A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou nesta sexta-feira (28) novas condições de conservação e armazenamento para a vacina Comirnaty, produzida pela Pfizer/Wyeth. O novo texto de bula permite que a vacina seja mantida em temperatura controlada entre 2 a 8 graus Celsius por até 31 dias. Antes, a vacina poderia ser mantida a esta temperatura por no máximo cinco dias.
Para aprovar as novas condições, a equipe técnica da Anvisa avaliou os estudos de estabilidade apresentados pelo laboratório desenvolvedor da vacina. Os estudos de estabilidade servem para definir por quanto tempo e em quais condições a vacina mantém suas características sem alteração.
A Anvisa recebeu o pedido de alteração na última sexta-feira (21) e a análise foi realizada durante esta semana. A mudança passa a constar no texto da bula da vacina.
Em geral, vacinas que usam a nova tecnologia chamada de mRNA, como a da Pfizer e a da Moderna, precisam de temperaturas muito baixas -entre -40ºC a -70°C- para se conservarem no longo prazo e têm critérios mais restritos de armazenamento após retiradas de ultracongeladores. Atualmente, o Ministério da Saúde tem contratos para obter 200 milhões de doses de vacinas da Pfizer. Os acordos foram fechados após meses de negativas a propostas da empresa.
As primeiras entregas começaram em abril. Inicialmente, a distribuição ficou restrita a capitais. Aos poucos, tem sido ampliada para mais cidades.
Segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde após as primeiras entregas, assim que recebidas, as doses ficam mantidas a uma temperatura de -90°C a -60°C no centro de distribuição, em Guarulhos (Grande São Paulo). Ao serem enviados aos estados, os imunizantes ficam expostos a temperatura de -20°C e, nas salas de vacinação, ficam guardadas em geladeiras comuns (de 2°C a 8°C) por cinco dias --prazo que poderá ser ampliado a partir de agora.
Mais de 46 mil gaúchos receberam a primeira dose da vacina da Pfizer
A vacina da Pfizer é uma das utilizadas na imunização da população brasileira, juntamente com a Coronavac/Butantan e de Oxford Astrazeneca. A Secretaria Estadual da Saúde gaúcha (SES/RS) disse que a mudança ajuda "na logística de distribuição e aplicação das doses ao aumentar o tempo de vida útil do imunizante".
No Rio Grande do Sul, a Pfizer chegou a ser distribuída a 407 municípios. Ao todo, o RS aplicou 46.127 doses da vacina da Pfizer em primeira dose e completou a imunização (com a aplicação da segunda dose) de 5.454 gaúchos.
A CoronaVac já imunizou 1.322.114. Outros 263.889 aguardam a segunda dose desse imunizante.
A primeira dose da vacina de Oxford/Astrazeneca foi aplicada em 1.425.991 de gaúchos, de acordo com os dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES/RS). Destes, 127.808 já receberam a segunda dose.