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Coronavirus

- Publicada em 10 de Março de 2021 às 18:15

Conceição fecha emergência por 24 horas devido aos casos graves de Covid

Cartaz na porta da emergência avisa que apenas os caso com risco de morte são atendidos

Cartaz na porta da emergência avisa que apenas os caso com risco de morte são atendidos


GHC/DIVULGAÇÃO/JC
Patrícia Comunello
"Só estamos atendendo casos com risco de morte". O comunicado na porta da emergência de um dos maiores hospitais de Porto Alegre oficializou, na tarde desta quarta-feira (10), que o serviço ficará fechado para outras demandas nas próximas 24 horas.
"Só estamos atendendo casos com risco de morte". O comunicado na porta da emergência de um dos maiores hospitais de Porto Alegre oficializou, na tarde desta quarta-feira (10), que o serviço ficará fechado para outras demandas nas próximas 24 horas.
"Chegamos ao nosso limite de atendimento", diz o diretor-presidente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Cláudio Oliveira. Ele lembrou que restrições como esta, em função da gravidade e demanda dos casos, chegou a ocorrer no auge da epidemia da gripe H1N1, em 2009. "Fechamos a rua, com a ajuda do Exército", conta Oliveira.
A superlotação de casos de Covid-19, e principalmente, o esgotamento da capacidade técnica, levou à medida extrema. A emergência mantém 40 doentes com o novo coronavírus em ventilação mecânica, condição que demandaria cuidados em leito de UTI. O número é praticamente o mesmo que está internado na UTI Covid, que soma 45 infectados.
"Nunca aconteceu isso no setor", destaca Cleber Verona, gerente interino da emergência, relacionando com o nível de gravidade dos casos que estão sendo atendidos. 
A área com os casos em ventilação foi equipada no fim de semana, para dar suporte mais adequado. O Hospital de Clínicas (HCPA) deve abrir novo andar com 50 vagas de UTI, mas para poder colocar os mais de 40 a 50 casos da pandemia que têm ficado na sua emergência. 
Apenas casos gravíssimos são levados pelas ambulâncias do Samu, diz o médico Jorge Osório, diretor de Regulação da Secretaria de Saúde da Capital. "O fechamento é momentâneo para a busca espontânea", explica Osório. A "busca espontânea" ocorre quando pacientes vão diretamente às unidades atrás de atendimento.
Há cerca de 20 dias, quando a demanda começou a ser exponencial, o diretor admitiu que a rede de hospitais da Capital já atuava como se as UTis estivessem lotadas
O problema é que as áreas de leitos intensivos estão esgotadas na instituição. Segundo o painel dos hospitais, o Conceição está com quase 100% de lotação. O único leito vago, dos 85, é uma questão de tempo para estar ocupado. 
Treze dos 21 hospitais que são acompanhados pelo painel estão com capacidade normal já esgotada. Os maiores níveis, acima de 100%, são verificados nos hospitais Moinhos de Vento (160,6%), São Lucas (134%), Ernesto Dornelles (125%),  Clínicas (115,5%), Divina Providência (120%), Clínicas (115,6%) e Complexo Santa casa (103%). Com 100%, são Cardiologia, Cristo Redentor, Vila Nova, Fêmina, Santa Ana e Restinga.
O sistema tem 1.096 pacientes para 986 leitos operacionais, 111,6% de ocupação, maior nível de demanda até agora na crise sanitária. Do total, 807 são de confirmados com Covid (764) e suspeitos (43).
Outro número que reforça o alerta são os 1.005 entre confirmados com Covid e suspeitos. Somente em emergências estão 198 pessoas com o vírus que precisariam estar em um leito de UTI.  
A coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) de Enfrentamento do Coronavírus do HCPA, Beatriz Schaan, diz que a condição pode comprometer a qualidade dos cuidados. Dos 198, 42 estão no HCPA.
Outro alerta que Beatriz faz é do tempo de demora de chegada do paciente que fica em prontos atendimentos e postos nos hospitais. Este tempo pode elevar a mortalidade por complicações da doença.
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