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UTIs de Porto Alegre têm maior número de casos de Covid na pandemia
Superlotação é de 115,2% na estrutura total, que tem 1.156 doentes internados para 1.009 leitos
SILVIO AVILA/HCPA/DIVULGAÇÃO/JC
Enquanto setores econômicos tentam retomar a atividade, as UTIs de Porto Alegre atingem o maior número de casos de Covid-19 em mais de um ano de pandemia. Nesta quinta-feira (25), o número chegou a 870 pacientes confirmados. Dos 18 hospitais monitorados pela Secretaria da Saúde, 15 estão com capacidade entre 100% e 160% ocupada.
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Enquanto setores econômicos tentam retomar a atividade, as UTIs de Porto Alegre atingem o maior número de casos de Covid-19 em mais de um ano de pandemia. Nesta quinta-feira (25), o número chegou a 870 pacientes confirmados. Dos 18 hospitais monitorados pela Secretaria da Saúde, 15 estão com capacidade entre 100% e 160% ocupada.
Nesta quinta-feira, o Estado teve quase 200 novas mortes e se aproxima de 18 mil óbitos, além de ultrapassar 815 mil casos.
O setor ostenta superlotação de 115,2% na estrutura total, que tem 1.156 doentes internados para 1.009 leitos. No total, são ainda 39 suspeitos de Covid-19 e o restante de outras enfermidades. A pandemia representa quase 80% dos doentes em cuidados intensivos. Além disso, havia 184 pessoas em emergências esperando por leito de UTI.
Os hospitais Moinhos de Vento e Conceição têm os maiores níveis, com 160,6% e 145,7%, respectivamente.
O maior nível de ocupação pelo novo coronavírus havia sido registrado no dia 21, com 866 casos. Nos dias seguintes, houve leve recuo, mas a demanda voltou a crescer. Na área de leitos clínicas, ocorre um alívio na internação, com pouco mais de mil casos. Em 20 de março, o número chegou a quase 1,6 mil casos.
A manutenção da superlotação e nível ainda elevado de transmissão do vírus, agravado pela disseminação da cepa P.1, mais contagiosa e com maior carga viral, é o foco de questionamentos de médicos e especialistas em epidemiologia e dados sobre as recentes flexibilizações permitindo reabertura de setores.
O infectologista do Hospital de Clínicas (HCPA) e do Hospital Moinhos de Vento e ainda professor da Faculdade de Medicina da Ufrgs Alexandre Zavascki afirmou, em seu perfil no Twitter, que "há uma falsa polêmica sobre o que causou o novo aumento de casos, hospitalizações e mortes: ausência de medidas de controle do vírus ou presença de nova(s) variante(s)?", confronta e conclui: "Falsa simplesmente pq não são excludentes, ao contrário, são sinérgicas".
Zavascki vem advertindo, em postagens em seu perfil no Twitter, que é necessário reduzir ainda mais os atuais níveis de ocupação antes de promover flexibilizações. Zavascki fez uma analogia para demonstrar o que representa operar na condição atual das UTIs e o que seria o mínimo necessário:
"O que significa redução de hospitalizações em um sistema colapsado: você está completamente submerso no fundo de um poço de 10 metros. Se continuar enchendo, transborda, você seguirá submerso em 10 metros e morre. Se esvaziar um pouco e diminuir um metro, você fica submerso em 9 metros e morre", descreve o professor, que é ainda mais enfático.
Se esvaziar muito e vc ficar submerso em somente 1 cm de água, vc morre. Ou se trabalha para reduzir o nível de água abaixo do nariz e vc respira um pouco antes que a água suba, ou vc morre.
Ou se desafoga o sistema ou o colapso seguirá fazendo vítimas.
O analista de dados Isaac Schrarstzhaupt, que faz parte da Rede Análise Covid-19, que alertou em setembro de 2020 para a aceleração da crise. Schrarstzhaupt lamenta que os 'sinais de fumaça' tenham sido ignorados e assiste-se ao pior momento da pandemia. Confira mais na conversa do quadro do #JCExplica: