Projeto mapeia economia do RS

Jornal do Comércio promoverá eventos em diferentes regiões e publicará especiais

Por JC

Cada capítulo do Mapa do RS será acompanhado de painéis regionais
Do Sul ao Norte, da Fronteira ao Litoral, as características geográficas, culturais e históricas do Rio Grande do Sul não são uniformes. Por isso, pensar a economia do Estado exige, obrigatoriamente, imaginar os vários territórios entre os 497 municípios, com seus 21,7 mil quilômetros quadrados, dentro de um mesmo Rio Grande do Sul.
Ao completar 90 anos, o Jornal do Comércio propõe o desafio de apresentar este mapeamento. Radiografar a economia do Rio Grande do Sul de maneira regionalizada, para que se possa compreender cada característica e potencial local, é uma tarefa permanente para pesquisadores, economistas, governos e potenciais investidores.
"O Estado tem, entre as suas atividades econômicas, muitas especialidades bastante distintas entre si. Tratar a análise econômica e todo o planejamento de forma regional é a maneira mais adequada de levarmos em consideração, por exemplo, as vocações regionais, que respeitam fatores históricos, climáticos e ambientais, como fluxos populacionais específicos, que condicionam a forma como se deu o desenvolvimento de uma determinada região, e qual a tendência futura", explica o economista e pesquisador do Departamento de Economia e Estatística (DEE), Rodrigo Feix.
Anualmente, o JC monitora os investimentos que acontecem no Rio Grande do Sul. Em 2022, por exemplo, o Investômetro apontou Porto Alegre e a Região Metropolitana como o destino de pelo menos um terço dos R$ 62 bilhões de aportes públicos e privados anunciados ou realizados em solo gaúcho no ano passado.
Entre o Sul, a Campanha e a Fronteira, mais de R$ 13 bilhões foram demonstrados pelo Anuário de Investimentos, com uma característica marcante: mais de 70% estavam relacionados a projetos em infraestrutura. Por outro lado, entre os 50 municípios com maiores investimentos mapeados, mais de 30% concentraram-se entre o Norte e Noroeste do Rio Grande do Sul, com a indústria em expansão.
Compreender estas nuances é essencial na elaboração de políticas de desenvolvimento pelo governo, mas também elemento fundamental para a iniciativa privada em busca de maior eficiência em potenciais investimentos no Rio Grande do Sul.
 

Como será mapeada a economia gaúcha

A partir de junho, serão realizados cinco eventos e cinco publicações especiais no Jornal do Comércio.
As divisões regionais serão feitas através de cinco agrupamentos:
 Sul, Campanha e Fronteira Oeste
 Centro e Vales do Taquari e Rio Pardo
 Norte, Missões e Noroeste
 Serra e Campos de Cima da Serra
 Região Metropolitana, Centro-Sul, Vales do Sinos, Paranhana e Caí e Litoral.
É adotado o critério estabelecido pela Secretaria do Planejamento do Estado, que divide o Rio Grande do Sul em nove regiões funcionais. Para o economista Rodrigo Feix, esta forma de organização considera a regionalização "de baixo para cima", e permite uma melhor percepção das diferenças locais, muitas vezes não perceptíveis a um olhar distante, na economia gaúcha.

O que será mapeado

Em cada região analisada, o mapeamento vai radiografar as características locais da indústria, da agricultura, dos serviços, do varejo e dos investimentos em infraestrutura.
Serão apresentadas as principais empresas e iniciativas em cada um destes setores locais, assim como a leitura do que é histórico e de quais as tendências futuras em cada uma das regiões analisadas.
A leitura regional da economia gaúcha também leva em consideração os dados municipais. Por isso, será possível visualizar os principais municípios entre cada uma das atividades apresentadas pelo mapeamento.

Um mapa em construção

Como define o economista e pesquisador do DEE, Rodrigo Feix, "a economia é dinâmica".
"Muitas vezes um movimento leva algum tempo a mais para ser percebido por um mapeamento, por isso, quando se trata da análise regional, cruzamos diversos aspectos, com tempo de resposta às ações governamentais ou privadas mais curtos ou longos em nossas análises", explica.
É porque mapeamentos regionais da economia são, essencialmente, ferramentas para a compreensão e tomada de decisões. Por isso, não são documentos fechados. E a proposta do Jornal do Comércio é fomentar este debate.
Cada capítulo deste trabalho será acompanhado de painéis regionais, com atores que movimentam a economia e as comunidades locais para debater os rumos e desafios regionais do Rio Grande do Sul.

O cronograma de eventos do mapeamento

 Junho: Sul, Campanha e Fronteira Oeste
 Julho: Centro, Vales do Rio Pardo e Taquari
 Setembro: Norte, Noroeste e Missões
 Outubro: Serra e Campos de Cima da Serra
 Novembro: Metropolitana, Centro Sul, Litoral, Vales do Sinos, Paranhana e Caí