os nativos, que estavam nas cidades serranas, não se encorajaram a sair. O clima emocional não é bom, todos estão muito abalados", aponta Rogério Bridi, presidente do Fitemavest (Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem, Malharias, Vestuário, Calçados e Acessórios da Serra Gaúcha).
Segundo ele, a prioridade é ter mobilidade, pois ajuda em todas as frentes e coloca, novamente, a economia em movimento. "Esperamos a reabertura de todos os acessos o mais breve possível, além de projetos de melhorias para o futuro", salienta. Por entender que a recuperação será longa, também cita a necessidade de aportes públicos significativos para ajudar o setor empresarial. De acordo com o dirigente, indústrias localizadas em municípios do Vale do Caí foram as que mais tiveram perdas nas estruturas físicas, o que exigirá atenção especial do poder público.
Bridi acredita ser possível repetir neste ano os números de 2023 caso o clima se mantenha favorável, com o frio natural do inverno, e as estradas estejam viabilizadas. A estimativa inicial para 2024 era de crescimento em torno de 10% sobre o ano anterior, que já apresentou uma base baixa de receita. Para o dirigente, a demora na liberação total dos acessos pode fazer com que os consumidores habituais da região procurem outras alternativas, embora reconheça que a situação financeira deva interferir nas compras de vestuário em função de, neste momento, não ser prioridade. "Recuperar as casas, certamente, será a principal demanda da população", projeta.
O Fitemavest representa mais de 1.200 empresas localizadas em 26 municípios da base territorial, responsáveis por cerca de 40 mil empregos diretos e indiretos.