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Inovação turbina indústria gaúcha metalmecânica
Dados da CNI e da Fiergs demonstram que, na última década, a participação da indústria no PIB do Rio Grande do Sul encolheu. Uma das respostas para esse desafio é a inovação - quesito no qual o setor metalmecânico está bem posicionado. Um exemplo disso é a Stihl, gigante alemã fabricante de motosserras e outras ferramentas motorizadas, como roçadeiras e lavadoras de alta pressão.
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Vocação para a industrialização turbina o mercado de alimentação no Rio Grande do Sul
Em artigo publicado no final do ano passado, o coordenador de projetos na área de alimentos e bebidas do Sebrae-RS, Roger Klafke, chamou a atenção para 10 pontos aos quais os empreendedores do setor - seja da indústria ou do comércio - deveriam prestar atenção em 2023. Desenvolver produtos com o olhar voltado para a demanda do mercado, com base em dados e pesquisas de hábitos e tendências de consumo. Foi trilhando esse caminho que a indústria de alimentos foi a que mais cresceu em participação no PIB industrial do Estado entre 2009 e 2019, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). A escalada foi de mais de sete pontos percentuais, o que coloca o setor como o segundo principal em participação no PIB industrial do Estado, com 16,9%.
Segundo o Atlas Socioeconômico do Rio Grande do Sul, a indústria de alimentos apresenta grande dispersão territorial no Estado: em 2020, havia 4,5 mil estabelecimentos do setor, empregando quase 140 mil pessoas.
Com sede em Tupandi, a Bom Princípio Alimentos exemplifica o crescimento do setor ao longo dos anos. A fábrica de doces e geleias que utilizava receitas de família para vender os produtos no entorno do município de Bom Princípio, onde o negócio nasceu, hoje produz mais de 1 milhão de unidades de produtos por mês - entre os principais estão geleias e pastas de frutas.
O crescimento veio justamente quando a área de desenvolvimento resolveu apostar em itens inovadores, como insumos para confeitaria. A novidade mais recente, as pastas de frutas, encontraram um mercado promissor também em bares e restaurantes, onde são usadas para o preparo de bebidas e sobremesas.
A marca possui mais de 500 itens em sua linha de produtos e prevê o lançamento de outros 40 ao longo de 2023. De acordo com o diretor-presidente, Alexandre Ledur, a indústria de alimentos é capaz de fomentar o desenvolvimento tecnológico para o surgimento de produtos inovadores a partir da matéria-prima extraída do campo. Somente no primeiro trimestre de 2023, a companhia contabiliza um aumento de 25% na produção - cifra que deve ser superada até o final do ano. "O setor está provando ser uma das grandes alavancas para a economia", destaca Ledur.
Mesmo em crescimento evidente, a corrida em busca da sustentabilidade está em curso. Como uma empresa de origem familiar e com forte aderência nas comunidades produtoras, a Bom Princípio Alimentos sempre esteve conectada às boas práticas no campo, que garantem a qualidade da matéria-prima utilizada. Agora, a empresa está buscando sua inserção formal na agenda ESG.
O primeiro passo foi dado em 2021, quando recebeu a certificação FSSC 22000, que assegura a segurança dos alimentos provenientes de todas as etapas do processo de industrialização. Agora, se prepara para implantar um piloto do projeto de fertirrigação a partir do tratamento dos efluentes gerados na unidade de produção - a técnica, descrita pela Embrapa, preconiza a adubação das lavouras e pomares por meio da irrigação.