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Publicada em 25 de Maio de 2023 às 00:15

Indústria de celulose investe em melhora de práticas ambientais e crescimento

Harger, da CMPC, diz que investimentos tornarão planta de Guaíba uma das mais sustentáveis do mundo

Harger, da CMPC, diz que investimentos tornarão planta de Guaíba uma das mais sustentáveis do mundo

/TÂNIA MEINERZ/JC
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Visada pelo potencial de dano ambiental que pode causar, a produção de celulose representa 2,7% do PIB industrial do Rio Grande do Sul, segundo dados da CNI. A cifra pode parecer pequena, mas é justamente desse setor que vem um dos maiores cases de investimento em projetos de sustentabilidade do Estado. Está prevista para 2023 a conclusão das obras do BioCMPC, projeto bilionário lançado em 2021 pela CMPC, em Guaíba, e que tem, atualmente, 80% das obras concluídas.
Visada pelo potencial de dano ambiental que pode causar, a produção de celulose representa 2,7% do PIB industrial do Rio Grande do Sul, segundo dados da CNI. A cifra pode parecer pequena, mas é justamente desse setor que vem um dos maiores cases de investimento em projetos de sustentabilidade do Estado. Está prevista para 2023 a conclusão das obras do BioCMPC, projeto bilionário lançado em 2021 pela CMPC, em Guaíba, e que tem, atualmente, 80% das obras concluídas.
De acordo com estimativas da companhia, a implantação do projeto irá proporcionar um ganho de 18% na capacidade produtiva, o que representa o acréscimo de cerca de 350 mil toneladas de celulose por ano - a produção da CMPC em 2022 foi de mais de 2 milhões de toneladas de celulose, com um faturamento total de R$ 7,3 bilhões.
Ao todo, os investimentos totalizam os R$ 2,75 bilhões e contemplam 31 iniciativas de melhorias divididas em variadas áreas, desde a implantação de novos equipamentos de controle ambiental até ações de modernização operacional. "As melhorias implantadas vão posicionar a planta de Guaíba como uma das mais sustentáveis do mundo, quando considerados os parâmetros de gestão de resíduos, tratamento de efluentes, emissões atmosféricas, sistemas de tratamento de gases e gestão ambiental", afirma o diretor-geral da CMPC Brasil, Mauricio Harger.
Os entraves logísticos, que para muitos setores são um problema difícil de equalizar, viraram mais um case de sustentabilidade na CMPC. Considerando que a companhia exporta 91% do que é produzido em Guaíba, o transporte é uma etapa decisiva para os resultados. A hidrovia da Lagoa dos Patos é estratégica para o negócio. Com um porto próprio na unidade industrial, a embarcação carregada em Guaíba com celulose se desloca por cabotagem até o Porto de Rio Grande. A mesma barcaça viaja até Pelotas, onde recebe madeira de eucalipto que é plantada e colhida na região Sul, voltando carregada de matéria-prima para a fábrica.
Em 2022, a CMPC transportou mais de 1,8 milhão de toneladas de celulose por hidrovia, mesmo modal por meio do qual transportou 1,2 milhão de metros cúbicos de madeira. "A utilização exitosa da hidrovia Guaíba-Lagoa dos Patos para o transporte de cargas torna nossa logística de exportação altamente eficiente e sustentável", salienta Harger.
O executivo destaca ainda que essa logística fechada gera 370 empregos diretos - entre os 6,5 mil diretos e indiretos gerados pela empresa - e evita a realização de 100 mil viagens de caminhão por ano, prevenindo a emissão de 56 mil toneladas de carbono. A CMPC estima que 20% de toda a madeira utilizada na operação chegue à unidade por meio da hidrovia.
 

Ganhos de produtividade e certificação no setor de calçados passam por reaproveitamento de insumos

Harger, da CMPC, diz que investimentos tornarão planta de Guaíba uma das mais sustentáveis do mundo

Harger, da CMPC, diz que investimentos tornarão planta de Guaíba uma das mais sustentáveis do mundo

/ABICALÇADOS/DIVULGAÇÃO/JC
Harger, da CMPC, diz que investimentos tornarão planta de Guaíba uma das mais sustentáveis do mundo

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Harger, da CMPC, diz que investimentos tornarão planta de Guaíba uma das mais sustentáveis do mundo

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Os números da Calçados Beira Rio comprovam que investir em sustentabilidade e em inovação nos processos para reaproveitar insumos e controlar perdas não faz mal a ninguém - pelo contrário. Com 11 unidades fabris no Rio Grande do Sul, a empresa gera 25 mil postos de trabalho, 9,9 mil diretos, 64% dessas vagas ocupadas por mulheres. O ecossistema produtivo da calçadista conta com 384 ateliês terceirizados que contribuem para a fabricação de calçados que chegam ao mercado com o selo de oito marcas próprias, vendidas em lojas de 26 mil clientes no Brasil e no exterior - a companhia exporta para 97 países. Além de calçados, a empresa também abriu novos segmentos de mercado com bolsas, meias, vestuário e óculos de sol.
Pensado para aumentar e modernizar a área de corte de matéria-prima, o mais recente investimento é a ampliação da estrutura da filial 23, em Sapiranga, cuja cifra deve chegar aos R$ 30 milhões. Aos 10,5 mil metros quadrados de área já existentes, serão adicionados outros 600 metros quadrados de espaço que será destinado ao corte da matéria-prima que, posteriormente, é enviada aos ateliês terceirizados, que montam o calçado. Segundo projeções da empresa, a conclusão das obras e início das operações deve ocorrer no segundo semestre de 2024, gerando 150 novos postos de trabalho diretos na unidade - atualmente, 300 trabalhadores já atuam na filial 23.
Um programa de melhoria contínua, implantado na empresa há mais de 10 anos, garante que a maior quantidade possível de resíduos da fabricação de calçados retorne ao processo produtivo como matéria-prima. "É vantajoso para nós produzir novos itens com insumos reciclados e reaproveitados. Isso é economia e eficiência", lembra o diretor industrial da Beira Rio, João Arcanjo Henrich. Segundo ele, entre 50% e 60% de todos os resíduos gerados pela empresa voltam às linhas de produção como matéria-prima - o que totaliza entre 500 e 600 toneladas de rejeitos todos os meses. Para transformar em insumos e até energia o percentual de rejeitos que ainda não volta à linha de produção, a empresa lançou, em 2021, o projeto-piloto de uma usina de queima de resíduos que, por meio do processo de pirólise, transforma o material em carvão, com potencial de geração de energia. O que ainda resta dessa queima vira um dos componentes utilizado na fabricação de palmilhas. A planta piloto passou por testes e recebeu a licença da Fepam.
Por iniciativas como essa e pelo rigoroso controle que a Calçados Beira Rio tem especialmente com a destinação dos rejeitos em toda a sua cadeia produtiva, detém o selo Origem Sustentável Diamante, única certificação de sustentabilidade no mundo que compreende toda a cadeia produtiva do calçado e foi lançado em 2013 pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em parceria com o Laboratório de Sustentabilidade (Lassu) da Universidade de São Paulo (USP) e do Massachusetts Institute of Technology (MIT).
Para o presidente executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, a certificação ajudará cada vez mais o posicionamento do calçado brasileiro no mundo a partir de agora. "A sustentabilidade vem sendo um diferencial da indústria calçadista brasileira, que outros polos produtores no mundo não têm. Os clientes, especialmente de exportação, são cada vez mais rigorosos. Isso vai favorecer a indústria brasileira no longo prazo", aponta.
Internamente, o dirigente aponta a necessidade de equalizar velhos problemas que ainda travam o desenvolvimento da cadeia calçadista, como a alta carga tributária e a logística de transporte para insumos e produtos, especialmente no Rio Grande do Sul. A guerra fiscal entre estados também gera problemas. "Temos que aumentar a competitividade tributária com medidas imediatas, pois perdemos ao esperar pela reforma tributária nacional."

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